FOLHA DE SP - 15/01
Candidato favorito à presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) repassou nos últimos quatro anos R$ 117 mil de sua verba de gabinete para o próprio suplente como pagamento de aluguel do imóvel onde funciona seu escritório político em Alagoas. Fábio Lopes de Farias é amigo do senador e integra a direção alagoana do partido. De abril de 2009 a novembro do ano passado, ele recebeu mensalmente valores que oscilavam de R$ 2.589 a R$ 2.799 pela cessão do imóvel.
Outro lado A assessoria do senador afirma que o contrato é de julho de 2005, "não havendo relação de causa ou consequência entre a locação e a suplência". Procurado, o suplente informou que conhece Renan "desde os tempos da universidade".
Divã Em retiro em Alagoas, Renan telefonou ontem para Michel Temer. Pediu ao vice-presidente conversa em Brasília nos próximos dias.
Rédea curta Na conversa de ontem com Temer, Dilma Rousseff quis saber em que pé está a disputa na liderança do PMDB na Câmara. O vice prometeu à presidente que terá "controle absoluto" sobre os movimentos do sucessor de Henrique Alves (RN). Estão no páreo Eduardo Cunha (RJ), Sandro Mabel (GO) e Osmar Terra (RS).
Rodízio Cunha, Luiz Sérgio (PT) e Hugo Leal (PSC) convidaram a bancada do Rio, em nome de Sérgio Cabral e Eduardo Paes, para almoço de apoio à candidatura de Henrique Alves no Palácio da Cidade, sede da prefeitura, na quinta-feira. Avisados sobre os riscos legais, aliados de Alves mudaram o encontro para uma churrascaria.
Baião de dois O PT realizará, pela primeira vez, uma reunião de seu diretório nacional no Nordeste. O partido escolheu Fortaleza, administrada por aliados de Ciro e Cid Gomes (PSB), para sediar o encontro de 1° e 2 março. À ocasião, dirigentes tratarão da reforma política e da eleição de grupo para coordenar o quinto congresso da sigla.
Agora vai? Marina Silva convocou os "sonháticos" de São Paulo para explicar, no dia 22, as diretrizes do projeto de fundação de seu novo partido. O sarau foi programado para tradicional reduto marineiro na Vila Madalena.
Apertem... Frente ao que a Secretaria de Fazenda classifica como "ligeira queda na arrecadação", Geraldo Alckmin assinou decreto contingenciando 20% do custeio e investimentos das secretarias. Ficaram livres da degola Educação e Saúde, além das universidades.
... os cintos A retenção, já adotada por Alckmin no início do mandato, será obrigatória até março. O governo vai monitorar a "evolução da arrecadação no trimestre".
Quem não chora A medida provocou romaria de secretários ao Bandeirantes. Mônika Bergamaschi (Agricultura), Linamara Battistella (Pessoa com Deficiência) e Silvio Torres (Habitação) puxam a fila da lamúria.
Ato... Depois do protesto de petistas, líderes da Igreja Católica contestam critérios de escolha dos subprefeitos em São Paulo. "Não pode ser um burocrata que pega o carro às 17h e vai embora pra casa. Fernando Haddad prometeu que seria alguém do bairro, para motivar a comunidade local", diz o padre Antonio Marchioni, o Ticão.
... de contrição O prefeito nomeou para a administração regional de Ermelino Matarazzo, área de atuação do padre, Cláudio Toshio Itinoshe, que mora na Mooca.
Afago Acolhendo pleito de prefeitos, o Ministério da Fazenda adiou para 2014 o prazo para municípios adequarem práticas contábeis ao manual do setor público.
Tiroteio
Quem postula dirigir um colegiado com 513 deputados não pode alegar desconhecimento sobre emendas que beneficiam seu assessor.
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre empresa de funcionário de Henrique Alves (RN) ter recebido recursos de emendas do peemedebista.
Contraponto
Eles estão descontrolados
Durante solenidade em que tomou posse o novo secretário paulista de Esportes e Lazer, José Auricchio Jr., ontem, no Bandeirantes, deputados discutiam o que consideram "excessivo rigor" dos mecanismos de controle sobre a administração pública. Roque Barbiere (PTB) disse:
-Criamos e apoiamos tantos órgãos de fiscalização para nos controlar... É tribunal de contas, procuradoria...
Ante a perplexidade dos colegas, o delator do "escândalo das emendas" na Assembleia paulista concluiu:
-Mesmo assim, não controlamos nem a nós mesmos. Cada um faz o que quer.
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