ZERO HORA - 12/06
Há obras atrasadas, os custos superam em muito as previsões iniciais, a mobilidade urbana está um caos, os estádios já concluídos têm problemas estruturais e há muita desconfiança em relação à segurança, ao transporte e à qualidade dos serviços.
Faltando um ano para a abertura da segunda Copa do Mundo brasileira, o país tem mais motivos para sobressaltos do que para se orgulhar. É verdade que encaramos um desafio grandioso, que é a promoção de pelo menos quatro megaeventos internacionais nos próximos três anos: Copa das Confederações a partir do próximo sábado, Jornada Mundial da Juventude no mês que vem, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Também é verdade que o país virou um canteiro de obras, especialmente as grandes cidades que receberão jogos das competições. Mas nem tudo está andando dentro da normalidade: há obras atrasadas, os custos superam em muito as previsões iniciais, a mobilidade urbana está um caos, os estádios já concluídos têm problemas estruturais e há muita desconfiança em relação à segurança, ao transporte e à qualidade dos serviços a serem oferecidos aos visitantes.Ainda dá para virar este jogo. A Copa das Confederações que começa nesta semana pode ser vista como uma espécie de preliminar dos demais eventos, pois já estaremos testando, em menor escala, itens essenciais para receber turistas, como hospedagem, segurança, telecomunicações e transporte. Os seis estádios já concluídos para a competição _ Maracanã, no Rio de Janeiro; Mané Garrincha, em Brasília; Mineirão, em Belo Horizonte; Castelão, em Fortaleza; Fonte Nova, em Salvador, e Arena Pernambuco, em Recife _ estão em condições de uso, mas todos apresentam deficiências que ainda precisam ser sanadas, que vão da falta de orientação para o público até a presença de material de construção nas proximidades.Há muito para fazer. Mas é inquestionável que o país acertou ao assumir o compromisso de promover tais eventos esportivos, que já motivam uma transformação urbanística sem precedentes em várias cidades. Se for bem-sucedido, alcançará reconhecimento internacional e terá certamente incremento em sua economia, com ênfase no turismo, na qualidade de vida e no próprio futebol, pois bons estádios tendem a atrair mais público e a proporcionar melhores espetáculos. Para isso, porém, é imperativo que o governo federal e todos os administradores públicos envolvidos diretamente no grande empreendimento sejam mais austeros no controle dos gastos e na cobrança de resultados das empreiteiras, sem deixar de fazer a sua parte. Obras viárias, sistemas de transporte e aeroportos ainda estão muito aquém do desejável. Basta uma neblina, como a que atinge a Região Sul neste final de outono, para que voos atrasem por falta de equipamentos elementares. É, no mínimo, um gol contra para quem ambiciona ganhar a Copa da Organização.Mas a obrigação não é apenas do poder público: cada cidadão pode _ e deve _ dar a sua contribuição para que o país vença os obstáculos que tem pela frente.
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