CORREIO BRAZILIENSE - 25/04
Uma das agruras que mais apreensão causam ao país é a crise energética. Ela não só compromete o presente. Os malefícios vão além dos apagões que descongelam freezers, estragam aparelhos eletroeletrônicos, prejudicam o comércio, agravam o fornecimento de água, pioram o já assustador quadro da segurança pública. A tragédia se estende ao futuro.
Afugenta investimentos indispensáveis ao crescimento nacional. Nenhuma organização aplicará capital sem a certeza de dispor do insumo por período considerado confortável. O horizonte do setor vem se estreitando nos últimos anos, sem que os leilões de energia consigam entregar o contrato no tempo estipulado.
Não só. No mundo globalizado, não faltam ofertas para atrair empresas brasileiras seja com abundância de energia, seja com mão de obra mais qualificada e carga tributária menos escorchante. Escassa e cara no Brasil, a eletricidade dos países vizinhos, como o Paraguai, passou a servir de chamariz para indústrias verde-amarelas.
Apesar da gravidade da situação, as medidas tomadas pelo governo vão na contramão do bom senso. Reduzir o preço da energia deu sinal trocado aos consumidores. Sem possibilidade de revogar a lei da oferta e da procura por decreto, o corte no custo incentivou o consumo. Dar-se conta do erro, porém, não foi suficiente para a volta atrás.
O Ministério de Minas e Energia insistiu na estratégia de tapar o sol com a peneira. Chegou a convocar entrevista coletiva em que autoridades do setor afirmaram haver risco zero para racionamento. Diante do descontentamento do setor elétrico frente à falta de respostas, o governo apelou para manobra pra lá de heterodoxa.
Obrigou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade privada, a assumir empréstimo de R$ 11,2 bilhões para socorrer as 40 distribuidoras de energia do país. Três dos seus cinco conselheiros, ante a operação arbitrária e arriscada, pediram demissão. Temiam, com razão, ter de responder pelo ato e pagar a aventura com o próprio patrimônio.
As iniciativas erráticas instalaram clima de insegurança no país. Sem uma política energética, o governo trata problema de tal magnitude com remendos. Teme que iniciativas corretas, impostas pela urgência, comprometam a reeleição da presidente. Dilma Rousseff assumiu o Planalto com a aura de gerente qualificada e especialista em energia. Passados mais de três anos de mandato, o saldo desmente a fama.
Ao lançar mão do intervencionismo demagógico para baixar a conta de luz e retardar reajustes certos, Dilma acabou enveredando por uma enrascada que já custa R$ 30 bilhões apenas para cobrir os gastos com a energia de curto prazo. Analistas e os próprios empresários pediram à presidente que recomendasse economia aos consumidores. Adesão voluntária, em torno de 5% de redução da demanda, evitaria esse imbróglio bilionário, além de atenuar os riscos de colapso mais adiante.
A subordinação dos interesses nacionais a cálculos eleitoreiros assusta e revolta. O país dispõe de técnicos aptos a traçar planos de curto, médio e longo prazo para fazer frente aos desafios do setor energético. Mas são ignorados em nome de causa menor. Vale lembrar: o Brasil é grande demais para ser reduzido a cálculos mesquinhos.
Afugenta investimentos indispensáveis ao crescimento nacional. Nenhuma organização aplicará capital sem a certeza de dispor do insumo por período considerado confortável. O horizonte do setor vem se estreitando nos últimos anos, sem que os leilões de energia consigam entregar o contrato no tempo estipulado.
Não só. No mundo globalizado, não faltam ofertas para atrair empresas brasileiras seja com abundância de energia, seja com mão de obra mais qualificada e carga tributária menos escorchante. Escassa e cara no Brasil, a eletricidade dos países vizinhos, como o Paraguai, passou a servir de chamariz para indústrias verde-amarelas.
Apesar da gravidade da situação, as medidas tomadas pelo governo vão na contramão do bom senso. Reduzir o preço da energia deu sinal trocado aos consumidores. Sem possibilidade de revogar a lei da oferta e da procura por decreto, o corte no custo incentivou o consumo. Dar-se conta do erro, porém, não foi suficiente para a volta atrás.
O Ministério de Minas e Energia insistiu na estratégia de tapar o sol com a peneira. Chegou a convocar entrevista coletiva em que autoridades do setor afirmaram haver risco zero para racionamento. Diante do descontentamento do setor elétrico frente à falta de respostas, o governo apelou para manobra pra lá de heterodoxa.
Obrigou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade privada, a assumir empréstimo de R$ 11,2 bilhões para socorrer as 40 distribuidoras de energia do país. Três dos seus cinco conselheiros, ante a operação arbitrária e arriscada, pediram demissão. Temiam, com razão, ter de responder pelo ato e pagar a aventura com o próprio patrimônio.
As iniciativas erráticas instalaram clima de insegurança no país. Sem uma política energética, o governo trata problema de tal magnitude com remendos. Teme que iniciativas corretas, impostas pela urgência, comprometam a reeleição da presidente. Dilma Rousseff assumiu o Planalto com a aura de gerente qualificada e especialista em energia. Passados mais de três anos de mandato, o saldo desmente a fama.
Ao lançar mão do intervencionismo demagógico para baixar a conta de luz e retardar reajustes certos, Dilma acabou enveredando por uma enrascada que já custa R$ 30 bilhões apenas para cobrir os gastos com a energia de curto prazo. Analistas e os próprios empresários pediram à presidente que recomendasse economia aos consumidores. Adesão voluntária, em torno de 5% de redução da demanda, evitaria esse imbróglio bilionário, além de atenuar os riscos de colapso mais adiante.
A subordinação dos interesses nacionais a cálculos eleitoreiros assusta e revolta. O país dispõe de técnicos aptos a traçar planos de curto, médio e longo prazo para fazer frente aos desafios do setor energético. Mas são ignorados em nome de causa menor. Vale lembrar: o Brasil é grande demais para ser reduzido a cálculos mesquinhos.
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