BRASÍLIA - O fato novo que retira a CPI do Cachoeira do fundo do poço é que o PMDB usou sua prerrogativa de partido mais esperto do Congresso e se tornou fiel da balança. Ora vota com o "aliado" PT, ora com o "adversário" PSDB. Quebrou-se, também por isso, o acordão original entre tucanos e petistas para livrar a cara de uns e de outros.
O PMDB não aprovou a quebra de sigilo do tucano Marconi Perillo (GO) e, de quebra, empurrou os parceiros governistas, como PSB e PP, para convocar o petista Agnelo Queiroz (DF). Em troca, três dos cinco membros do PSDB ajudaram a evitar que o peemedebista Sérgio Cabral sentasse diante da CPI e das câmeras para dar explicações. Por enquanto...
Há nisso, além da articulação política, também uma base, digamos, técnica. Cabral alega que seu nome não é citado nas fitas da Polícia Federal conhecidas até agora e que não há nada no inquérito contra ele e contra seu governo. Como comparação: o relator Odair Cunha (PT) diz que há 237 referências ao nome de Perillo.
Cabral, porém, ainda não tem nenhum motivo para dormir tranquilo. Não só pelo fato bem mais do que apenas constrangedor da festa dos guardanapos em Paris com assessores e Fernando Cavendish, então da Delta -a estrela na constelação de contratos bilionários do governo do Rio. A insônia deve ser pelo que ainda pode vir por aí.
O destino de Cabral está menos nas mãos do PMDB, do PT e do PSDB do que nas revelações que podem surgir da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da Delta nacional. É aí que mora o perigo, ou o alívio, para o governador do Rio.
Jobim desmentiu a versão de Gilmar, Lula levou 56 horas para se dizer "indignado", o PT reagiu 3 a 4 dias depois. Mas ninguém diz o que, afinal, Lula e Gilmar falaram. Como sempre, a versão de Lula é a que prevalece. Qual? Não se sabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário