Um levantamento sobre a situação de municípios que ganharam novos prefeitos nas eleições do ano passado mostra que, do Oiapoque ao Chuí, muitos ex-prefeitos foram para casa deixando atrás de si o caos. Principalmente - e, pode-se dizer, obviamente - quando seus sucessores eram adversários políticos.
Aconteceu, ao que parece, com políticos de todos os partidos e em municípios de Norte a Sul. Há prefeituras com dívidas colossais em áreas essenciais, como serviços telefônicos e energia elétrica. Dá para entender. Em outros casos, nem sempre.
A situação mais curiosa talvez seja a de um município mineiro - Santa Luzia, da Grande Belo Horizonte - cujo prefeito, Carlos Calixto, do PSB, está iniciando seu terceiro mandato, não consecutivo. Portanto é bem conhecido pelo eleitorado local, que certamente não se surpreendeu com sua primeira providência ao voltar à prefeitura: ele determinou a suspensão dos serviços públicos, além de demitir dois mil funcionários comissionados.
Autoridades estaduais e federais não podem, obviamente, acompanhar de perto, muito menos policiar, o desempenho dos administradores municipais.
Essa é uma tarefa reservada ao eleitor, principalmente quando ele conhece, de outros mandatos, o candidato a prefeito. Portanto, os cidadãos de Santa Luzia não têm o privilégio de estranhar o colapso dos serviços públicos determinado por Calixto.
O eleitor pode - e deve - verificar em que medida a qualidade da vida no seu município é afetada, positiva ou negativamente, pelo desempenho dos administradores que seu voto elege. No caso de Santa Luzia, as gestões anteriores de Calixto certamente prepararam a população do município para as medidas iniciais do prefeito. Se estão ou não aplaudindo o seu comportamento, ainda não se sabe.
Da distância em que estamos do município mineiro, pode-se simplesmente registrar os fatos, sem a menor pretensão de tentar explicá-los.
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