O GLOBO - 10/01
Em países como Alemanha, Japão, Espanha e EUA, onde o sistema já funciona há alguns anos, ele chega a representar cerca de 10% da matriz energética. No Brasil, a microgeração ou minigeração de energia, como são chamadas, entraram em vigor apenas no último dia 17 de dezembro, mas já aparecem como uma boa alternativa nestes tempos de reservatórios muito baixos e temperaturas elevadíssimas.
Agora, qualquer consumidor pode se transformar num produtor de energia, fornecer o excedente às concessionárias e ter a conta de luz reduzida. Basta ter dinheiro para investir no equipamento e esperar cerca de 60 dias pela aprovação do projeto. A resolução da Agência Nacional de energia elétrica (Aneel) fala em fontes de energia limpa, e inclui a eólica, a biomassa e algumas outras. Mas o mercado aposta que esse será o caminho por onde a energia solar crescerá no país.
O custo ainda é alto, mas vem caindo. Quase todos os equipamentos são importados. Um sistema completo custa alguma coisa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, podendo ser mais, dependendo da energia gerada e da complexidade para a instalação. Além disso, é preciso pagar por um novo relógio que vai controlar a geração e o consumo. Mas isso custa cerca de R$ 100. Os especialistas estimam em cinco anos, no máximo, o prazo para que este investimento tenha retorno.
Funciona como uma espécie de conta corrente. Durante o dia, as pessoas saem de cása e deixam os seus painéis solares trabalhando por elas, gerando energia e fornecendo para uma concessionária como a Light ou a Eletropaulo. À noite, elas consomem a energia disponibilizada pelas empresas. No final do mês é feito um balanço. Se o usuário forneceu mais do que consumiu, ele fica com um crédito, que deve ser utilizado em até 36 meses. Lembra um pouco a história da cigarra e da formiga. A comida ou energia economizada no verão pode ser utilizada no inverno.
Com pouco mais de vinte dias desde que a resolução da Aneel foi publicada, a Light recebeu até agora apenas dois pedidos de instalação do sistema. Um de um consumidor domiciliar, não identificado, e outro da Biblioteca Pública do Estado. A biblioteca já comprou os painéis fotovoltaicos (solares) e deve se transformar no primeiro microgerador do Rio. O superintendente técnico da Light, Gustavo Cesar de Alencar, diz que a empresa está preparada para atender a qualquer solicitação. Ela só estabeleceu um prazo de 60 dias para analisar cada projeto do ponto de vista técnico e de segurança. Gustavo lembra a importância de ter um profissional qualificado acompanhando a compra e a instalação dos equipamentos, que têm 20 anos de vida útil.
O coordenador da campanha Clima e Energia do Greenpeace, Ricardo Baitelo, é um entusiasta da iniciativa. Ele acredita que o Brasil tem um enorme potencial para esse tipo de geração e uma série de vantagens sobre outros países. Na Alemanha e na Espanha, por exemplo, foram criadas tarifas promocionais para estimular as pessoas a instalarem os equipamentos. Aqui, com o sol forte quase o ano inteiro, isso não é necessário e o retorno deve acontecer mais rapidamente. E exagera: "pode ser um investimento melhor do que botar dinheiro na poupança"
Baitelo, no entanto, acha que o governo precisa criar mecanismos de financiamento para a compra dos sistemas e estabelecer políticas de atração de fabricantes para o país. Nos últimos três anos, os preços caíram quase pela metade, mas ainda estão muito altos para o padrão brasileiro. Até agora, os principais clientes dos painéis solares se concentravam nas áreas rurais e os equipamentos incluíam baterias para armazenar a energia. Mas a situação tende a mudar.
A embaixada da Itália, por exemplo, já tem 605 painéis fotovoltaicos instalados no telhado, com uma potência de 50 quilowatts. Nos próximos meses terá também cinco usinas eólicas de pequeno porte. Com isso, o prédio na capital federal se transforma numa referência nacional em termos de produção de energia renovável. Mas passa a ser também uma espécie dê showroom das tecnologias italianas disponíveis para o setor. Na atual fase do projeto, já foi possível reduzir em 20% o consumo de energia.
O apagão de 2001 trouxe lições que, infelizmente, foram esquecidas com o tempo. A primeira e óbvia é a importância de um planejamento consistente. A segunda, não menos óbvia, é a necessidade de economizar sempre, reduzir desperdícios. Há dez anos, o consumo ficou 20% menor e a vida seguiu normalmente. Por fim, a certeza de que é preciso buscar alternativas limpas e sustentáveis. Seria uma falha humana grave não aproveitar essa chance.
