FOLHA DE SP - 18/12/11
O Brasil vem investindo 2,5% do PIB em infraestrutura, valor insuficiente diante das necessidades da economia e do necessário aumento da nossa competitividade.
Na logística, temos posição muito inferior a um de nossos maiores competidores nos mercados internacionais, a China. O custo de nosso transporte interno chega a reduzir em 20% a renda agrícola em algumas regiões. Por isso, é muito importante o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), lançado em 2007 pelo governo federal, integrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os investimentos previstos são de R$ 300 bilhões: 4,5% em aeroportos, 52% em ferrovias, 5,5% em hidrovias, 14% em portos e 24% em rodovias. A meta governamental é promover sensível mudança na matriz do transporte, tornando-a mais adequada na eficiência, no custo dos fretes e ao ambiente.
A expectativa é de que, em 20 anos, a participação do modal ferroviário passe dos atuais 25% para 35%, e do aquaviário, de 13% para 29%. Os meios dutoviário e aeroviário avançariam, respectivamente, de 3,6% para 5% e de 0,4% para 1%. As rodovias, hoje responsáveis por 58% do total, recuariam para 30%, significando economia de combustíveis e ganhos ambientais. Prevê-se, ainda, um avanço logístico, com a integração de todos esses sistemas em terminais multimodais.
O acompanhamento desse grande programa de investimento deve ser feito de perto por toda a sociedade, através do Portal Brasil, site de prestação de contas do governo.
O cronograma das obras do PAC relativo ao eixo dos transportes precisa ser agilizado, para ser possível toda a transformação positiva dentro do prazo. No último balanço quadrimestral, o monitoramento das ações, considerando a quantidade de empreendimentos, revela que 49% estão na etapa de projeto ou licenciamento, 7% em licitação, 43% em andamento e apenas 1% foi concluído.
Não só o governo deve fazer investimentos. A iniciativa privada, obedecendo à lógica da necessidade e ao princípio da participação, tem feito a sua parte e colocado consideráveis recursos nesse campo. A Copa e a Olimpíada determinarão a velocidade das construções, sobretudo quanto à modernização dos aeroportos.
Contudo, muito além da responsabilidade de sediar as duas competições esportivas mundiais, é preciso ter infraestrutura de transportes e logística capaz de escoar a produção de maneira segura, rápida e eficiente, reduzindo os custos e encurtando distâncias. Somente assim o Brasil vencerá na acirrada disputa dos mercados globalizados. Essa é a lógica que deve reger todo esse programa de investimentos públicos e privados.
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