O presidente Barack Obama terminará este mandato com apenas 55 anos. Terá, provavelmente, muito tempo de vida para ser celebrado pelo governo que fez ou criticado pelo fracasso que tiver . No primeiro mandato, ele tinha a vantagem de já ter feito história na posse. Era o primeiro negro a assumir a Presidência. E tinha a desculpa do desastre que herdou. Agora é o grande teste
Quando ele assumiu, o país estava em queda livre. A economia, na margem, contraía 5%, e o mercado de trabalho perdia 800 mil empregos por mês, conforme registra a última revista “Economist”, que tem como capa a pergunta sobre como a História o verá. Até agora, a avaliação é positiva, apesar do muito que deixou de fazer . Na economia, conseguiu sair do fundo do poço e começar uma retomada ainda tímida. O desemprego caiu, mas permanece alto. Entre os vários mitos que ele quebrou foi o de que ninguém se reelege com uma taxa de desemprego acima de 7%. Estava em 7,8%, porém descendo do pico que havia chegado. No primeiro mandato, o cenário era sombrio, e as esperanças, exageradas. Ninguém consegui-ria atender a tanta demanda. Ele não conseguiu, mas evitou o pior. Na posse, o temor era que os Estados Unidos enfrentassem uma nova depressão e ontem ele pôde dizer que a recuperação já começou.
Ao afirmar que as possibilidades do país são ilimitadas na área econômica, deve ter se esquecido do primeiro dos limites que tem pela frente: o do teto da dívida pública, que está em US$ 16,4 bilhões. O próximo mês está marcado no calendário como o da nova batalha do teto da dívida. Como em agosto de 2011, será tenso, aflitivo e irracional o debate no Congresso polarizado dos Estados Unidos. Obama pede pela terceira vez a elevação do teto da dívida; mas George W. Bush pediu sete; seu pai, George Bush, em um único mandato pediu oito vezes. Nenhum dos dois partidos pode jogar pedra no outro por causa desse problema; mas os republicanos jogarão todas as pedras que puderem. Os dois partidos vão se desentender também sobre os cortes que terã o que ser feitos no Orçamento até o fim do primeiro trimestre.
A economia vai dominar os primeiros meses do novo mandato como ponto de tensão política. Além disso, o governo terá que manter a retomada e aumentar a criação de empregos. Neste momento em que a classe média ainda enfrenta os rigores de um mercado de trabalho com pouca oferta de vaga, Obama pretende introduzir a controvertida questão da nova Lei de Imigração. Ele disse ontem que é preciso encontrar a “melhor maneira de receber os esperançosos imigrantes que veem os Estados Unidos como uma terra de oportunidades”. A promessa de mudança na lei de imigração havia sido feita para o primeiro mandato , mas não foi sequer tocada.
Ele decepcionou também em mudança climática. Esperava-se que usasse sua liderança e o peso do país para mudar o rumo das negociações internacionais, e já havia até data para isso acontecer: seria em 2009, em Copenhague. Não houve o que se esperava. O presidente Obama que apareceu por lá teve uma pálida presença nas negociações. É responsabilizado, não sem razão, por a COP 15 não ter sido o que se esperava que ela fosse . Ontem, ele renovou a promessa de que os Estados Unidos vão responder à ameaça da mudança climática. O país investiu nas novas energias renováveis, mesmo assim a novidade que aparece na sua matriz com força para crescer é o gás de xisto, que é mais barato, reduz a dependência energética, mas seu estrago ambiental é uma incógnita. Por isso, é difícil saber o que será o segundo mandato Obama na área ambiental
Nenhum comentário:
Postar um comentário