FOLHA DE SP - 11/04/12
Suponha que o dito zigue-zague pudesse ser decodificado a ponto de revelar conteúdos, e estes fossem ligeiramente comprometedores? Ou se, ao contrário, os eletrodos servissem como receptores de um comando externo, induzindo-me, por exemplo, a passar a torcer pelo Vasco?
Nada disso é absurdo diante da notícia no "New York Times" de que uma agência de pesquisa americana dedicada a projetos avançados de defesa está desenvolvendo baratas e caracóis cibernéticos -ligando os sensores e transmissores desses animais a alguma forma de eletricidade, o que permitirá robotizá-los e fazê-los cumprir funções específicas. Não creio que, assim equipados, os bicharocos aprendam a traduzir "Ulisses" para o javanês, mas, no mínimo, é o fim da barata tonta.
A ideia dos cientistas é usar esses híbridos para fins bélicos: a barata eletrônica, em ações de espionagem, sabotagem e guerra psicológica, e o caracol idem, como serviço de escuta, plantado atrás das linhas inimigas e estocando informações em sua concha. E ambos seriam essenciais na guerra biológica -contra humanos.
Não entendo de caracóis, mas já li sobre baratas. Em seus comprovados 350 milhões de anos na Terra, elas já viram de tudo. São anteriores até a certos políticos brasileiros e tão resistentes quanto -capazes de sobreviver a explosões nucleares e a qualquer mudança de governo. Na sua versão 2.0, as baratas serão, ainda por cima, "inteligentes". Será que, nesse caso, a ciência sabe o que faz?
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