O Estado de S.Paulo - 02/12
O mau resultado da economia registrado pelos números divulgados na sexta-feira indica, no campo político, o esgotamento do marketing da imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff, sem a indispensável contrapartida de realizações. Até aqui eficiente para o eleitorado anestesiado pelo poder de consumo, a estratégia começa a perder viço político, diagnóstico reconhecido intramuros pelo próprio governo.
A anemia econômica desnuda a ineficiência gerencial que as aparências escondiam e exibe um governo sem foco e dispersivo, que age a reboque dos acontecimentos. A receita ideal para transmitir desconfiança e desestimular investidores. Não por outra razão, a falta de confiança é explicitada na análise de cenário do Banco Central que procura explicar as más notícias.
No plano político, essa percepção produz efeito contrário: anima os atores da sucessão presidencial de 2014, antes intimidados pela popularidade da presidente, e que viam no declínio econômico uma hipótese tão remota quanto eficiente para a competitividade de suas candidaturas.
Por ser da base do governo, é a movimentação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que dá mais consistência a essa análise. Embora ainda preso às cautelas adequadas a um aliado, ele vocaliza o diagnóstico de paralisia e o considera fator decisivo para sua disposição de concorrer em 2014.
No governo o clima é de emergência política. Repetindo seus rivais e adversários, a presidente Dilma avisou que 2013 será para mostrar serviço. Pela primeira vez, está politicamente vulnerável.
A anemia econômica desnuda a ineficiência gerencial que as aparências escondiam e exibe um governo sem foco e dispersivo, que age a reboque dos acontecimentos. A receita ideal para transmitir desconfiança e desestimular investidores. Não por outra razão, a falta de confiança é explicitada na análise de cenário do Banco Central que procura explicar as más notícias.
No plano político, essa percepção produz efeito contrário: anima os atores da sucessão presidencial de 2014, antes intimidados pela popularidade da presidente, e que viam no declínio econômico uma hipótese tão remota quanto eficiente para a competitividade de suas candidaturas.
Por ser da base do governo, é a movimentação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que dá mais consistência a essa análise. Embora ainda preso às cautelas adequadas a um aliado, ele vocaliza o diagnóstico de paralisia e o considera fator decisivo para sua disposição de concorrer em 2014.
No governo o clima é de emergência política. Repetindo seus rivais e adversários, a presidente Dilma avisou que 2013 será para mostrar serviço. Pela primeira vez, está politicamente vulnerável.
Com todo o respeito
Duas preocupações frequentam a pauta do governador Eduardo Campos desde que passou a considerar efetivamente a candidatura presidencial em 2014: não errar na dose crítica ao governo, para não sugerir comportamento eleitoreiro, e evitar conflitos gratuitos ou desnecessários com o Planalto. Tem sido discreto nas críticas à gestão de Dilma e, ainda na sexta-feira, comunicou ao deputado Julio Delgado (PSB-MG), que gostaria de vê-lo fora da disputa pela presidência da Câmara. Sem chances, a candidatura de Delgado não só desgasta a relação como, a persistir, será uma derrota atribuída ao governador e não ao deputado.
Muy amigo
O PSB fez as contas: a média de liberação de emendas a cada um de seus parlamentares foi de R$ 3 milhões, contra R$ 10 milhões de PT e PMDB. "Com um aliado desse, não dá para acreditar em 2018", diz um líder socialista, ironizando o prometido apoio do PT a Eduardo Campos, se ele aceitasse adiar sua candidatura presidencial, dada como certa para 2014, contra a presidente Dilma.
Sem coligação
O PMDB está determinado a resgatar em 2014 a hegemonia na Câmara dos Deputados, perdida para o PT no último pleito. Mesmo se o Congresso não aprovar, na reforma política, o fim das coligações nas eleições proporcionais, o comando peemedebista já bateu o martelo: vai lançar chapas puras para deputados federais e estaduais em 2014, a fim de garantir o maior tempo de televisão e poder de barganha. Avalia-se que só o PT é contra esse ponto numa eventual reforma política.
Na geladeira
Depois de aprovado na Câmara, o governo congelou a criação do 39.º ministério - o da Micro e Pequena Empresa. A ideia é que a secretaria já existente entre nas negociações da próxima mudança ministerial. O projeto parou no Senado. São 68 cargos e orçamento de R$ 7,9 milhões.
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