FOLHA DE SP - 02/12
Força no make-up
Empresas de cosméticos expandem número de lojas para atender a elevação do consumo no Brasil
Para atender o maior consumo de cosméticos no país, uma onda de expansões de marcas no setor se intensificou às vésperas do Natal.
"O setor de beleza acompanha a explosão da indústria de shoppings", afirma João Carlos Basilio, presidente da associação Abihpec.
As prateleiras de farmácias e supermercados também ficaram pequenas para a atual multiplicação do número de categorias, cores e linhas de produtos, de acordo com Basilio.
"É cada vez mais difícil competir pelo espaço. Por isso é importante a criação de varejos e redes próprias."
Alguns associados da entidade chegam a ter cerca de mil produtos em desenvolvimento, segundo Basilio.
"Hoje é preciso ter ponto de venda em todo lugar. Ninguém suporta esperar horas no congestionamento para fazer compra", diz.
A Abihpec não tem consolidado o número de lojas inauguradas recentemente, mas estima que o crescimento real da indústria de higiene, perfumaria e cosméticos será de 11% no ano.
O grupo Boticário é um exemplo da diversificação, com suas novas marcas como Quem Disse, Berenice?, Eudora e The Beauty Box.
"Há espaço no Brasil para um nível de consumo de maquiagem maior. A brasileira consome menos que suas pares latinas e menos ainda que as europeias", afirma Alexandre Bouza, do grupo Boticário.
VITRINE EM SÉRIE
A nova unidade de negócios do grupo Boticário, chamada Quem Disse, Berenice?, aberta há poucos meses, tinha planos de inaugurar apenas seis lojas até o final de 2012.
"Devemos fechar o ano com dez unidades. Os números do ano que vem ainda não estão definidos", diz Alexandre Bouza, diretor da marca.
Além da própria rede, os produtos serão vendidos nas lojas The Beauty Box, do mesmo grupo.
"O produto tem muitos caminhos para chegar ao cliente. A venda direta é muito bem desenvolvida no Brasil. Mas a nossa ideia foi criar uma marca que agregue experiência."
São 500 produtos diferentes, como cem cores de batom e 50 de esmaltes.
PERFUME DE LOJA
A brasileira La Façon já iniciou seu plano de expansão. A empresa, que atuava em multimarcas, começou a avançar com lojas próprias há dois anos, segundo Miriam Penteado Kuhlmann, diretora da marca.
A intenção é instalar unidades em Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro em breve, segundo a empresa.
"A opção por multimarcas foi para consolidar a presença no país. Nosso plano agora é atingir os grandes centros e crescer por meio das lojas próprias", afirma a diretora da empresa, cuja linha de produtos tem 300 itens.
"O foco de algumas marcas é crescer em volume. No nosso caso, precisamos preservar a exclusividade", diz.
VOLUME DA MAQUIAGEM
A marca de cosméticos e perfumes Água de Cheiro começou o ano com 821 lojas e pretende fechar com 950 para aproveitar o crescimento das vendas durante o Natal.
"Para o final de 2013, a previsão é alcançar aproximadamente 1.100 unidades em todo o país", afirma João Brizola, diretor de marketing da companhia.
A marca tem hoje mais de 50 linhas, entre perfumes, colônias, maquiagem e itens de tratamento.
Seu portfólio abrange mais de 400 produtos. Os itens são vendidos em cerca de 600 lojas da Água de Cheiro no Brasil.
RECICLAGEM NO ESPELHO
Após a aquisição completa das marcas Ecologie, a Bril Cosméticos realiza o lançamento de novos produtos e a ampliação de linhas.
Uma das linhas, chamada Raízes, foi reformulada com embalagens elaboradas com resinas recicladas, segundo a empresa, criada pela Bombril.
O projeto recebeu investimento de cerca de R$ 5 milhões e os produtos serão direcionados ao varejo.
São 24 itens desenvolvidos para serem vendidos em farmácias, perfumarias e supermercados.
FUTEBOL DO CAMAROTE
A Arena Pernambuco, operada pela Odebrecht, começará a comercializar seus camarotes e assentos especiais nesta semana.
Os espaços poderão ser adquiridos por temporadas de um, três ou cinco anos. Os proprietários terão direito sobre eles em todos os shows e jogos, excluindo os da Fifa, que ocorrerem no local.
O estádio tem 102 camarotes, a partir de R$ 95 mil por ano, e 4.600 cadeiras, a partir de R$ 4.250.
A empresa contratou a IMX para vender os produtos.
A arena do Grêmio, cuja gestão será feita pela OAS, já tem 60% de seus camarotes comercializados. Os preços vão de R$ 150 mil a R$ 300 mil.
Os planos de vendas dos estádios Fonte Nova (BA) e Dunas (RN), que também serão administrados pelas empresas, estão em fase de elaboração.
SELEÇÃO AMERICANA
A e-commerce Farfetch, sedeada em Londres, vai passar a vender no Brasil roupas de 40 multimarcas americanas em breve.
"Por causa de taxas alfandegárias e de logística, isso não foi possível antes", diz o fundador e CEO da empresa, o português José Neves.
"Mais do que quantidade, teremos outra seleção de peças. A de multimarcas dos EUA é diferente de outras."
Desde 2010 no Brasil, o país é o terceiro maior mercado da Farfetch, depois dos EUA e do Reino Unido.
O valor médio por compra brasileira é um pouco mais alto que no exterior, afirma.
A taxa de devolução no país, por sua vez, é a menor, de 4% em média. A pior é na Alemanha, onde 35% mandam mercadorias de volta. Nos EUA, fica em 25%; no Reino Unido é de 20%, e na Itália, de 10%.
As mercadorias no Brasil são trocadas em, no máximo, sete dias, garante Neves.
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