O GLOBO - 02/12
Verão da bicicleta
A pesquisa é da ONG Transporte Ativo. Entre 2004 e 2012, cresceu 97% o uso de bicicletas no Rio. Um terço dessas pedaladas se deu em uso comercial (entregadores etc.). Na Zona Sul, só a serviço de pet shops, são 100 viagens por dia.
Segue...
Também tem aumentado a venda de bicicletas elétricas, bem mais caras. Marcelo Gomes, da rede Special Bike, diz que a venda das elétricas cresceu 70% este ano em suas quatro lojas no Rio. Em média, vende dez por mês. Custam de R$ 2.990 a R$ 4.690.
Aliás...
Carlos Osório, secretário municipal de Transportes, anuncia para breve a implantação, nos fins de semana, de corredores especiais para ciclistas. Vão ligar bairros onde há grande concentração de bicicletas. Um dos trajetos será o Lagoa-Aterro. Outro, o Aterro-Quinta da Boa Vista.
No mais
Paulo e Rubens Vieira, acusados de se infiltrarem em órgãos públicos para comprar pareceres técnicos, ganharam de gente malvada o apelido de... “Irmãos Metralha”, aqueles das revistinhas da Disney. Com todo o respeito.
O DOMINGO É...
...de Marieta Severo, a talentosa atriz carioca de 66 anos. A querida Marieta aparecerá assim na tela da TV Globo, quinta. Será uma camponesa em “A grande família”. É que Floriano (Vinícius Moreno), neto de dona Nenê, sua personagem, tem um pesadelo com a avó. No sonho, ela é amarrada por soldados e mosqueteiros e desaparece nas chamas de uma fogueira. O pesadelo começa quando Nenê é presa por assumir ter desviado dinheiro da campanha de Agostinho (Pedro Cardoso) para salvar a casa onde a família mora, que vai a leilão. Viva Marieta!
De pai pra filho
O filme “Gonzaga — De pai pra filho”, já assistido por 1,4 milhão de pessoas, reacendeu a polêmica sobre a suposta esterilidade do Rei do Baião, devido a doenças venéreas. José Nêumanne Pinto, o coleguinha paraibano de Uiraúna, estudioso das coisas do Nordeste, sustenta que Gonzagão não era pai de Gonzaguinha:
— À exceção da visita de Gabriel a uma virgem palestina há 2.000 e tantos anos, não há notícia de caso de fruto gerado de semente estéril.
Mas...
Regina Echeverria, autora do livro cujos direitos vendeu para Breno Silveira fazer o filme, diz que a história é antiga:
— Não posso afirmar isso. E tanto pai quanto filho, se quisessem saber mesmo, teriam feito o teste de paternidade.
É que...
Como mostra o filme, Gonzagão não conseguia engravidar a segunda mulher. Regina lembra, no livro, uma frase do Rei do Baião a Gonzaguinha: “Meu sangue não corre nas suas veias, mas você é mais meu filho que qualquer outro.”
— Para tirar isso a limpo, só se a família exumar os dois corpos. Mas, ao registrar o filho como Luiz Gonzaga Jr., Gonzagão deve ter pensado no que estava fazendo.
Ano Milhazes
A artista plástica Beatriz Milhazes continua aquecendo o mercado de arte plásticas. Vai a leilão dia 11 agora sua obra “O verão”, no Atlântica Business Center, no Rio. O lance inicial é de R$ 800 mil. Soraia Cals é a organizadora do evento.
Pega ladrão!
O Maison Vitalícia, salão de madame em Ipanema, no Rio, comprou, veja esta, 50 mantas tigradas de 500 fios egípcios para proteger suas clientes do frio no ar-condicionado. Em menos de um mês, acredite, umas 30... sumiram. Meu Deus.
Vrumm-vruuummm
Veja como o trânsito do Rio anda louco. Para chegar a tempo de fazer seu show, quarta, no Barra Music, Seu Jorge, o cantor, teve de ir de... moto.
‘Empada sou eu’
Adriana da Empadinha, aquela vendedora de quitutes do Complexo do Alemão, no Rio, que faz ponta em “Salve Jorge”, de Glória Perez, na TV Globo, triplicou seu faturamento depois da novela. “Agora, vendo 300 empadinhas e 500 brigadeiros em três, quatro horas”, conta ela.
Aliás...
A quituteira é conhecida no Alemão por anunciar seus produtos com funks adaptados. Mas agora mudou de gênero musical e criou uma versão de... “Esse cara sou eu”, de Roberto Carlos, tema da novela. Canta assim: “E andando na pista eu fico/Na base do grito.../Quem vende empada sou eu!”
FEIJÃO BRANCO
A minha, a sua, a nossa feijoada, quem diria?, foi inventada por brancos, e não, como ensinava dindinha Denaltina, primeira professora, por escravas que aproveitavam as carnes menos nobres descartadas pelos senhores. O professor Almir El-Kareh, da UFF, lança dia 15 de dezembro — com samba e, claro, feijão, na Livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor, no Rio —“A vitória da feijoada”, livro em que desconstrói o mito de que o prato mais típico da culinária brasileira foi criação de negros. Foi nada, desmente El-Kareh, 69 anos, doutor em História pela renomada École des Hautes Études, de Paris.
Segundo o professor, os escravos sequer dispunham de lugar, tempo ou meios para preparar sua própria comida. Uma feijoada, com os recursos disponíveis naqueles dias, levava de seis a oito horas para ficar pronta. Os negros, sustenta o mestre, eram alimentados por seus donos mesmo, e olhe lá. Havia, afirma, duas cozinheiras e duas cozinhas nas fazendas — as dos senhores e as dos escravos.
Para os brancos, a feijoada até era prato principal, mas não único. O professor cita cronistas que, em 1840, registraram ser o feijão com carne seca, paio etc. “um prato essencialmente nacional”, popular a ponto de, em toda festa, ser o atrativo número um à mesa dos europeus e de seus descendentes. “A elite brasileira, sediada no Rio, foi muito competente em seduzir os estrangeiros comum prato da cozinha caseira e tradicional”, escreve o professor, que ainda revela: a delícia era ingerida... “de acordo com a etiqueta europeia”.
Hoje, por ironia, a comida brasileira que faz sucesso lá fora, como se sabe, é o churrasco, cuja ascendência remeteria a índios tupis sul-americanos, que costumavam assar a carne de caça sobre grelhas de madeira. Mas aí é outra história.
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