FOLHA DE SP - 18/12/11
BRASÍLIA - Dilma Rousseff não poderia ter sido mais direta. Deixou claro, no café de fim de ano com jornalistas, que deseja uma sustentável suavidade no combate à inflação para não sacrificar o crescimento da economia em 2012.
O importante, disse, é manter a "curva suave" de recuo da inflação e não forçá-la a atingir o centro da meta, de 4,5%, no ano que vem, quando deseja crescer 5%.
Dado o recado presidencial, vamos por partes na avaliação mais técnica de sua equipe e menos ligada ao papel de manter aceso o espírito animal do empresariado.
A inflação tende a seguir suave e moderadamente em direção ao centro da meta -mais provavelmente no início de 2013 do que no fim de 2012. Está fora do horizonte da equipe pressões que possam comprometer essa estratégia.
Quanto ao crescimento econômico, hoje é possível dizer apenas que será maior do que neste ano, quando ficará levemente abaixo de 3%. E que o ritmo será mais lento no primeiro e mais veloz no segundo semestres de 2012. Ponto final.
Traduzindo, mesmo seguindo a orientação presidencial de buscar uma sustentável suavidade no combate à inflação, não será possível crescer forte no segundo ano de mandato dilmista.
Não chega a ser o fim do mundo. Afinal, neste fim de ano, mesmo com a desacelerada geral da economia, a popularidade do governo Dilma só fez aumentar.
Nas palavras de um assessor, isso concede à equipe, inclusive, mais tranquilidade para manejar a política econômica no início do ano que vem, que tende a ser tenso por conta da crise na Europa.
O único risco à frente pode ser Dilma ficar contrariada e optar por uma insustentável suavidade na batalha contra a inflação. Algo que, por enquanto, demonstra não estar disposta a fazer. A cadeira presidencial parece tê-la deixado mais pragmática. A conferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário