RIO DE JANEIRO - A cena de um parto, a alegria com a casa própria, o orgulho pela conquista da Olimpíada. Lágrimas, sorrisos. A propaganda de Eduardo Paes, candidato à reeleição, usa todos os elementos de um bom roteiro de ficção, especialmente um: a emoção.
Os 16min17s -o maior tempo entre os que concorrem a prefeito nas capitais- subvertem, de certa forma, um dos objetivos da criação do horário eleitoral gratuito, que é o de dar oportunidade a todos os candidatos.
É a duração de muitas atrações da televisão. Com 20 partidos aliados, o peemedebista está no ar como candidato a estrela de TV. Aparece numa noite mais do que Tufão ou Carminha na novela das 21h -parodiados, aliás, em sua campanha no rádio.
FHC abriu o horário eleitoral do Rio no espaço de 3min18s de Otávio Leite -que ainda teve o apoio de caciques tucanos como o governador paulista Geraldo Alckmin e o senador mineiro Aécio Neves.
Lula abriu o de Paes com o discurso de que o Rio tem "algo especial" e "qualquer brasileiro tem um pouco de carioca". O governador Sérgio Cabral, antes principal aliado, foi camuflado em rápidas aparições.
Com 3min35s, o candidato do DEM, Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito Cesar Maia, foi o único a citar o mensalão, mas não colocou no ar Garotinho, pai de sua vice, Clarissa, e ex-inimigo político. Os programas, às vezes, falam mais quando escondem.
Sem alianças nem caciques, o segundo colocado nas pesquisas, Marcelo Freixo, do PSOL, usou parte do 1min22s com outra unanimidade nacional: Chico Buarque, que o definiu como "um sonho possível".
O Datafolha mostrou que, apesar de 78 % considerarem a eleição "muito importante", só 36 % têm "grande interesse". Estão mais preocupados com o destino da Carminha.
Não será a hora de discutir o sentido da propaganda obrigatória e das regras à que está submetida?
Os 16min17s -o maior tempo entre os que concorrem a prefeito nas capitais- subvertem, de certa forma, um dos objetivos da criação do horário eleitoral gratuito, que é o de dar oportunidade a todos os candidatos.
É a duração de muitas atrações da televisão. Com 20 partidos aliados, o peemedebista está no ar como candidato a estrela de TV. Aparece numa noite mais do que Tufão ou Carminha na novela das 21h -parodiados, aliás, em sua campanha no rádio.
FHC abriu o horário eleitoral do Rio no espaço de 3min18s de Otávio Leite -que ainda teve o apoio de caciques tucanos como o governador paulista Geraldo Alckmin e o senador mineiro Aécio Neves.
Lula abriu o de Paes com o discurso de que o Rio tem "algo especial" e "qualquer brasileiro tem um pouco de carioca". O governador Sérgio Cabral, antes principal aliado, foi camuflado em rápidas aparições.
Com 3min35s, o candidato do DEM, Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito Cesar Maia, foi o único a citar o mensalão, mas não colocou no ar Garotinho, pai de sua vice, Clarissa, e ex-inimigo político. Os programas, às vezes, falam mais quando escondem.
Sem alianças nem caciques, o segundo colocado nas pesquisas, Marcelo Freixo, do PSOL, usou parte do 1min22s com outra unanimidade nacional: Chico Buarque, que o definiu como "um sonho possível".
O Datafolha mostrou que, apesar de 78 % considerarem a eleição "muito importante", só 36 % têm "grande interesse". Estão mais preocupados com o destino da Carminha.
Não será a hora de discutir o sentido da propaganda obrigatória e das regras à que está submetida?
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