O GLOBO - 01/07
As pesquisas de opinião após a onda de protestos nas ruas indicam queda abrupta da popularidade da presidente Dilma Rousseff e forte elevação das intenções de voto em Marina Silva. O também candidato Aécio Neves tem uma boa leitura do fenômeno: "Uma insatisfação dos brasileiros com a classe política, em razão da ausência de respostas efetivas aos problemas enfrentados pelas pessoas ao longo de anos." Marina Silva é identificada pelos eleitores como uma outsider do establishment político, assim como foi sempre um "trabalhador" o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
A concentração de recursos públicos no governo federal contrasta com a necessidade de descentralização dos sistemas políticos abertos. Daí as reclamações por mais e melhores escolas, hospitais e transporte público, em vez de novos estádios. Governadores, prefeitos e suas bancadas exercem pressões legítimas. Eduardo Paes e Fernando Haddad acabam de sugerir novo regime para megacidades, um grito pela diástole representativa, pela descentralização administrativa e pela reforma fiscal. No governo federal, por falta da reforma administrativa, sobra dinheiro para a política e falta para saúde e educação.
"A raiz dos grandes problemas brasileiros é a crescente e absurda concentração de poder financeiro e político no governo federal. Precisamos resgatar a Federação", diagnosticou o mesmo Aécio Neves como exigência de nossa democracia emergente. As manifestações populares "contra a corrupção e a roubalheira" registram um cansaço histórico com a degeneração das práticas políticas. "As enormes quantias de dinheiro que passavam pelas mãos do Estado davam oportunidade para fraudulentos contratos de fornecimento, corrupção, subornos, malversações e ladroeiras de todo gênero", denunciava Marx. "O absolutismo do Antigo Regime desabou, mas permaneceram seus alicerces: a concentração de recursos e a centralização administrativa", advertia Tocqueville.
A hipertrofia do Estado e o aparelhamento da máquina pública têm consequências desastrosas sobre as práticas políticas e os valores morais da sociedade. São os ingredientes da fábrica de escândalos e da desmoralização dos partidos. As redes sociais e as manifestações das ruas são luzes acesas em uma sociedade aberta.
A concentração de recursos públicos no governo federal contrasta com a necessidade de descentralização dos sistemas políticos abertos. Daí as reclamações por mais e melhores escolas, hospitais e transporte público, em vez de novos estádios. Governadores, prefeitos e suas bancadas exercem pressões legítimas. Eduardo Paes e Fernando Haddad acabam de sugerir novo regime para megacidades, um grito pela diástole representativa, pela descentralização administrativa e pela reforma fiscal. No governo federal, por falta da reforma administrativa, sobra dinheiro para a política e falta para saúde e educação.
"A raiz dos grandes problemas brasileiros é a crescente e absurda concentração de poder financeiro e político no governo federal. Precisamos resgatar a Federação", diagnosticou o mesmo Aécio Neves como exigência de nossa democracia emergente. As manifestações populares "contra a corrupção e a roubalheira" registram um cansaço histórico com a degeneração das práticas políticas. "As enormes quantias de dinheiro que passavam pelas mãos do Estado davam oportunidade para fraudulentos contratos de fornecimento, corrupção, subornos, malversações e ladroeiras de todo gênero", denunciava Marx. "O absolutismo do Antigo Regime desabou, mas permaneceram seus alicerces: a concentração de recursos e a centralização administrativa", advertia Tocqueville.
A hipertrofia do Estado e o aparelhamento da máquina pública têm consequências desastrosas sobre as práticas políticas e os valores morais da sociedade. São os ingredientes da fábrica de escândalos e da desmoralização dos partidos. As redes sociais e as manifestações das ruas são luzes acesas em uma sociedade aberta.
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