CORREIO BRAZILIENSE - 25/06
O ex-presidente Lula, com Fernando Haddad, ex-Ministro da Educação, candidato a governador de São Paulo, a tiracolo, pediu e obteve, terça-feira última, apoio de Paulo Maluf para eleger seu pupilo a esse pleito. Os três pareceram alegres, na primeira página dos jornais.
Ficha moralmente suja, Maluf, eleito deputado federal naquele estado, foi acusado e condenado nos EUA por lavar dinheiro. Assim, se ele viajar para fora do Brasil, será preso imediatamente. Lula não se importa com essa condenação. O que ele quer são os votos de Maluf, nos quais o ex-presidente ainda acredita, em S.Paulo.
No último pleito, o palhaço de circo Tiririca, em voto de protesto do povo paulistano contra os malfeitos do Poder Legislativo, foi o mais votado no país para deputado federal, com 1,3 milhão de votos, ou seja, mais do que o dobro do meio milhão de Maluf.
Segundo a Folha de S.Paulo, o prestígio eleitoral de Lula está em queda nesse estado. Além disso, contra esse projeto, somam-se a reação negativa da aliança com Maluf; a renúncia da ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, à vice-governança de Haddad e a indiferença da senadora petista Marta Suplicy, vetada por Lula para esse pleito.
Para agravar ainda mais tal situação, a Cia. das Letras lançou, do jornalista e escritor Leonel Leonêncio, o livro Mata!, valendo-se dos arquivos secretos da ditadura, sobre os combates do major Sebastião Curió aos guerrilheiros do Araguaia. Pois Lula promoveu Curió a general de brigada do Exército, por atos de heroísmo. Tal episódio estava esquecido e volta agora à lembrança dos brasileiros.
Foram mortos, entre os guerrilheiros, segundo Vitória Grabois, seu pai, ex-deputado Maurício Grabois, líder do movimento; seu irmão André e seu marido, Gilberto Olímpio. O ato de Lula, uma leniência imperdoável para as maiores figuras do PT, foi aplaudido pelo Exército. Em inferno zodiacal, neste mês de junho, Lula, por desgraça, não tem vidente como Sana Khan, que leu, nas mãos de Vargas, derrotado nas urnas em 1930, a vitória num golpe de estado. Sua ditadura durou 15 anos. A opção de Lula é governar mais oito anos. Mas, como todos os sonhos, esse também, segundo o poeta, é só mais um sonho.
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