Agora, qualquer consumidor pode se transformar num produtor de energia, fornecer o excedente às concessionárias e ter a conta de luz reduzida. Basta ter dinheiro para investir no equipamento e esperar cerca de 60 dias pela aprovação do projeto. A resolução da Agência Nacional de energia elétrica (Aneel) fala em fontes de energia limpa, e inclui a eólica, a biomassa e algumas outras. Mas o mercado aposta que esse será o caminho por onde a energia solar crescerá no país.
O custo ainda é alto, mas vem caindo. Quase todos os equipamentos são importados. Um sistema completo custa alguma coisa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, podendo ser mais, dependendo da energia gerada e da complexidade para a instalação. Além disso, é preciso pagar por um novo relógio que vai controlar a geração e o consumo. Mas isso custa cerca de R$ 100. Os especialistas estimam em cinco anos, no máximo, o prazo para que este investimento tenha retorno.
Funciona como uma espécie de conta corrente. Durante o dia, as pessoas saem de cása e deixam os seus painéis solares trabalhando por elas, gerando energia e fornecendo para uma concessionária como a Light ou a Eletropaulo. À noite, elas consomem a energia disponibilizada pelas empresas. No final do mês é feito um balanço. Se o usuário forneceu mais do que consumiu, ele fica com um crédito, que deve ser utilizado em até 36 meses. Lembra um pouco a história da cigarra e da formiga. A comida ou energia economizada no verão pode ser utilizada no inverno.
Com pouco mais de vinte dias desde que a resolução da Aneel foi publicada, a Light recebeu até agora apenas dois pedidos de instalação do sistema. Um de um consumidor domiciliar, não identificado, e outro da Biblioteca Pública do Estado. A biblioteca já comprou os painéis fotovoltaicos (solares) e deve se transformar no primeiro microgerador do Rio. O superintendente técnico da Light, Gustavo Cesar de Alencar, diz que a empresa está preparada para atender a qualquer solicitação. Ela só estabeleceu um prazo de 60 dias para analisar cada projeto do ponto de vista técnico e de segurança. Gustavo lembra a importância de ter um profissional qualificado acompanhando a compra e a instalação dos equipamentos, que têm 20 anos de vida útil.
O coordenador da campanha Clima e Energia do Greenpeace, Ricardo Baitelo, é um entusiasta da iniciativa. Ele acredita que o Brasil tem um enorme potencial para esse tipo de geração e uma série de vantagens sobre outros países. Na Alemanha e na Espanha, por exemplo, foram criadas tarifas promocionais para estimular as pessoas a instalarem os equipamentos. Aqui, com o sol forte quase o ano inteiro, isso não é necessário e o retorno deve acontecer mais rapidamente. E exagera: "pode ser um investimento melhor do que botar dinheiro na poupança"
Baitelo, no entanto, acha que o governo precisa criar mecanismos de financiamento para a compra dos sistemas e estabelecer políticas de atração de fabricantes para o país. Nos últimos três anos, os preços caíram quase pela metade, mas ainda estão muito altos para o padrão brasileiro. Até agora, os principais clientes dos painéis solares se concentravam nas áreas rurais e os equipamentos incluíam baterias para armazenar a energia. Mas a situação tende a mudar.
A embaixada da Itália, por exemplo, já tem 605 painéis fotovoltaicos instalados no telhado, com uma potência de 50 quilowatts. Nos próximos meses terá também cinco usinas eólicas de pequeno porte. Com isso, o prédio na capital federal se transforma numa referência nacional em termos de produção de energia renovável. Mas passa a ser também uma espécie dê showroom das tecnologias italianas disponíveis para o setor. Na atual fase do projeto, já foi possível reduzir em 20% o consumo de energia.
O apagão de 2001 trouxe lições que, infelizmente, foram esquecidas com o tempo. A primeira e óbvia é a importância de um planejamento consistente. A segunda, não menos óbvia, é a necessidade de economizar sempre, reduzir desperdícios. Há dez anos, o consumo ficou 20% menor e a vida seguiu normalmente. Por fim, a certeza de que é preciso buscar alternativas limpas e sustentáveis. Seria uma falha humana grave não aproveitar essa chance.
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