FOLHA DE SP - 25/06
Construção planeja rever crescimento estimado
As previsões de crescimento no setor da construção para este ano devem ser revistas em breve.
No mercado de material para obras, que abrange itens como vidros, pisos e telhas, já foi feita uma revisão da expectativa de 5% para 3,4%, segundo a Abramat, associação que reúne a indústria.
Novos cálculos para baixo podem ser realizados se as vendas não reagirem.
"Pensávamos que íamos crescer 5%. Mas nos primeiros meses do ano foi 2,7%. Mesmo para atingir 3,4%, vamos ter de crescer a taxas altas agora", diz Walter Cover, presidente da entidade.
Uma sondagem realizada entre as empresas indica que, em maio, 56% consideraram as vendas regulares ou ruins. As pretensões de investimento no médio prazo neste mês caíram para 61% ante a média de 75% em 2011.
"Mas a capacidade instalada mostra alguma recuperação em junho", diz Cover.
O segmento mais sensível foi o de vendas no varejo, segundo a entidade.
"O varejo sofreu. O consumidor está com a impressão de que deve postergar as compras. O setor imobiliário continua aquecido", afirma.
A construção civil ainda não tem preocupação para 2012, segundo Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP. Mas há receio para 2013.
"O desempenho do PIB nacional se refletirá no setor. Há uma desaceleração. Ainda não é queda", diz Watanabe, que também já considera a possibilidade de rever a expectativa de crescimento.
"No começo do ano, calculamos que haveria aumento de 5% em 2012. Se for revisto, ficará entre 4% e 5%."
Construção no aguardo
A construtora e incorporadora Kallas investirá ao menos R$ 300 milhões em novos empreendimentos até o final deste ano.
O valor exato dos aportes depende da aprovação da Prefeitura de São Paulo a alguns projetos da empresa.
"Os órgãos governamentais não estão devidamente aparelhados para a função. Com as investigações do Ministério Público, o processo fica ainda mais lento. Investiremos até R$ 600 milhões neste ano", diz o presidente da companhia, Emílio Kallas.
Em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, a empresa construirá em 12 meses um shopping com 23 mil m2 de área para locação e 1.500 vagas de estacionamento.
"Nos unimos a um grupo de investidores de São Paulo, que era proprietário do terreno. A maior parte do aporte de R$ 100 milhões será nossa", diz Kallas.
O empreendimento terá mais de cem lojas e um hipermercado com 8.000 m2.
Os principais concorrentes da companhia são Racional e Hochtief.
Números
R$ 114 milhões foi o Ebitda da companhia no ano passado
6.000 funcionários entre diretos e indiretos
R$ 286 milhões foi a receita líquida da empresa em 2011
20 é o número de obras que a companhia está tocando
Política fiscal pode virar 'falha geológica', diz economista
Os altos gastos do governo federal e a política de concessão de crédito via BNDES podem causar "falhas geológicas" na economia brasileira, segundo o indiano Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do FMI e professor da Universidade de Chicago.
O termo "falhas geológicas" é uma referência ao seu livro "Fault Lines" (que no Brasil foi traduzido para "Linhas de Falha"). Na obra, Rajan descreve as tensões que geraram a crise de 2008.
Segundo o professor, problemas econômicos brasileiros poderão virar rachaduras se a política fiscal continuar expansionista para manter o crescimento do país.
"Não seria melhor desenvolver mais o setor financeiro para que os bancos pudessem realizar empréstimos com 'spreads' [diferença entre a taxa de captação paga pelos bancos para obter recursos e a cobrado dos consumidores] menores?", questiona.
Rajan estará em São Paulo na quinta para participar do Congresso Brasileiro do Aço.
Casa financiada
A proporção de imóveis residenciais usados comprados com financiamentos triplicou nos últimos sete anos na capital paulista.
Levantamento da Lello mostra que 45% das unidades vendidas entre janeiro e maio deste ano foram financiadas por bancos. Em 2005, os empréstimos para aquisição de imóveis usados representavam 15% do total.
As vendas desse modelo de imóvel cresceram 14% nos cinco primeiros meses deste ano, ante igual período de 2011, segundo a administradora.
Números
15% dos imóveis residenciais usados eram comprados com financiamentos em 2005
30% do total das aquisições hoje são realizadas com empréstimos bancários
Integração
O grupo BB e Mapfre investirá R$ 40 milhões para implantar um novo sistema de gestão que integrará e unificará as operações de todas as áreas da companhia, criada há cerca de um ano.
O processo, que tem o objetivo de aumentar a eficiência operacional do grupo, deve acabar até o final de 2013.
"Antes eram sete seguradoras com três estruturas separadas. O investimento será recuperado rapidamente, em dois ou três anos", diz Carlos Landim, diretor de Planejamento do grupo.
Retorno... Desde a proibição das sacolinhas nos supermercados, a moda no setor de brindes foram as bolsas retornáveis de tecido ou outros materiais. Bonés e "pen-drives" já foram moda anteriormente.
...da sacola De acordo com Luiz Salvador, diretor da feira do setor Promo Bríndice, mais de 60 milhões de bolsas retornáveis devem ser fabricadas no Brasil até o final deste ano.
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