quinta-feira, agosto 23, 2012

Contra o relógio - VERA MAGALHÃES - PAINEL




FOLHA DE SP - 23/08

Além de afetar o calendário de licitações para a eleição, a operação-tartaruga dos servidores do TSE congelou a análise de processos encaminhados pelos tribunais regionais. Ministros e procuradores temem que deságuem na corte milhares de pedidos de registros de candidaturas às vésperas do pleito, com exigência de deliberação em 48 horas. Com o atraso, candidatos indeferidos em segunda instância seriam impedidos de ir às urnas, trazendo insegurança jurídica ao resultado.

Dupla jornada O cronograma de atividades do tribunal é prejudicado também pelo julgamento do mensalão. José Antônio Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello conciliam as extenuantes sessões do STF com a pauta eleitoral. As reuniões, contudo, têm durado uma hora menos que o normal.

Ainda é cedo O voto de Ricardo Lewandowski condenando Henrique Pizzolato não desanimou advogados dos réus do mensalão. Eles ainda depositam no ministro a expectativa de que José Dirceu e outros expoentes do PT sejam inocentados.

Afinidades Eleito em 2010, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) contratou no ano seguinte para o seu gabinete três funcionários que prestaram serviços à sua campanha, segundo dados do TSE. Eles participaram de jantares de campanha do então candidato. Um deles recebeu R$ 3.000 pelo trabalho.

Outro lado A assessoria do petista, que disputa a eleição em Osasco e enfrentará hoje jornada decisiva no Supremo, afirma que eles foram admitidos "em reconhecimento a seu desempenho".

Na fila Enquanto o STF se dedica ao mensalão petista, oficiais da Justiça Federal começaram a citar os 37 denunciados na Operação Caixa de Pandora para apresentar defesa. O "mensalão do DEM" derrubou o então governador José Roberto Arruda (DF).

Deixa estar Demonstrando irritação com as imagens de filas nos aeroportos e a faixa de grevistas da Polícia Rodoviária Federal que anuncia passagem livre ao tráfico de drogas, Dilma Rousseff diz a interlocutores que aguarda punição "exemplar" do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) aos envolvidos.

Fica na sua Dilma vetou a participação da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) em palanques do PT onde a base governista está dividida, como Recife e Belo Horizonte. Ideli recebeu o recado após viagem a Fortaleza e abortou agenda na capital pernambucana. O governo quer blindá-la de eventuais crises com aliados.

Pupila A presidente pretende inspecionar hoje na Bahia mutirão para cirurgia de cataratas, um dos projetos da gestão de José Serra no Ministério da Saúde mais explorados por ele nas campanhas presidenciais. O nome da cidade: Serrinha.

Cofre vazio Embora PT e PSDB reclamem da tímida arrecadação para a campanha paulistana, tesoureiros de outros partidos garantem que as grandes corporações, sobretudo as do setor financeiro, mantêm a polarização. "Eles dizem que só vão doar para Serra e Fernando Haddad", diz um tesoureiro.

Mais-valia Serra receberá o apoio de ala dissidente da Força Sindical e da UGT em setembro. Já a CUT quer inaugurar seu comitê pró-Haddad na segunda-feira.

Visita à Folha Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Marcus de Barros Pinto, gerente de comunicação externa, e José Schiavoni, assessor de imprensa.

tiroteio
"Mesmo não sendo candidato, Paulo Maluf aparece na TV e na fala dos que cospem no prato que já comeram. É dor de cotovelo."
contraponto

Onde mesmo?

Durante sabatina da Folha, ontem, Celso Russomanno respondia a uma pergunta sobre a conduta do PRB acerca dos ataques homofóbicos em São Paulo. O candidato disse que seu partido tem militantes da causa LGBTT.
-Temos, inclusive, um candidato gay no Pará que foi barrado. E ele é do PRB, com muito orgulho.
Na plateia, o presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, corrigiu o aliado, em tom de brincadeira:
-A resposta foi boa, mas ele errou o Estado.
O candidato a que se referia Russomanno é o promotor de eventos Gerson Neto, de Manaus (AM).

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