FOLHA DE SP - 04/06
Parece evidente que a conjuntura econômica, o câmbio e práticas desleais de outros países prejudicam setores da indústria brasileira.
Mais difícil é distinguir quais deles padecem desses males e quais, simplesmente, são ineficientes. Sabe-se de modo objetivo apenas que, nos últimos 12 meses, 40 de 76 subsetores da indústria, segundo a classificação do IBGE, reduziram sua produção. Outros sete cresceram menos de 1%. As dificuldades parecem disseminadas.
O governo, porém, passa a impressão de que conhece em detalhe os problemas de cada nicho industrial, pois com frequência oferece a alguns reduções de tributos ou barreiras à concorrência importada. Decretou, agora, o aumento de impostos sobre aparelhos de ar-condicionado, fornos de micro-ondas e motocicletas importados.
As escolhas parecem arbitrárias. Tal sensação não se dissipará até que o governo as explique e apresente resultados de suas políticas. De outro modo, como descartar a suspeita de que pode haver favores a empresas mais bem relacionadas?
É preciso deixar clara a origem dos problemas dos setores que recebem proteção. Deve-se prestar contas do resultado das medidas de estímulo, tanto em termos de produção como de preços e qualidade.
O consumidor foi prejudicado pela proteção adicional a uma empresa brasileira? Em caso positivo, houve algum outro tipo de benefício em termos de incremento da produção, do investimento em melhoria do produto, em empregos?
Não é este, além do mais, o único questionamento que se pode fazer ao jorro de medidas de proteção e estímulo pontual ao consumo. Pode ser razoável, de fato, recorrer a paliativos de modo a evitar que repiques de pânico na economia mundial contagiem o Brasil e provoquem perdas de produção e até falências.
Mas o governo brasileiro parece obcecado com medidas voltadas para o incentivo do consumo, sob risco de alimentar o superendividamento das famílias. A atividade econômica deveria ser reativada por outro meio: mais investimento público. No entanto, descontados os gastos no programa subsidiado de construção residencial, o Minha Casa, Minha Vida, o investimento do governo recua outra vez neste ano.
O governo não investe porque se emaranha na sua burocracia e na insuficiência dos projetos. Porque reestrutura vários ministérios responsáveis por parcelas importante do investimento, objetos de denúncias de corrupção no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff.
O governo, enfim, cede à tentação do mais fácil, com foco no curto prazo; entrega-se ao ativismo intervencionista enquanto não consegue dar conta de sua atividade básica, governar com eficiência -no caso, investir mais.
Mais difícil é distinguir quais deles padecem desses males e quais, simplesmente, são ineficientes. Sabe-se de modo objetivo apenas que, nos últimos 12 meses, 40 de 76 subsetores da indústria, segundo a classificação do IBGE, reduziram sua produção. Outros sete cresceram menos de 1%. As dificuldades parecem disseminadas.
O governo, porém, passa a impressão de que conhece em detalhe os problemas de cada nicho industrial, pois com frequência oferece a alguns reduções de tributos ou barreiras à concorrência importada. Decretou, agora, o aumento de impostos sobre aparelhos de ar-condicionado, fornos de micro-ondas e motocicletas importados.
As escolhas parecem arbitrárias. Tal sensação não se dissipará até que o governo as explique e apresente resultados de suas políticas. De outro modo, como descartar a suspeita de que pode haver favores a empresas mais bem relacionadas?
É preciso deixar clara a origem dos problemas dos setores que recebem proteção. Deve-se prestar contas do resultado das medidas de estímulo, tanto em termos de produção como de preços e qualidade.
O consumidor foi prejudicado pela proteção adicional a uma empresa brasileira? Em caso positivo, houve algum outro tipo de benefício em termos de incremento da produção, do investimento em melhoria do produto, em empregos?
Não é este, além do mais, o único questionamento que se pode fazer ao jorro de medidas de proteção e estímulo pontual ao consumo. Pode ser razoável, de fato, recorrer a paliativos de modo a evitar que repiques de pânico na economia mundial contagiem o Brasil e provoquem perdas de produção e até falências.
Mas o governo brasileiro parece obcecado com medidas voltadas para o incentivo do consumo, sob risco de alimentar o superendividamento das famílias. A atividade econômica deveria ser reativada por outro meio: mais investimento público. No entanto, descontados os gastos no programa subsidiado de construção residencial, o Minha Casa, Minha Vida, o investimento do governo recua outra vez neste ano.
O governo não investe porque se emaranha na sua burocracia e na insuficiência dos projetos. Porque reestrutura vários ministérios responsáveis por parcelas importante do investimento, objetos de denúncias de corrupção no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff.
O governo, enfim, cede à tentação do mais fácil, com foco no curto prazo; entrega-se ao ativismo intervencionista enquanto não consegue dar conta de sua atividade básica, governar com eficiência -no caso, investir mais.
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