FOLHA DE SP - 14/03
BRASÍLIA - A eleição do papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, foi uma enorme surpresa mundial e é repleta de significados e de mensagens da Igreja Católica sobre o que quer agora e no futuro.
O novo papa é o primeiro tudo: primeiro latino-americano, primeiro jesuíta, primeiro a assumir o nome de Francisco e sua grande simbologia.
A igreja sinaliza uma abertura para além da Europa e das congregações de sempre. E o próprio papa sinaliza que será fiel à sua identidade e à humildade de são Francisco de Assis. Um dado relevante é sua atuação mais pastoral do que professoral.
Ou seja, a igreja deu uma guinada para um continente ainda fortemente católico e fez a opção por um papa próximo dos fiéis, das pessoas, apesar de seus 76 anos.
Pelas informações que passaram a circular celeremente ontem, a partir da grande surpresa, quase perplexidade, o cardeal Bergoglio, agora papa Francisco, é um homem de hábitos triviais. Anda de metrô, cozinha suas próprias refeições, tem carisma de sobra e pompa de menos. Culto, prefere gestos simples a ostentar erudição. E sabe se comunicar.
A pergunta que não quer calar é: por que um papa argentino, não o brasileiro Odilo Scherer, que não apenas frequentou as listas de "papáveis" como cresceu bastante na reta final? Porque é tido como "conservador"? Dom Odilo, mais de dez anos mais novo, fala seis línguas, conhece o Vaticano e, sobretudo, representa o maior país católico do mundo.
Essa é daquelas perguntas que não têm "a" resposta, mas inspirará "n" respostas, análises, interpretações, considerações de entendidos e de nem tanto. Em especial no Brasil.
A olho nu, o que fica evidente é que o Vaticano e os eleitores do conclave ouviram a voz do povo: o papa Francisco tem, inegavelmente, toda uma aura de renovação. Seja lá o que renovação signifique para a Igreja Católica e para os católicos. De dogmas, certamente não é, nunca será.
PS - E a Copa de 2014 vem aí!
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