CORREIO BRAZILIENSE - 04/08
Doença fatal, sem cura nem vacina para preveni-la, o ebola avança no oeste da África, na pior epidemia da história. Mais de 700 pessoas morreram entre março e o fim de julho, acima de mil estão infectadas e autoridades de várias partes do planeta temem que a febre hemorrágica se propague para além do continente africano.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emite recomendações. Os Estados Unidos elevaram ao nível máximo o alerta de viagens para Guiné, Libéria e Serra Leoa. O Brasil, por sua vez, descarta a necessidade de medidas drásticas, limitando-se a aumentar a vigilância - um pouco mais que a rotina - sobre viajantes que apresentem sintomas clássicos, como febre, diarreia e hemorragia.
Para o Ministério da Saúde, é pequena a possibilidade de o vírus - que se propaga por meio de contato direto com muco, sêmen, saliva, suor, vômito, fezes e sangue - chegar ao país. É fato. Tanto que, desde a descoberta da doença, em 1976, não se tem notícia de caso fora da África. Mas, como cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, é melhor prevenir.
Na quinta-feira, no Paraná, a Secretaria de Saúde de Londrina chegou a investigar se uma angolana de 46 anos, que veio ao Brasil para a formatura do filho e apresentava quadro de saúde semelhante, não estava com ebola. Exames constataram que ela tinha pneumonia e anemia. Entretanto, não foi investigada à toa. Afinal, ainda que não haja contágio no período de incubação, levam-se, em regra, de duas a três semanas da infecção até o aparecimento dos sintomas.
Os surtos de ebola são, historicamente, localizados. Mas o temor internacional de eventual disseminação da atual epidemia tem razão de ser. É que há casos em três países - Guiné, Libéria e Serra Leoa (esses dois últimos em estado de emergência desde a semana passada) -, fora um registro na Nigéria, de paciente contaminado em outro país. Portanto, uma vez mais, toda cautela é pouca. Até porque a taxa de letalidade da doença é muito alta: de até 90%.
Os Estados Unidos recomendam não viajar aos países afetados a não ser por extrema necessidade. Mais radical, a chinesa Hong Kong anuncia quarentena para viajantes vindos da região em que o ebola está ativo. O Japão pôs os hospitais em alerta. O Reino Unido discute a ameaça. Empresas aéreas suspendem ou monitoram voos, enquanto a Organização da Aviação Civil Internacional define procedimentos com a OMS. Enfim, as precauções são variadas - e indicativas do grau de preocupação internacional.
Nem que seja para maior tranquilidade dos cidadãos, o Brasil precisa relevar a dificuldade de contágio e considerar, sim, a hipótese de o vírus desembarcar em território nacional. No mínimo, cabem uma campanha de esclarecimento da população, um sinal de alerta aos profissionais da saúde e a preparação da rede pública para eventual emergência. O ebola é altamente contagioso. Não seria nada recomendável esperar que chegasse aqui para só então pensar em providências.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emite recomendações. Os Estados Unidos elevaram ao nível máximo o alerta de viagens para Guiné, Libéria e Serra Leoa. O Brasil, por sua vez, descarta a necessidade de medidas drásticas, limitando-se a aumentar a vigilância - um pouco mais que a rotina - sobre viajantes que apresentem sintomas clássicos, como febre, diarreia e hemorragia.
Para o Ministério da Saúde, é pequena a possibilidade de o vírus - que se propaga por meio de contato direto com muco, sêmen, saliva, suor, vômito, fezes e sangue - chegar ao país. É fato. Tanto que, desde a descoberta da doença, em 1976, não se tem notícia de caso fora da África. Mas, como cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, é melhor prevenir.
Na quinta-feira, no Paraná, a Secretaria de Saúde de Londrina chegou a investigar se uma angolana de 46 anos, que veio ao Brasil para a formatura do filho e apresentava quadro de saúde semelhante, não estava com ebola. Exames constataram que ela tinha pneumonia e anemia. Entretanto, não foi investigada à toa. Afinal, ainda que não haja contágio no período de incubação, levam-se, em regra, de duas a três semanas da infecção até o aparecimento dos sintomas.
Os surtos de ebola são, historicamente, localizados. Mas o temor internacional de eventual disseminação da atual epidemia tem razão de ser. É que há casos em três países - Guiné, Libéria e Serra Leoa (esses dois últimos em estado de emergência desde a semana passada) -, fora um registro na Nigéria, de paciente contaminado em outro país. Portanto, uma vez mais, toda cautela é pouca. Até porque a taxa de letalidade da doença é muito alta: de até 90%.
Os Estados Unidos recomendam não viajar aos países afetados a não ser por extrema necessidade. Mais radical, a chinesa Hong Kong anuncia quarentena para viajantes vindos da região em que o ebola está ativo. O Japão pôs os hospitais em alerta. O Reino Unido discute a ameaça. Empresas aéreas suspendem ou monitoram voos, enquanto a Organização da Aviação Civil Internacional define procedimentos com a OMS. Enfim, as precauções são variadas - e indicativas do grau de preocupação internacional.
Nem que seja para maior tranquilidade dos cidadãos, o Brasil precisa relevar a dificuldade de contágio e considerar, sim, a hipótese de o vírus desembarcar em território nacional. No mínimo, cabem uma campanha de esclarecimento da população, um sinal de alerta aos profissionais da saúde e a preparação da rede pública para eventual emergência. O ebola é altamente contagioso. Não seria nada recomendável esperar que chegasse aqui para só então pensar em providências.
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