O GLOBO - 07/05/12
No próximo domingo é o Dia das Mães e, revendo o que publiquei por aqui no ano passado, percebo que muita coisa mudou, mas nem tudo: a incansável e ativa D. Christina ainda continua com seu firme e fundamental apoio às minhas decisões e também as de meus filhos: a futura médica Maria Luiza, que da avó herdou a obstinação para conquistar seus sonhos, aproveita os almoços semanais para, entre a leitura de um livro e a preparação para um teste, reforçar suas convicções profissionais; e o quem-sabe-futuro-engenheiro Rodrigo, que dela herdou a paciência - já é um pequeno poupador, viva! - aproveita seu convívio para trocar impressões sobre o futuro, sobre os amigos e sobre o Fluminense, lacuna que infelizmente não preencho em razão de meu total desinteresse pelo futebol. Laços familiares, um verdadeiro presente, (talvez ultrapassado, alguns dirão!) para uma época em que, parece-me, os valores são medidos tão somente nos saldos bancários. E por falar neles...
Sei que você, meu querido leitor, com um olho na família e o outro no noticiário econômico, deve estar se perguntado onde iremos parar com tantas mudanças decorrentes da queda dos juros: na semana passada, por exemplo, em uma nova rodada nesta discussão, as regras da caderneta de poupança foram finalmente alteradas, confirmando as minhas impressões em artigos anteriores. Vejamos alguns impactos:
(1) Poupança - saldos existentes até 03/05: Nada muda, continuando a render 6,17% ao ano além da TR e independentemente do que vier a ocorrer com a Taxa Selic. Como já se preveem novas quedas nas taxas, acabará se revelando um bom investimento já que continua isenta de IR. Possivelmente, para prazos mais curtos, ganhará da maioria dos fundos de renda fixa espalhados por aí. É dinheiro para não mexer.
(2) Poupança - novos depósitos a partir de 04/05: Enquanto a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, renderá os mesmos 6,17% que os saldos anteriores a esta data, o que pode dar a falsa ideia de que nada mudou, pois hoje a Selic ainda está acima deste patamar. Na verdade, tão logo a Selic fique abaixo dos 8,5%, a remuneração destes novos depósitos também se reduzirá. Mas atenção para alguns pontos: (a) no caso de você misturar depósitos novos em poupanças antigas, a taxa mais baixa - quando ocorrer - somente incidirá sobre o novo dinheiro. O dinheiro antigo continua sob a regra antiga, rendendo mais; (b) na situação citada no item anterior, caso você venha sacar recursos, o dinheiro novo é que sairá primeiro, não prejudicando assim a rentabilidade maior do saldo antigo; (c) uma futura queda da Selic não obrigatoriamente tornará a poupança uma pior aplicação que seus concorrentes diretos, os fundos de investimento, já que estes, usualmente, tem a remuneração também atrelada à Selic, não é mesmo?
(3) Casa Própria - como aproximadamente 70% dos saldos das cadernetas têm que ser destinados ao setor imobiliário, já é previsível que a futura queda da Selic abrirá caminho para a redução das taxas de juros cobradas de quem financia a casa própria. Pelo sim, pelo não, a Caixa Econômica Federal já lançou a ofensiva de juros mais atrativos para esta linha de crédito. Enfim, mudanças para mãe nenhuma botar defeito!
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