FOLHA DE SP - 09/12
Venda de recebíveis cresce entre pequenas empresas
Impulsionado pela redução na oferta de crédito nos bancos, o setor de factoring (compra de títulos recebíveis) fechará 2013 com um crescimento de 11% em relação a 2012, de acordo com a Anfac (associação do segmento).
Para 2014, a projeção de alta é ainda maior, de 20%.
O valor movimentado, que no ano passado foi de R$ 90 bilhões, chegará a R$ 100 bilhões neste ano. Em 2014, a estimativa é que atinja R$ 120 bilhões, segundo a entidade.
Tanto neste ano como no próximo, a expansão será puxada por pequenas e médias empresas.
São sobretudo os empresários de menor porte os que enfrentam barreiras maiores na obtenção de financiamentos bancários e recorrem ao factoring em busca de recursos.
"Com uma instabilidade maior da economia e mais dificuldade de crédito nos bancos, houve espaço para a evolução do nosso setor", afirma Luiz Lemos Leite, presidente da associação.
"Foi uma brecha de mercado que se abriu", diz.
As companhias de fomento comercial compram recebíveis de empresas que precisam de dinheiro para, por exemplo, ter capital de giro ou adquirir matéria prima.
"A empresa vende seu produto a prazo, mas comercializa o título de crédito para a companhia de factoring, que antecipa o valor, pagando à vista", afirma Leite.
Do total de negócios fechados, aproximadamente 25% envolvem indústrias de metalurgia, de acordo com o executivo. Outras áreas com participação significativa são o agronegócio e o comércio.
"Cerca de 60% das empresas clientes estão em São Paulo. Há outras regiões onde o segmento também já se desenvolveu bem, como Paraná, Rio e Minas Gerais."
Empresa vai investir R$ 73 mi na malha ferroviária
A VLI, empresa de logística e transportes ferroviários, investirá cerca de R$ 73 milhões na construção e ampliação de 24 pátios de cruzamento até o final de 2014.
O montante será aportado na bifurcação da malha viária da Ferrovia Centro-Atlântica, eixo que atende as regiões regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, sob concessão da VLI.
Com a intervenção, será possível aumentar o tamanho dos trens que trafegam na via e agilizar a viagem.
"A capacidade de volume transportado em um trem será quase 50% superior à atual", afirma Fabiano Lorenzi, diretor da empresa.
Cada trem com 90 vagões demorava 75 horas para carregar na região do Triângulo Mineiro, pois era preciso desmembrar os vagões.
"Agora, esse tempo se reduzirá a seis ou oito horas."
O agronegócio corresponde a quase 100% da carga transportada na malha.
CARGA NA CARROCERIA
A Librelato, indústria catarinense de carrocerias para caminhões, vai construir uma fábrica em Linhares, no litoral norte do Espírito Santo.
A estrutura produzirá implementos rodoviários como semirreboques basculantes e veículos para carregamento de grãos e contêineres.
Hoje, as cinco unidades fabris ficam em Santa Catarina.
"[A nova planta] vai nos aproximar de mercados importantes, como Minas Gerais e o próprio Espírito Santo", diz José Carlos Sprícigo, presidente da companhia.
O investimento será de R$ 40 milhões. A obra começará em julho de 2014 e a produção está programada para o início de 2015.
O grupo planeja ampliar as exportações, que hoje ocorrem exclusivamente no Mercosul e representam 8% dos negócios. "O dólar perto dos R$ 2,40 já deixa as vendas ao exterior mais atrativas."
A VER NAVIOS
Os navios de cruzeiros não devem complementar a oferta hoteleira de cidades litorâneas durante a Copa do Mundo, segundo a Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos).
"Teremos no máximo dois ou três navios fretados por clientes internacionais", afirma Ricardo Amaral, presidente da entidade.
Por ocorrer fora da temporada brasileira de cruzeiros, a vinda não é lucrativa.
"Há cinco anos avisamos que, para os navios serem uma opção de hospedagem, seriam necessárias mudanças nos custos tributários e de operação dos portos."
A atuação do setor marítimo vai incrementar o turismo, segundo o executivo, mas abaixo do esperado.
"A expectativa do setor com a Copa não se confirmou como se desejava", acrescenta Amaral.
COMÉRCIO OCEÂNICO
Alavancado pelos negócios feitos no interior da Ásia e entre os países do hemisfério Sul, o comércio internacional marítimo cresceu 4,3% no ano passado.
Os dados são de um novo levantamento feito pela Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento), que mostra também que as transações globais como um todo avançaram 1,8% no mesmo período.
Durante 2012, cerca de 9,2 milhões de toneladas de produtos foram carregados nos portos em todo o mundo.
Navios que levavam petróleo e gás corresponderam a um pouco menos de um terço do total transportado. Cargas secas foram responsáveis pelo restante.
A expansão do comércio com contêineres foi de 3,2% --inferior a de 2011, quando for registrada uma alta de 7,1%, e a de 2010 (13,1%).
Indústria de equipamentos médicos deve crescer 10%
As vendas do setor de equipamentos e produtos médico-hospitalares deverão fechar este ano com uma alta de 10%, de acordo com dados que a Abimed (associação da indústria) divulga hoje.
Em 2012, o segmento avançou 4,2%. Nos anos anteriores, porém, a expansão havia ficado ao redor dos 20%.
"A situação macroeconômica não ajudou muito, mas também não nos afetou de forma tão direta", afirma o presidente da entidade, Carlos Goulart.
"Nosso incremento é bem maior que o do PIB. O mercado tem uma expectativa de crescimento sistemático no médio prazo, pois há uma grande demanda reprimida e a população está envelhecendo", acrescenta o executivo.
Nos nove primeiros meses do ano, as produção da indústria registrou elevação de 8,5%. O número de postos de trabalho chegou a 130 mil, o que representa uma alta de 8% na comparação com o acumulado entre janeiro e setembro de 2012.
Para o próximo ano, a estimativa é que o crescimento do setor fique em cerca de 10% novamente.
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