O GLOBO - 29/05
Foi-se o tempo em que os mexicanos queixavam-se de suas desventuras sintetizadas na célebre frase "lejos de Diós y cerca de los Estados Unidos".
Os dados mais recentes apontam índices expressivos de desempenho que contrastam com os da economia brasileira em 2012: * crescimento do PIB de 3,9%; * taxa de investimento de 21,5%; * inflação controlada em 3,6%; * carga tributária de 18% (metade da brasileira); * encargos salariais um terço menores que no Brasil, e, * participação de 73% de industrializados nas exportações do país.
Em matéria de burocracia os dados são alarmantes: lá o tempo médio para abrir uma empresa é de 9 dias, enquanto aqui alcança 119! O desalinho financeiro mundial dos anos 2008/2009 piorou as finanças e os investimentos locais porque as empresas multinacionais passaram a concentrar suas aplicações no Sul do continente americano, especialmente no Brasil.
Nesse cenário, é doloroso constatar que as duas maiores economias latino-americanas mantiveramse de costas uma para outra desde o último decênio do século XX.
As cifras do comércio bilateral registram, até hoje, índices irrisórios e incompatíveis com o tamanho de suas economias.
Não se sabe bem por que o afastamento brasileiro-mexicano atingiu níveis tão críticos, mas percebe-se que o tempo revelou existir uma crise diplomática, não totalmente desvelada, entre as duas nações.
As duas nações trilham caminhos opostos. O Brasil vem adotando uma série de medidas pontuais para disfarçar as mazelas que provocam sua já endêmica falta de competitividade de bens industrializados no cenário internacional como forma de disfarçar sua incapacidade de promover uma série de reformas, perfeitamente identificadas, para dar um salto de qualidade.
Ao contrário, esmera-se na adoção de formas paliativas na obtenção de índices favoráveis de crescimento e distribuição de renda que não são sustentáveis no longo prazo e que tendem a comprometer seriamente de um lado, as contas públicas, de outro, o desempenho empresarial.
O México, por seu turno, parece ter acordado do pesadelo da proximidade ianque. Os últimos governos resolveram abrir a economia com aprovação do empresariado e do Legislativo, mediante um pacto federativo envolvendo 95 distintos compromissos visando ao aumento da competitividade, ao desmembramento de monopólios e ao fim da política de subsídios, entre outros.
Nas relações internacionais, o país desfruta de vários acordos de livre comércio envolvendo 44 países, especialmente do Primeiro Mundo.
Enquanto isso, entre outras mazelas, sustentamos um Mercosul falido e os desaforos da política comercial argentina.
Só nos resta fazer preces para que Deus seja um pouco mais brasileiro.
Os dados mais recentes apontam índices expressivos de desempenho que contrastam com os da economia brasileira em 2012: * crescimento do PIB de 3,9%; * taxa de investimento de 21,5%; * inflação controlada em 3,6%; * carga tributária de 18% (metade da brasileira); * encargos salariais um terço menores que no Brasil, e, * participação de 73% de industrializados nas exportações do país.
Em matéria de burocracia os dados são alarmantes: lá o tempo médio para abrir uma empresa é de 9 dias, enquanto aqui alcança 119! O desalinho financeiro mundial dos anos 2008/2009 piorou as finanças e os investimentos locais porque as empresas multinacionais passaram a concentrar suas aplicações no Sul do continente americano, especialmente no Brasil.
Nesse cenário, é doloroso constatar que as duas maiores economias latino-americanas mantiveramse de costas uma para outra desde o último decênio do século XX.
As cifras do comércio bilateral registram, até hoje, índices irrisórios e incompatíveis com o tamanho de suas economias.
Não se sabe bem por que o afastamento brasileiro-mexicano atingiu níveis tão críticos, mas percebe-se que o tempo revelou existir uma crise diplomática, não totalmente desvelada, entre as duas nações.
As duas nações trilham caminhos opostos. O Brasil vem adotando uma série de medidas pontuais para disfarçar as mazelas que provocam sua já endêmica falta de competitividade de bens industrializados no cenário internacional como forma de disfarçar sua incapacidade de promover uma série de reformas, perfeitamente identificadas, para dar um salto de qualidade.
Ao contrário, esmera-se na adoção de formas paliativas na obtenção de índices favoráveis de crescimento e distribuição de renda que não são sustentáveis no longo prazo e que tendem a comprometer seriamente de um lado, as contas públicas, de outro, o desempenho empresarial.
O México, por seu turno, parece ter acordado do pesadelo da proximidade ianque. Os últimos governos resolveram abrir a economia com aprovação do empresariado e do Legislativo, mediante um pacto federativo envolvendo 95 distintos compromissos visando ao aumento da competitividade, ao desmembramento de monopólios e ao fim da política de subsídios, entre outros.
Nas relações internacionais, o país desfruta de vários acordos de livre comércio envolvendo 44 países, especialmente do Primeiro Mundo.
Enquanto isso, entre outras mazelas, sustentamos um Mercosul falido e os desaforos da política comercial argentina.
Só nos resta fazer preces para que Deus seja um pouco mais brasileiro.
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