FOLHA DE SP - 04/12/11
O baixo desempenho dos times de Minas - Atlético, América e Cruzeiro - no Brasileirão 2011 sugere reflexão importante para seus dirigentes e, também, de todas as agremiações nacionais: conquistas do passado, mesmo as mais recentes, tradição e camisa não ganham jogos e campeonatos. Prova disso é que Corinthians, Palmeiras, Fluminense, Botafogo, Grêmio e o próprio Galo já amargaram a Série B.
Assim, o futebol das Alterosas não conseguirá manter-se apenas da memória de craques consagrados, como Tostão, Piazza, Ronaldo, Dirceu Lopes, Cerezo, Eder, Reinaldo, Dario, Nelinho e Paulo Isidoro, entre outros, e dos numerosos títulos nacionais e internacionais conquistados por seus dois principais clubes.
É preciso trabalhar muito, a cada dia inovar, planejar, estar em sintonia com as mudanças e aprender com os erros. E, se possível, manter aqui os nossos craques, como Neymar.
A questão também é análoga ao desafio do Brasil quanto à Copa do Mundo da Fifa, em 2014, e à Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Não bastou a obtenção do direito de receber os dois grandes eventos. É premente grande empenho, método e pró-atividade para os realizar com qualidade, segurança, bons resultados econômicos e sem tensões diárias provocadas pelo atraso das obras, atropelamento do cronograma e desencontros nos orçamentos.
As duas maiores competições do mundo podem apresentar bons resultados para a economia, o turismo, o esporte e a imagem internacional do Brasil, e deixar consistente legado, sobretudo no avanço da infraestrutura. Portanto não podemos ficar adormecidos no berço esplêndido da prerrogativa de sediá-las.
O mesmo se aplica, aliás, aos significativos avanços socioeconômicos de nosso país nesta primeira década do século 21. O dinamismo de nossa economia, seu sucesso no enfrentamento da crise de 2008/2009 e o crescimento do mercado interno não podem nos levar à acomodação.
Precisamos continuar trabalhando muito, ficar atentos aos cenários externos e realizar as lições de casa das reformas e de outras tarefas indispensáveis ao desenvolvimento. Não podemos ser surpreendidos pelas armadilhas do mundo globalizado, que exige cada vez mais competitividade embasada no conhecimento.
Enfim, no esporte, na vida, no trabalho, na gestão das empresas e na administração pública, é muito prudente atender, com humildade e desprendimento, à sabedoria de uma antiga máxima popular: "É preciso matar um leão por dia!". Quem não fizer isso estará sempre ameaçado pelas feras da realidade. Que o digam o Galo, o Coelho e a Raposa, que, acomodados neste ano, ficaram na boca do lobo...
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