O GLOBO - 07/05/12
Se em 30 de maio o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar as taxas básicas de juros para 8,5%, como agora é esperado por quase todos no mercado financeiro, os depósitos feitos nas cadernetas de poupança desde o último dia 4 terão um rendimento, isento de qualquer tributo, equivalente a 5,6% ao ano. E a tendência é que a rentabilidade líquida dos fundos de investimento recue para a faixa de 7% ao ano.
Ou até menos. Assim, pelo andar da carruagem, os juros reais auferidos pela grande maioria dos investidores no Brasil ficará em torno de 3% ao ano. Será então inevitável que parte da poupança financeira do país se destine a aplicações de renda variável, como fundos de ações. O sobe e desce da bolsa é capaz de provocar urticária nos que desejam paz e tranquilidade, pois a lógica do mercado (será que há alguma?) é incompreensível. No entanto, é possível investir em ações calculando-se o retorno do capital com base nos dividendos distribuídos pelas empresas. Em contexto de juros altos, dividendos fazem pouca diferença. Mas, com juros em queda, é caso a se pensar.
No último boletim da sua Macrométrica, Francisco Lopes traça um panorama bem positivo para a economia brasileira nos próximos anos. Mesmo para 2012, para o qual as projeções não andam otimistas, ele acredita que haverá uma aceleração no ritmo de crescimento ao longo do ano, chegando-se a 4,5%, patamar que poderá ser mantido em 2013 e 2014, por exemplo. Já no ano que vem Lopes acredita que a indústria passará a crescer mais do que a média da economia, enquanto a agropecuária e os serviços se expandirão ligeiramente abaixo. A própria indústria de transformação tende a se recuperar, puxada pelos segmentos de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos) e bens de capital (máquinas, equipamentos e caminhões), este, por sinal, com um ritmo de expansão de 16%.
Talvez contribua por isso uma certa desvalorização do real, que tenderia para a casa de R$ 2,20 nos próximos anos, em decorrência do aumento do déficit nas transações correntes (mercadorias e serviços) e de uma flutuação "mais limpa" do câmbio, já refletindo a queda da taxa de juros no país. A hipótese de desvalorização do real curiosamente não chegaria a comprometer o controle da inflação nem a tendência de queda das taxas de juros básicos para o patamar de 8% (ou de 6,5% no longo prazo).
Tal tendência deve se manter mesmo com os Estados Unidos sendo obrigados novamente a elevar seus juros básicos por conta de uma relevante recuperação em 2013 e 2014. Nesse caso, o que haveria é uma diminuição da distância entre as taxas brasileira e americana, que encurtaria para dois pontos percentuais, aproximadamente.
A Light inaugura este mês a pequena central hidrelétrica (PCH) que construiu em Paracambi, município às bordas da Baixada Fluminense que é também a última estação dos trens de passageiros da SuperVia. Já a hidrelétrica Simplício, na divisa do Estado do Rio com Minas, continua aguardando uma solução para o impasse judicial que impede seu funcionamento. Uma parte da vazão do Rio Paraíba do Sul será desviada, na barragem de Anta (Três Rios), por um canal adutor, percorrendo 13 quilômetros até a hidrelétrica, onde uma das quatro turbinas está instalada e pronta para gerar energia. Quando isso ocorrer, nos períodos de pouca chuva o leito natural do Paraíba minguará até se reencontrar com a queda d"água de Simplício. Nesse antigo trecho, há ocupações às margens do rio, que deveriam ser reassentadas pelo poder público e não o foram. Existe uma preocupação que o esgoto dessas casas, jogado no rio, o transforme em um leito morto nos períodos de pouca chuva. Enquanto não se encontra uma solução, a barragem de Anta não é fechada para o enchimento do canal adutor.
Simplício pode gerar 330 megawatts quando operar a plena capacidade. Está muito perto de centros consumidores, e foi a primeira hidrelétrica 100% construída pela estatal Furnas desde que os investimentos privados se tornaram predominantes no setor.
O ingresso para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres já é negociado no mercado paralelo por seis mil libras, ou seja, por mais de R$ 18 mil. Tem gente disposta a pagar qualquer coisa para testemunhar esse momento.
E a propósito de grandes eventos, a GL, arrendatária do Riocentro, promoverá este mês uma concorrência privada para escolha da construtora que edificará o novo hotel anunciado para o local. A obra, gerenciada pela Concremat, andará rápido, pois o projeto executivo já foi detalhado. Serão 310 quartos, todos reservados nos primeiros oito meses para o comitê organizador da Copa do Mundo, já a partir de dezembro de 2013. O Riocentro, aliás, ficará nesse período quase totalmente disponível para a Copa. Um dos pavilhões será o quartel general da Fifa. Os demais deverão abrigar estúdios de rádio e TV, pequenas redações de jornais e sites, centrais de comunicação etc. Nos Jogos Olímpicos de 2016 acontecerá algo semelhante. O hotel, com a bandeira Mercure, ficará a cargo da rede francesa Accor. Os hóspedes serão preferencialmente participantes de feiras e congressos no Riocentro.
