FOLHA DE SP - 25/03
BRASÍLIA - Como ensaio de primeiro ato da eleição presidencial, os movimentos do tucano Aécio Neves e do governador Eduardo Campos (PSB-PE) têm sua serventia e vão bancar o patrocínio de suas atuações no espetáculo de 2014.
A pesquisa Datafolha mostra, porém, que os dois potenciais adversários da presidente Dilma correm o risco de se tornarem figurantes caso não encontrem um discurso que encante não só os donos do PIB mas também os donos dos votos.
O tucano e o pessebista têm adotado, nesta fase de campanha antecipada, a estratégia de roubar apoio da petista no mundo empresarial. Entoam um discurso que agrada em cheio aos donos do PIB.
Um conselheiro empresarial da presidente diz que os dois avançam nesta fronteira e podem ter sucesso na empreitada. Algo até previsível, dado que a imagem da presidente petista não é das melhores no empresariado, crítico ácido de suas ações intervencionistas.
Só que esse grupo é o dono do dinheiro, mas deixou, há muito, de ter influência direta sobre os donos dos votos, que hoje dariam vitória no primeiro turno à presidente.
O fato é que o discurso do "pibinho", tão sensível aos ouvidos dos empresários, não diz muita coisa à maioria dos eleitores enquanto o desemprego estiver baixo e a inflação, sob controle. Basta notar o otimismo dos brasileiros com a economia apontado pelo Datafolha.
Descobrir o tom para atrair esse eleitorado otimista com o governo Dilma é o maior desafio de Aécio e Eduardo Campos -que antes têm outros obstáculos pela frente.
O pessebista terá de explicar a esses eleitores por que, de aliado, virou adversário de Dilma, a quem recebe hoje em seu Estado.
Já o tucano precisa unir um dividido PSDB, o que tentará mais uma vez hoje em encontro do partido na capital paulista. Nestas horas, faz falta um dono do PSDB, como tem o PT, mas isso é outra história.
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