quarta-feira, julho 31, 2013

Serra à espreita - LUIZ CARLOS AZEDO

CORREIO BRAZILIENSE - 31/07


O ex-governador José Serra está disposto a candidatar-se à Presidência da República pela terceira vez, mas perscruta o cenário eleitoral como quem não sabe, ainda, com que legenda pretende concorrer à eleição. Se será no partido do qual é fundador, o PSDB, o que dependeria da volatilização da candidatura do senador Aécio Neves (MG), que preside a legenda; ou em outro partido, que tanto poderia ser o PPS, de Roberto Freire (SP), como o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. Ambos são seus aliados tradicionais.

As pesquisas de opinião, quando incluem o nome de Serra, o alçam à condição de candidato competitivo, quando nada em relação aos demais oposicionistas. Seu problema é a grande rejeição, que já vem da eleição de 2002, quando concorreu pela primeira vez, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que se consolidou na eleição passada, quando perdeu para Dilma Rousseff.

Serra joga com o tempo, como gostam de fazer os estrategistas. Na política, isso exige ciência e arte. O calendário eleitoral, por exemplo, tem prazos pré-estabelecidos. Há data marcada para a filiação partidária, e para se desincompatibilizar de cargo público, além do estabelecido ao registro de candidaturas. Esse calendário é objetivo e pressiona todos os políticos que desejam concorrer. A política de alianças, porém, tem outras vicissitudes, mais subjetivas. As idiossincrasias dos candidatos, por exemplo. As de Serra são terríveis. É tão dissimulado que confunde até os aliados. Além disso, só se decide na última hora.

Caixa de campanha// O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) quer fixar um teto de despesas para candidatos que disputarem eleições no Brasil. Representante do PT no grupo de trabalho que discute a reforma política, o parlamentar propõe que a mudança seja feita com validade para as eleições de 2014.

Fracasso
O fracasso da fusão do PPS com o PMN fechou uma das portas para a candidatura de José Serra: a criação de um novo partido, que lhe possibilitaria abrigar os aliados. A opção de concorrer pelo PPS é muito arriscada, por causa do tempo de televisão, embora a legenda esteja de braços abertos para o tucano, segundo seu presidente, Roberto Freire (foto).

Sem crachá
Com 427 mil inscritos oficialmente, a Jornada Mundial da Juventude contou com a participação de um número oito vezes maior de fiéis, segundo o balanço foi divulgado pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. Ou seja, 3,7 milhões de fiéis.

Plebiscito
Na base do governo, não é só o PMDB que rejeita a convocação de um plebiscito. Segundo o líder do PP, Arthur Lira (AL), o PT está isolado. “A Câmara toda deixou de falar disso, só o PT fala. É uma bandeira do PT e eles deverão insistir nisso, mas não é algo que ainda se converse”, afirmou Lira.

Pode ser
Outra alternativa para José Serra seria o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab (foto), que emparedou o MD na Justiça a ponto de inviabilizá-lo. A legenda está muito comprometida com o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas uma parte da bancada já deriva para a oposição. Porém, é mais ligada ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do que a Serra.

Passa bem
O senador José Sarney (PMDB-AP), de 83 anos, deve receber alta hospitalar ainda hoje. Está internado no Hospital UDI, em São Luís, onde tratou uma infecção pulmonar aguda. De acordo com o último boletim médico, Sarney tem quadro “estável, respirando espontaneamente, sem necessidade de aparelhos”. Ele deve viajar para São Paulo, onde fará novos exames.

No passado
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, minimizou as declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de que teria sido vítima de preconceito e que o Itamaraty “é uma das instituições mais discriminatórias do país”. Segundo o chanceler, Joaquim Barbosa referia-se a uma “outra era”, isto é, à época em que tentou ingressar no curso de formação de diplomatas.

Cortes/ Os ministérios da Fazenda e da Defesa foram os mais atingidos pelo corte adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento Geral da União. Em valores nominais, a Fazenda perdeu R$ 990 milhões; e a Defesa, R$ 919,4 milhões. Para tentar reduzir os cortes no projeto do submarino nuclear, a Marinha decidiu suspender o expediente de sexta-feira, mas acabou voltando atrás no fim do dia.

Black Bloc/ Cerca de 300 manifestantes do grupo Black Bloc entraram em confronto com a Polícia Militar na avenida Rebouças, em São Paulo. Os policiais tentaram conter o protesto com bombas de gás e de efeito moral. Os manifestantes picharam lojas, depredaram agências bancárias e uma concessionária de carros importados. O grupo de mascarados organiza-se para esse tipo de confronto e só
anda em bando.

Carandiru/ Ao depor no julgamento do massacre do Carandiru, ontem, o ex-governador Luiz Antônio Fleury reiterou as declarações dadas no primeiro depoimento, em abril, de que não estava na capital paulista no dia, mas, se precisasse, teria dado a ordem de ingresso da Polícia Militar no Pavilhão 9 do presídio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é...
Em 2002, iludido por propaganda enganosa, o eleitor brasileiro, em sua maioria, escolheu Lula. Em 2006, confirmou essa escolha e, em 2010, ainda iludido, triplicou a aposta escolhendo Dilma Rousseff.
No entanto, em cada oportunidade, uma avaliação objetiva e rigorosa teria indicado outro caminho. Como esperar um bom resultado quando se entrega o governo de um país tão complexo como o Brasil a pessoas tão despreparadas e inexperientes?
A partir de agora, o que deverá ser corrigido, somado ao que deverá ser criado, exigirá enorme competência e, sobretudo, liderança e honestidade.
Que tal, em 2014, corrigir nosso rumo?
Que tal, dessa vez, escolher um líder comprovado que já demonstrou sua capacidade para enfrentar e superar enormes desafios: externos, internos, políticos e econômicos?
Que tal garantir-lhe uma vitória consagradora que permita dispensar alianças espúrias?
Que tal escolher Fernando Henrique Cardoso e começar, desde já, a trabalhar com afinco para elegê-lo?