domingo, dezembro 18, 2011

Um ano sem CPI - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 18/12/11

Desde que assumiu a presidência da Câmara, o deputado Marco Maia (PT-RS) não autorizou a criação de qualquer CPI. Hoje há sete pedidos na fila. A CPI da Privatização, proposta pelo deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), deve ter o mesmo destino: a gaveta. A cúpula petista está sugerindo a Maia que dê prioridade às pedidas anteriormente, como a da Exploração Sexual de Adolescentes e a da Exploração do Trabalho Escravo. Só podem funcionar cinco CPIs ao mesmo tempo.

Estaca zero

Os ruralistas querem derrubar o texto do Código Florestal aprovado pelo Senado e restaurar a proposta da Câmara. “O texto do Senado é extremamente benevolente com o setor urbano e inviável para o setor rural”, afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). Para ele, o projeto costurado pelo senador Jorge Viana (PTAC) é irreal. “O senador Jorge Viana é o que a gente chama de cirurgião de cartolina. Na cartolina, você opera e não sangra”, disse Caiado. Já Viana diz que o pior dos mundos é o texto virar um “Frankenstein”. “Aí a presidente vai ter que entrar”, disse o senador, referindo-se a eventual veto da presidente Dilma.

Quem sabe em março não estou participando de comício?”
 — ex-presidente Lula, para o ministro Garibaldi Alves (Previdência), que foi visitá-lo no hospital

CONTERRÂNEOS. O cantor e compositor Raimundo Fagner (na foto) passou horas quinta-feira defendendo a aprovação da PEC da Música, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Durante o dia conversaram no Senado, e, à noite, Fagner fez um show em jantar na casa do senador. Eunício se comprometeu a acelerar a votação, que na Câmara demorou três anos e meio para ocorrer.

Dinheiro pelo ralo
Chamou a atenção de parlamentares o caro cartão de Natal enviado pelo Ecad. A entidade enfrenta CPI no Senado, que investiga denúncias de irregularidades na distribuição de direitos autorais. O governo quer supervisionar o Ecad.

Reforma
Sem consenso no partido, o PDT vai enviar uma lista para a presidente Dilma com sugestões para o Ministério do Trabalho: deputados Brizola Neto (RJ), Vieira da Cunha (RS), André Figueiredo (CE) e senador Acir Gurgacz (RO).

O salário-mínimo e a crise internacional
Apesar dos reiterados sinais de que a crise está chegando, o governo Dilma continua apostando que seus efeitos serão mitigados. Os líderes do PT avaliam que o aumento do salário-mínimo injetará no mercado, em janeiro, R$ 60 bilhões, e que isso contribuirá para dinamizar a economia. Por isso, eles se renderam aos argumentos do governo, de que não dá para conceder aumento para o Judiciário, pois ele iria desencadear um processo grevista incontrolável no serviço público.

Mais um
Enquanto PT e PSDB disputam o apoio do PDT em São Paulo, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), diz que vai concorrer à prefeitura. “Por que vou apoiar alguém que tem menos voto do que eu?”, diz ele.

Contra-ataque
A pedido de vários partidos, o jurista Paulo Brossard escreveu parecer contestando o direito de o recém- criado PSD ter tempo de propaganda na TV e receber recursos do Fundo Partidário. O TSE ainda não se posicionou sobre o tema.

PODENDO. 
O líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF), fez uma recepção de fim de ano, em sua casa, para os senadores regada ao vinho chileno Almaviva. A garrafa custa cerca de R$ 500.

NAS ALTURAS.
 A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) contou, para um grupo de senadores, que viaja no fim do ano para Istambul, na Turquia. E arrematou: “Vou andar de balão na Capadócia.”

A PRESIDENTE
 Dilma vai entrar em campo para convencer os aliados a apoiar a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.

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