O senador Aécio Neves não se declara candidato à Presidência da República em 2014, mas é assim que se vê. É dessa perspectiva que analisa o panorama e é para se consolidar como "candidato natural" da oposição que se movimenta.
A estrada é longa – há o ano quem vem todo para atravessar, um discurso a construir e muitos cacos a juntar no PSDB –, mas o alento do tucano é que o caminho não é tão deserto quanto ele mesmo supunha nem o lobo mau anda tão perto a ponto de representar um obstáculo intransponível.
"O resultado da eleição municipal mostrou que não há cidadelas inexpugnáveis, que a popularidade de Dilma e Lula não é garantia de vitória e que a oposição não está morta", diz, afastando a hipótese de estar sendo artificialmente otimista, já que a mais o PT derrotou o PSDB em São Paulo, a mais importante das cidadelas.
Prejuízo grande? "Enorme. Em boa parte devido à ação deletéria de Gilberto Kassab, que conseguiu projeção nacional no espaço aberto para o PSDB, dizimou o DEM, construiu suas pontes com o governo e agora é nosso adversário."
Dano irrecuperável? "Nem de longe. Continuamos com os governos de São Paulo e Minas. Ganhamos as três últimas presidenciais no Sul e Centro-Oeste e agora conquistamos inserção importante no Norte e no Nordeste, de onde havíamos sido praticamente varridos."
Uma surpresa. Meses antes da eleição, os tucanos achavam que no Nordeste a oposição só ganharia em Aracaju, com o veteraníssimo João Alves, do DEM.
Por isso, o saldo de vitórias na parte do país onde o governo federal fincara sólidas bandeiras é visto com festejo: Salvador, Teresina, Maceió, Manaus, Belém e Aracaju. Inclui Fortaleza e Recife, conquistas do PSB em confronto com o PT, para dizer que a invencibilidade de Lula é um mito e a boa avaliação de Dilma não resulta necessariamente em influência de voto.
"A presidente se empenhou pessoalmente em cinco cidades, [Belo Horizonte, Campinas, São Paulo, Manaus, Salvador] e perdeu em quatro."
Mas só isso não faz do PSDB uma opção competitiva nem é suficiente nem para abalar a aliança em torno da reeleição de Dilma Rousseff.
Aécio concorda e acha indispensável pôr a mão na massa e o pé na estrada. Montar um "novo time" quando da mudança da executiva nacional do PSDB em maio, abrindo espaço para a nova geração de prefeitos e parlamentares.
"Depois disso, tenho uns seis meses para viajar pelo país." A ideia é falar nas assembleias legislativas, nas universidades, nas emissoras locais, aproveitando todo tipo oportunidade para levar ao eleitorado temas como saúde, segurança, penúria dos municípios, aparelhamento do Estado, eficácia de gestão, ética na política e mais quais forem os temas escolhidos pelo partido.
E o tom desse discurso, será ameno ou de embate com o Palácio do Planalto?
O senador é criticado dentro e fora do PSDB por ter tido uma atuação frustrante diante da expectativa de que seria o grande líder da oposição depois de deixar o governo de Minas.
"Sei disso. Às vezes penso que talvez tivesse sido melhor não ter ido para o Senado, onde a oposição não tem destaque e o ambiente é de subserviência absoluta."
Daí o plano de atuar mais fora do Parlamento em 2013. Candidatura para valer – "se for o caso", acrescenta a título de precaução –, só na virada do ano eleitoral.
Anuncia que assumirá gradualmente posições mais contundentes, embora dentro de um limite: "Não acho que vá ganhar a eleição quem se dedique exclusivamente a dar pancada no governo. Se eu tivesse feito isso teria sido pior, estaria mais desgastado".
Preservando-se para pescar nas águas governistas?
"Tenho trânsito em todos os partidos, mas no momento a preocupação é outra: cumprir uma agenda que faça do PMDB uma expectativa viável de poder, porque sem esse ativo não vamos atrair ninguém."
A estrada é longa – há o ano quem vem todo para atravessar, um discurso a construir e muitos cacos a juntar no PSDB –, mas o alento do tucano é que o caminho não é tão deserto quanto ele mesmo supunha nem o lobo mau anda tão perto a ponto de representar um obstáculo intransponível.
"O resultado da eleição municipal mostrou que não há cidadelas inexpugnáveis, que a popularidade de Dilma e Lula não é garantia de vitória e que a oposição não está morta", diz, afastando a hipótese de estar sendo artificialmente otimista, já que a mais o PT derrotou o PSDB em São Paulo, a mais importante das cidadelas.
Prejuízo grande? "Enorme. Em boa parte devido à ação deletéria de Gilberto Kassab, que conseguiu projeção nacional no espaço aberto para o PSDB, dizimou o DEM, construiu suas pontes com o governo e agora é nosso adversário."
Dano irrecuperável? "Nem de longe. Continuamos com os governos de São Paulo e Minas. Ganhamos as três últimas presidenciais no Sul e Centro-Oeste e agora conquistamos inserção importante no Norte e no Nordeste, de onde havíamos sido praticamente varridos."
Uma surpresa. Meses antes da eleição, os tucanos achavam que no Nordeste a oposição só ganharia em Aracaju, com o veteraníssimo João Alves, do DEM.
Por isso, o saldo de vitórias na parte do país onde o governo federal fincara sólidas bandeiras é visto com festejo: Salvador, Teresina, Maceió, Manaus, Belém e Aracaju. Inclui Fortaleza e Recife, conquistas do PSB em confronto com o PT, para dizer que a invencibilidade de Lula é um mito e a boa avaliação de Dilma não resulta necessariamente em influência de voto.
"A presidente se empenhou pessoalmente em cinco cidades, [Belo Horizonte, Campinas, São Paulo, Manaus, Salvador] e perdeu em quatro."
Mas só isso não faz do PSDB uma opção competitiva nem é suficiente nem para abalar a aliança em torno da reeleição de Dilma Rousseff.
Aécio concorda e acha indispensável pôr a mão na massa e o pé na estrada. Montar um "novo time" quando da mudança da executiva nacional do PSDB em maio, abrindo espaço para a nova geração de prefeitos e parlamentares.
"Depois disso, tenho uns seis meses para viajar pelo país." A ideia é falar nas assembleias legislativas, nas universidades, nas emissoras locais, aproveitando todo tipo oportunidade para levar ao eleitorado temas como saúde, segurança, penúria dos municípios, aparelhamento do Estado, eficácia de gestão, ética na política e mais quais forem os temas escolhidos pelo partido.
E o tom desse discurso, será ameno ou de embate com o Palácio do Planalto?
O senador é criticado dentro e fora do PSDB por ter tido uma atuação frustrante diante da expectativa de que seria o grande líder da oposição depois de deixar o governo de Minas.
"Sei disso. Às vezes penso que talvez tivesse sido melhor não ter ido para o Senado, onde a oposição não tem destaque e o ambiente é de subserviência absoluta."
Daí o plano de atuar mais fora do Parlamento em 2013. Candidatura para valer – "se for o caso", acrescenta a título de precaução –, só na virada do ano eleitoral.
Anuncia que assumirá gradualmente posições mais contundentes, embora dentro de um limite: "Não acho que vá ganhar a eleição quem se dedique exclusivamente a dar pancada no governo. Se eu tivesse feito isso teria sido pior, estaria mais desgastado".
Preservando-se para pescar nas águas governistas?
"Tenho trânsito em todos os partidos, mas no momento a preocupação é outra: cumprir uma agenda que faça do PMDB uma expectativa viável de poder, porque sem esse ativo não vamos atrair ninguém."
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