FOLHA DE SP - 14/03
RIO DE JANEIRO - Não há registro de campanha eleitoral ao governo do Estado do Rio que tenha começado, de modo efetivo, com tanta antecipação. A um ano e meio do pleito, PMDB e PT usaram parte das inserções no rádio e na TV, a que têm direito por lei, para tornar conhecidos candidatos em potencial.
"Tá chegando o melhor momento do Rio", anunciou na TV o senador petista, Lindbergh Farias, 43, antes dos outros e na véspera de dar início à caravana pelo interior do Rio.
"Quem é Pezão?" pergunta o PMDB, para em seguida apresentar o vice-governador Luiz Fernando Pezão, 57, estratégia parcialmente atrapalhada pela determinação do TSE para que retirasse as peças do ar.
Pesquisa do Vox Populi, paga pelo PT, mostrou Lindbergh com 28% das intenções de voto, seguido por Garotinho (PR), com 21%, e Pezão, 10%. O PSDB (com o nome do economista Sérgio Besserman) teve 1%. Noutro cenário, com Marcelo Crivella (PRB) e Cesar Maia (DEM), PT e PR seguem à frente, mas Crivella fica com 12%, e Pezão e Maia com 9%.
O PT poderá pressionar o PMDB a usar a mesma lógica da eleição do ano passado e reivindicar, numa eventual aliança, a cabeça de chapa para quem tiver maior intenção de voto. Cabral e o PMDB não dão sinal de que aceitarão fácil esse argumento porque ainda apostam no poder da TV para levantar Pezão.
Lindbergh inventou a "pré-pré-campanha eleitoral", brinca Marcos Coimbra, dono do instituto, ao justificar o índice do petista. Ele foi figura superpresente na campanha municipal de 2012, na TV e nas ruas.
Difícil prever o resultado das estratégias. Mas é bom os partidos tomarem cuidado com os próximos lances. Em iniciativa inédita, o TRE-RJ instalou uma comissão permanente de fiscalização que pretende punir propaganda antecipada. Precisará de pulso firme pelo que se viu até aqui. E o jogo nem começou.
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