O Estado de S.Paulo - 20/06
Mais reveladores do que os números de uma pesquisa ou outra é para onde a sequência deles aponta. E o conjunto de pesquisas sobre a popularidade presidencial indica que a tendência da aprovação de Dilma Rousseff é de queda. Pouco inclinada e desde um patamar alto, é fato, mas o sentido da mudança é para baixo.
O Estadão Dados criou um índice de popularidade presidencial baseado na média móvel de todas as pesquisas de opinião disponíveis, de diversos institutos: Ibope, Datafolha e MDA, por exemplo. O IndiPop usa o saldo da popularidade: a quantidade de opiniões positivas (ótimo e bom) descontadas as avaliações negativas (ruim ou péssimo).
O IndiPop de Dilma variou de 58 pontos em março para 52 em abril, 49 em maio, 48 em junho e 45 pontos agora. Embora pequenas, todas as oscilações ocorreram num mesmo sentido. Foram cinco quedas consecutivas, caracterizando uma tendência.
Desde março, o IndiPop de Dilma voltou a convergir com outro índice, o que mede a confiança do consumidor (INEC). Popularidade e consumo têm alta correlação no Brasil: para onde vai um, o outro vai também. Desde Fernando Henrique, consumidor satisfeito significa governante bem avaliado.
Entre junho de 2012 e o começo deste ano, porém, a popularidade de Dilma se descolou da confiança do consumidor - sugerindo que parte da aprovação da presidente carecia de sustentação. A queda dos últimos meses confirma essa hipótese. A questão é: até onde?
É muito raro a popularidade presidencial cair quando a confiança do consumidor sobe. Será interessante observar se essa regra vai sobreviver ao efeito da onda de protestos que para o Brasil. Até agora, Dilma perdeu popularidade a despeito das manifestações. As pesquisas foram feitas antes de o movimento ganhar força.
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