O GLOBO - 25/03
Duas importantes personalidades da nossa República deram demonstração de que precisam de porta-voz na hora da crise. Não sabem dizer o que pensam, falam sem pensar e não se acostumaram com as responsabilidades do cargo. Em primeiro lugar, a presidente Dilma, que tem obrigação de saber que o Estado não fez nada do que prometeu fazer depois das chuvas de março e das tragédias dos anos passados. Ela já fazia parte do governo Lula e, mais recentemente, no Vale do Cuiabá, em Petrópolis, já como presidente, assistiu e presenciou a tragédia de centenas de vitimas.
Nestes idos e vividos não foram poucas as vezes em que o governo prometeu dar casas para as famílias necessitadas da Região Serrana fluminense, e tudo ficou nas promessas de palanques. Não fizeram encostas, pontes e casas, mesmo assim, cobram IPTU de áreas protegidas do meio ambiente. Colocam gambiarras em palanques para pedirem votos nestas comunidades e depois desaparecem. Isso é incompreensível e injustificável.
É claro! A presidente sabe disso tudo, tem vários ministérios que tratam desta matéria e não acredito que, com o passado que ela tem, deseje jogar as famílias na rua ou deixa-las na lama, como estão. Já passamos da fase de estar penalizados com as imagens das famílias procurando desaparecidos e enterros de crianças e seus pais. Queremos, precisamos e exigimos providências, já! Destas autoridades que dormem. E falam sem pensar.
Outro é o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que recentemente destratou um jornalista que estava exercendo um direito inerente ao seu trabalho, que é perguntar. Foi deselegante e truculento, desnecessariamente. E agora, quando denigre a imagem dos magistrados. Não acredito que ele queira dizer que um juiz não possa ter relacionamento com advogado, até porque namora uma advogada, segundo noticiado pela imprensa.
Ele é contra os relacionamentos espúrios, contra conluios. A amizade, o relacionamento fraternal e a educação são conquistas dos povos civilizados. No nosso país, aprendemos que as diferenças não são defeitos e que as espécies podem e devem conviver com harmonia. Demos um exemplo de convergência e paz para a humanidade.
Agora precisamos melhorar os compromissos políticos e a educação das lideranças dos nossos poderes. Senão, nos dois casos, saímos do foco, que é o mais Importante. No primeiro caso, de resolver a situação das vitimas das enchentes. E no segundo, escondemos, ou colocamos como pano de fundo, a divulgação da condenação do juiz de Picos, no Piauí, e os motivos. A falta de comunicação tira o foco do que é realmente importante e acaba escondendo as nossas tragédias humanas.
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