CORREIO BRAZILIENSE - 18/10
Não serve de consolo, mas não é só no Brasil que a deterioração do exercício da política e a perda de qualidade da representação parlamentar têm produzido mais tumultos do que soluções para o bom funcionamento da economia. O que se viu nas últimas semanas na maior democracia do mundo, os Estados Unidos, foi mais uma demonstração de quanto é perigosa para qualquer país a transformação de diferenças partidárias saudáveis em uma guerra, na base do quanto pior, melhor.
Temerosos do sucesso do presidente Barack Obama, eleito pelo Partido Democrata, seus opositores, do Partido Republicano, mais conservador, decidiram sabotar Os programas de cunho social do governo, especialmente o da saúde, que passou a atender os mais pobres com recursos públicos.
Graças à credibilidade conquistada, por jamais o país deixar de honrar sua dívida externa, os bônus do Tesouro norte-americano (os chamados treasures) tornaram-se o destino seguro da poupança de inúmeros países, mesmo pagando juros baixos. O Brasil é hoje o terceiro maior comprador de títulos norte-americanos: US$ 256 bilhões de nossas reservas cambiais.
Com isso, a dívida externa do EUA já ronda os US$ 16 trilhões. Para conter sua expansão desenfreada, leis deram ao Congresso a atribuição exclusiva de aprovar a eventual elevação do teto de endividamento. Mas é comum o governo pedir essa autorização, para não correr o risco de ficar sem caixa para pagar os títulos que estão vencendo.
Nos Estados Unidos, o ano fiscal termina em 30 de setembro. Por isso, antes de 1º de outubro o Orçamento tem de estar aprovado, assim como a definição do teto da dívida. Os republicanos usam sua maioria na Câmara para exigir o fim do programa de saúde em troca dessas aprovações. Este ano, a oposição conseguiu paralisar várias atividades do governo por 16 dias, provocando perdas de US$ 24 bilhões, que deixaram de circular na economia. E colocaram o país na iminência de dar o primeiro calote de sua história.
Só ontem afrouxaram a chantagem, aceitando um acordo provisório: vale até 15 de janeiro para o orçamento e 7 de fevereiro para o teto da dívida. Ninguém duvida de que esse extremismo irresponsável vai patrocinar nova queda de braço nessas datas. E o mais provável é que a questão da dívida seja solucionada; afinal, o estrago na economia dos Estados Unidos e do mundo será grande demais para que os republicanos tirem vantagem dele.
Mas é certo também que o impasse atual já arranhou a crença na capacidade dos EUA de continuarem sendo o cofre do mundo. Os republicanos, com sua cegueira partidária, podem ter inspirado iniciativas internacionais de substituir o dólar e os bônus norte-americanos por referências menos sujeitas a perigosas emboscadas da política local.
Temerosos do sucesso do presidente Barack Obama, eleito pelo Partido Democrata, seus opositores, do Partido Republicano, mais conservador, decidiram sabotar Os programas de cunho social do governo, especialmente o da saúde, que passou a atender os mais pobres com recursos públicos.
Graças à credibilidade conquistada, por jamais o país deixar de honrar sua dívida externa, os bônus do Tesouro norte-americano (os chamados treasures) tornaram-se o destino seguro da poupança de inúmeros países, mesmo pagando juros baixos. O Brasil é hoje o terceiro maior comprador de títulos norte-americanos: US$ 256 bilhões de nossas reservas cambiais.
Com isso, a dívida externa do EUA já ronda os US$ 16 trilhões. Para conter sua expansão desenfreada, leis deram ao Congresso a atribuição exclusiva de aprovar a eventual elevação do teto de endividamento. Mas é comum o governo pedir essa autorização, para não correr o risco de ficar sem caixa para pagar os títulos que estão vencendo.
Nos Estados Unidos, o ano fiscal termina em 30 de setembro. Por isso, antes de 1º de outubro o Orçamento tem de estar aprovado, assim como a definição do teto da dívida. Os republicanos usam sua maioria na Câmara para exigir o fim do programa de saúde em troca dessas aprovações. Este ano, a oposição conseguiu paralisar várias atividades do governo por 16 dias, provocando perdas de US$ 24 bilhões, que deixaram de circular na economia. E colocaram o país na iminência de dar o primeiro calote de sua história.
Só ontem afrouxaram a chantagem, aceitando um acordo provisório: vale até 15 de janeiro para o orçamento e 7 de fevereiro para o teto da dívida. Ninguém duvida de que esse extremismo irresponsável vai patrocinar nova queda de braço nessas datas. E o mais provável é que a questão da dívida seja solucionada; afinal, o estrago na economia dos Estados Unidos e do mundo será grande demais para que os republicanos tirem vantagem dele.
Mas é certo também que o impasse atual já arranhou a crença na capacidade dos EUA de continuarem sendo o cofre do mundo. Os republicanos, com sua cegueira partidária, podem ter inspirado iniciativas internacionais de substituir o dólar e os bônus norte-americanos por referências menos sujeitas a perigosas emboscadas da política local.
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