O GLOBO - 04/08
É paradoxal a persistência de políticas equivocadas em uma sociedade em que são compartilhados conhecimento e informações
A persistência no erro deveria ser um fenômeno fugaz diante das comunicações instantâneas em plena era do conhecimento. Acompanhamos em tempo real os eventos em todo o mundo e, por mais complexas que sejam as razões ou causas de um problema ou uma crise específica, formamos rapidamente nossas opiniões a respeito do que ocorre. Mas, apesar dessa rápida avaliação, persistem os erros, como observamos em toda parte, porque predominam os interesses adquiridos de quem tem a força em cada situação.
Há entre cientistas políticos independentes qualquer dúvida quanto ao histórico equívoco do isolamento da Coreia do Norte? Ou quanto aos riscos de uma perturbação da ordem mundial pela excessiva dose de nacionalismo dos governos russo ou israelense em busca de aprovação política interna? Ou quanto ao fato de que já chegou a hora de tolerância zero com organizações terroristas e seus hipócritas apoiadores? Há entre economistas de boa estirpe quaisquer dúvidas quanto à inexorável degeneração causada pelo socialismo do século XX em Cuba ou pelo bolivarianismo socialista do século XXI na Venezuela? Ou quanto às origens internas da crise argentina?
A persistência nos erros é também manifestamente brasileira. Estamos há décadas expandindo os gastos públicos rumo aos 40% do Produto Interno Bruto, em meio ao mais longo programa de estabilização da História universal. Perdemos em torno de 50 bilhões de dólares em reservas internacionais para ancorar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e empenhamos agora quase o dobro para a reeleição de Dilma Rousseff. São também décadas de escândalos de corrupção sistêmica, e ainda não vi de qualquer dos candidatos presidenciais o compromisso explícito com a necessária reforma política.
A boa notícia é que nós, especialistas, sabemos que equívocos estamos cometendo. A má notícia é essa paradoxal persistência nos erros em uma sociedade aberta, em que são compartilhados o conhecimento e as informações. A engrenagem econômica começa a chiar. Há muitos preços críticos fora de lugar: juros elevados, câmbio baixo demais, combustíveis e eletricidade artificialmente baratos, encargos trabalhistas excessivos, encarecendo também artificialmente o custo da mão de obra. Haverá em breve, logo após as eleições, choro e ranger de dentes.
Há entre cientistas políticos independentes qualquer dúvida quanto ao histórico equívoco do isolamento da Coreia do Norte? Ou quanto aos riscos de uma perturbação da ordem mundial pela excessiva dose de nacionalismo dos governos russo ou israelense em busca de aprovação política interna? Ou quanto ao fato de que já chegou a hora de tolerância zero com organizações terroristas e seus hipócritas apoiadores? Há entre economistas de boa estirpe quaisquer dúvidas quanto à inexorável degeneração causada pelo socialismo do século XX em Cuba ou pelo bolivarianismo socialista do século XXI na Venezuela? Ou quanto às origens internas da crise argentina?
A persistência nos erros é também manifestamente brasileira. Estamos há décadas expandindo os gastos públicos rumo aos 40% do Produto Interno Bruto, em meio ao mais longo programa de estabilização da História universal. Perdemos em torno de 50 bilhões de dólares em reservas internacionais para ancorar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e empenhamos agora quase o dobro para a reeleição de Dilma Rousseff. São também décadas de escândalos de corrupção sistêmica, e ainda não vi de qualquer dos candidatos presidenciais o compromisso explícito com a necessária reforma política.
A boa notícia é que nós, especialistas, sabemos que equívocos estamos cometendo. A má notícia é essa paradoxal persistência nos erros em uma sociedade aberta, em que são compartilhados o conhecimento e as informações. A engrenagem econômica começa a chiar. Há muitos preços críticos fora de lugar: juros elevados, câmbio baixo demais, combustíveis e eletricidade artificialmente baratos, encargos trabalhistas excessivos, encarecendo também artificialmente o custo da mão de obra. Haverá em breve, logo após as eleições, choro e ranger de dentes.
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