Em junho, o Riocentro será a sede da conferência internacional Rio+20. Além do reforço do sistema de fornecimento de energia já energia, o Riocentro, contará, na retaguarda, com 18 geradores a biocombustível. No mundo, há poucos desse tipo. Os 18 foram alugados da companhia Aggreco e funcionarão a 30% de capacidade, para atender a qualquer imprevisto na rede elétrica.
Ou até menos. Assim, pelo andar da carruagem, os juros reais auferidos pela grande maioria dos investidores no Brasil ficará em torno de 3% ao ano. Será então inevitável que parte da poupança financeira do país se destine a aplicações de renda variável, como fundos de ações. O sobe e desce da bolsa é capaz de provocar urticária nos que desejam paz e tranquilidade, pois a lógica do mercado (será que há alguma?) é incompreensível. No entanto, é possível investir em ações calculando-se o retorno do capital com base nos dividendos distribuídos pelas empresas. Em contexto de juros altos, dividendos fazem pouca diferença. Mas, com juros em queda, é caso a se pensar.
No último boletim da sua Macrométrica, Francisco Lopes traça um panorama bem positivo para a economia brasileira nos próximos anos. Mesmo para 2012, para o qual as projeções não andam otimistas, ele acredita que haverá uma aceleração no ritmo de crescimento ao longo do ano, chegando-se a 4,5%, patamar que poderá ser mantido em 2013 e 2014, por exemplo. Já no ano que vem Lopes acredita que a indústria passará a crescer mais do que a média da economia, enquanto a agropecuária e os serviços se expandirão ligeiramente abaixo. A própria indústria de transformação tende a se recuperar, puxada pelos segmentos de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos) e bens de capital (máquinas, equipamentos e caminhões), este, por sinal, com um ritmo de expansão de 16%.
Talvez contribua por isso uma certa desvalorização do real, que tenderia para a casa de R$ 2,20 nos próximos anos, em decorrência do aumento do déficit nas transações correntes (mercadorias e serviços) e de uma flutuação "mais limpa" do câmbio, já refletindo a queda da taxa de juros no país. A hipótese de desvalorização do real curiosamente não chegaria a comprometer o controle da inflação nem a tendência de queda das taxas de juros básicos para o patamar de 8% (ou de 6,5% no longo prazo).
Tal tendência deve se manter mesmo com os Estados Unidos sendo obrigados novamente a elevar seus juros básicos por conta de uma relevante recuperação em 2013 e 2014. Nesse caso, o que haveria é uma diminuição da distância entre as taxas brasileira e americana, que encurtaria para dois pontos percentuais, aproximadamente.
A Light inaugura este mês a pequena central hidrelétrica (PCH) que construiu em Paracambi, município às bordas da Baixada Fluminense que é também a última estação dos trens de passageiros da SuperVia. Já a hidrelétrica Simplício, na divisa do Estado do Rio com Minas, continua aguardando uma solução para o impasse judicial que impede seu funcionamento. Uma parte da vazão do Rio Paraíba do Sul será desviada, na barragem de Anta (Três Rios), por um canal adutor, percorrendo 13 quilômetros até a hidrelétrica, onde uma das quatro turbinas está instalada e pronta para gerar energia. Quando isso ocorrer, nos períodos de pouca chuva o leito natural do Paraíba minguará até se reencontrar com a queda d"água de Simplício. Nesse antigo trecho, há ocupações às margens do rio, que deveriam ser reassentadas pelo poder público e não o foram. Existe uma preocupação que o esgoto dessas casas, jogado no rio, o transforme em um leito morto nos períodos de pouca chuva. Enquanto não se encontra uma solução, a barragem de Anta não é fechada para o enchimento do canal adutor.
Simplício pode gerar 330 megawatts quando operar a plena capacidade. Está muito perto de centros consumidores, e foi a primeira hidrelétrica 100% construída pela estatal Furnas desde que os investimentos privados se tornaram predominantes no setor.
O ingresso para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres já é negociado no mercado paralelo por seis mil libras, ou seja, por mais de R$ 18 mil. Tem gente disposta a pagar qualquer coisa para testemunhar esse momento.
E a propósito de grandes eventos, a GL, arrendatária do Riocentro, promoverá este mês uma concorrência privada para escolha da construtora que edificará o novo hotel anunciado para o local. A obra, gerenciada pela Concremat, andará rápido, pois o projeto executivo já foi detalhado. Serão 310 quartos, todos reservados nos primeiros oito meses para o comitê organizador da Copa do Mundo, já a partir de dezembro de 2013. O Riocentro, aliás, ficará nesse período quase totalmente disponível para a Copa. Um dos pavilhões será o quartel general da Fifa. Os demais deverão abrigar estúdios de rádio e TV, pequenas redações de jornais e sites, centrais de comunicação etc. Nos Jogos Olímpicos de 2016 acontecerá algo semelhante. O hotel, com a bandeira Mercure, ficará a cargo da rede francesa Accor. Os hóspedes serão preferencialmente participantes de feiras e congressos no Riocentro.
Em junho, o Riocentro será a sede da conferência internacional Rio+20. Além do reforço do sistema de fornecimento de energia já energia, o Riocentro, contará, na retaguarda, com 18 geradores a biocombustível. No mundo, há poucos desse tipo. Os 18 foram alugados da companhia Aggreco e funcionarão a 30% de capacidade, para atender a qualquer imprevisto na rede elétrica.
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