FOLHA DE SP - 24/06
Um leitor me perguntou se tenho assistido aos jogos pela TV ou nos estádios. Por minha opção, vejo pela TV. Na Copa do Mundo, pretendo estar nos estádios. É mais emocionante, e posso ver detalhes que não vejo pela televisão, como o posicionamento dos zagueiros, quando o time está no ataque, mas posso deduzir, pelos espaços que existem entre os zagueiros e os volantes, quando o time recebe o contra-ataque.
Graças às excepcionais câmeras de TV, que mostram as imagens bem abertas e os detalhes, se foi pênalti, falta ou não, vejo coisas que não veria nos estádios, além de ter mais informações e desfrutar de uma confortável preguiça, para um sexagenário, mais perto dos 70 que dos 60.
De todos os narradores, das televisões abertas, fechadas e das que não transmitem a Copa das Confederações, gosto mais de Milton Leite, do SporTV. Ele une a descrição precisa do lance com críticas e elogios, no momento e na intensidade certas, além do bom humor.
O outro narrador do SporTV Luiz Carlos Júnior continua chamando a seleção espanhola de Fúria, nada mais ultrapassado.
Dos comentaristas, pelos conhecimentos técnicos e táticos e pelo senso crítico, prefiro os da ESPN Brasil, que não transmitem os jogos da Copa das Confederações. Ronaldo e Casagrande, da TV Globo, não dizem nada mais que o óbvio.
Como se esperava, o Brasil vai enfrentar o Uruguai na semifinal, e a Espanha, a Itália. A Espanha, contra a Nigéria, mostrou, novamente, sua deficiência, a falta de bons atacantes. Pedro, Soldado, Villa e Fernando Torres não estão à altura da qualidade do time.
Brasil e Espanha são favoritos, mas não será uma grandíssima zebra se ocorrer o contrário. O Uruguai, além da rivalidade, sabe jogar contra o Brasil. Os quatro gols que sofreu contra a Espanha, na final da Eurocopa-2012, ocorreram porque a Itália ficou com um jogador a menos durante grande parte do jogo.
Na primeira fase da competição, do meio para a frente, só Neymar brilhou, como se previa. Os outros, com bons e maus momentos, tiveram atuações sem serem especiais. Do meio para trás, David Luiz e Thiago Silva foram os destaques.
Apesar de o Brasil ter, do meio para a frente, apenas um jogador especial, a equipe fez nove gols em três partidas, além de criar outras chances. Isso mostra a força coletiva, especialmente a marcação por pressão, recuperando a bola perto do outro gol.
Assim como não podemos achar picuinhas para desmerecer as boas atuações e as vitórias do time brasileiro, não podemos ignorar os fatos, as deficiências individuais e coletivas nem as arbitragens caseiras. A Fifa é uma potência econômica.
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