Quanto mais o governo tenta empastelar a CPI para investigara compra da refinaria de Pasadena e outras denúncias de malfeitorias na Petrobras, mais contradições surgem e levam Dilma Rousseff ao centro da desastrosa operação. Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli chamou a presidente da República às falas e afirmou categoricamente que ela, na época presidente do Conselho de Administração da empresa, "não pode fugir da responsabilidade" pela transação que causou um prejuízo demais de US$ 1,2 bilhão aos cofres nacionais.
As declarações de Gabrielli, homem de confiança do ex-presidente Lula, também se chocam como que disse a atual comandante da Petrobras, Graça Foster, para quem a compra de 50% de Pasadena por US$ 360 milhões "não foi um bom negócio". Afinal, apenas um ano antes de a estatal brasileira desembolsar esse valor pela refinaria americana, a companhia belga Astra Oil pagou US$ 42,5 milhões pela mesma empresa.
Graças a duas cláusulas contratuais, a Petrobras ainda teria de assegurar aos belgas uma rentabilidade de 6,9% ao ano independentemente do resultado obtido pela refinaria, além de comprar os 50% restantes se houvesse impasse entre os sócios, o que acabou ocorrendo, com perdas ainda maiores após uma batalha judicial nos Estados Unidos. Como se não bastassem a sucessão de equívocos e a irresponsabilidade com o dinheiro público, a Petrobras se recusou a revender a parte adquirida da refinaria americana de volta aos sócios, em 2007, quando o grupo belga sugeriu a recompra, segundo informou a "Folha de S.Paulo".
À medida que são revelados novos fatos envolvendo a nebulosa operação de Pasadena, o cipoal de contradições formado pelos artífices do negócio se mostra cada vez mais enredado. Dilma, Graça Foster, Lula, Gabrielli e até o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a quem a presidente da República culpou por elaborar um resumo executivo "técnica e juridicamente falho" que omitia as duas cláusulas controversas do contrato, não se entendem na tentativa de explicar o inexplicável.
A verdade é que não há justificativa possível para tamanho descalabro. A entrevista de Gabrielli e os depoimentos de Graça Foster e Cerveró, assim como a manifestação titubeante da Presidência da República, lançam sombras sobre a gestão temerária que vem dilapidando a Petrobras desde o governo Lula e reforçam a necessidade de uma CPI para abrir a caixa-preta da empresa mais importante do país.
Não se trata apenas de investigar Pasadena, mas também a construção da refinaria Abreu e Lima, orçada em US$ 2,5 bilhões e que já superou os US$ 20 bilhões. O estouro no orçamento do complexo petroquímico do Rio, que saltou de R$ 19,5 bilhões para R$ 26 bilhões. O pagamento de US$ 30 bilhões em propinas a funcionários que teriam favorecido uma empresa holandesa em contratos. A prisão de diretor suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou US$ 10 bilhões.
A sociedade, cujo vínculo com a Petrobras se confunde com a própria nacionalidade brasileira, exige explicações. Ao invés de tentar esvaziar as investigações no Congresso, Dilma Rousseff deveria seguir a recomendação de Gabrielli, pupilo de Lula, e assumir suas responsabilidades. Se não o fizer, assinará o atestado de culpa pelo desastre de Pasadena.
As declarações de Gabrielli, homem de confiança do ex-presidente Lula, também se chocam como que disse a atual comandante da Petrobras, Graça Foster, para quem a compra de 50% de Pasadena por US$ 360 milhões "não foi um bom negócio". Afinal, apenas um ano antes de a estatal brasileira desembolsar esse valor pela refinaria americana, a companhia belga Astra Oil pagou US$ 42,5 milhões pela mesma empresa.
Graças a duas cláusulas contratuais, a Petrobras ainda teria de assegurar aos belgas uma rentabilidade de 6,9% ao ano independentemente do resultado obtido pela refinaria, além de comprar os 50% restantes se houvesse impasse entre os sócios, o que acabou ocorrendo, com perdas ainda maiores após uma batalha judicial nos Estados Unidos. Como se não bastassem a sucessão de equívocos e a irresponsabilidade com o dinheiro público, a Petrobras se recusou a revender a parte adquirida da refinaria americana de volta aos sócios, em 2007, quando o grupo belga sugeriu a recompra, segundo informou a "Folha de S.Paulo".
À medida que são revelados novos fatos envolvendo a nebulosa operação de Pasadena, o cipoal de contradições formado pelos artífices do negócio se mostra cada vez mais enredado. Dilma, Graça Foster, Lula, Gabrielli e até o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a quem a presidente da República culpou por elaborar um resumo executivo "técnica e juridicamente falho" que omitia as duas cláusulas controversas do contrato, não se entendem na tentativa de explicar o inexplicável.
A verdade é que não há justificativa possível para tamanho descalabro. A entrevista de Gabrielli e os depoimentos de Graça Foster e Cerveró, assim como a manifestação titubeante da Presidência da República, lançam sombras sobre a gestão temerária que vem dilapidando a Petrobras desde o governo Lula e reforçam a necessidade de uma CPI para abrir a caixa-preta da empresa mais importante do país.
Não se trata apenas de investigar Pasadena, mas também a construção da refinaria Abreu e Lima, orçada em US$ 2,5 bilhões e que já superou os US$ 20 bilhões. O estouro no orçamento do complexo petroquímico do Rio, que saltou de R$ 19,5 bilhões para R$ 26 bilhões. O pagamento de US$ 30 bilhões em propinas a funcionários que teriam favorecido uma empresa holandesa em contratos. A prisão de diretor suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou US$ 10 bilhões.
A sociedade, cujo vínculo com a Petrobras se confunde com a própria nacionalidade brasileira, exige explicações. Ao invés de tentar esvaziar as investigações no Congresso, Dilma Rousseff deveria seguir a recomendação de Gabrielli, pupilo de Lula, e assumir suas responsabilidades. Se não o fizer, assinará o atestado de culpa pelo desastre de Pasadena.
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