FOLHA DE SP - 09/12
SÃO PAULO - Entre colocar o filho numa escola particular ou numa pública, pais brasileiros deveriam optar pela primeira. Ainda que a mensalidade soe baixa para sustentar a qualidade do ensino. Ainda que os professores não pareçam melhores que os da instituição pública vizinha.
Na escola particular, é maior a probabilidade de o aluno receber todas as aulas obrigatórias, e de modo contínuo, ao longo do ano. Na pública, sujeita a greves e a um volume significativo de faltas dos mestres, ele não terá a mesma garantia.
O tempo de exposição ao aprendizado é decisivo no desempenho dos alunos. Associa-se a esse fator boa parte do atraso do Brasil em relação a outros países, novamente verificado no Pisa, exame internacional promovido pela OCDE. Quem está à nossa frente em geral oferece às crianças muito mais horas de instrução.
Nações com 220 dias letivos e jornada de sete horas diárias propiciam aos alunos, ao longo de um ano, uma carga de aulas que é quase o dobro da brasileira. No final dos 12 anos do ciclo básico, aqueles estrangeiros terão o equivalente a 11 anos a mais de exposição ao aprendizado.
O simples aumento da carga brasileira de 200 para 220 dias letivos seria o mesmo que adicionar mais de um ano ao ensino básico de hoje. Se, além disso, houver o acréscimo de uma hora às quatro mínimas atuais, o resultado seria equivalente a quatro anos e meio a mais de instrução.
Por uma conjunção de fatores, o gasto público por aluno tende a aumentar nos próximos anos. A demografia já não entrega tantas crianças às escolas. O dispêndio mínimo em educação está fixado em lei. Uma nova vinculação, desta vez às receitas do petróleo, está a caminho.
Aproveitar essa oportunidade para financiar o aumento da carga de ensino seria uma escolha sábia. Que nossas crianças tenham direito a 220 dias de aula por ano, e a sete horas por dia de instrução.
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