O ESTADÃO - 04/12/11
O mau humor do momento do PMDB com o governo está associado ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do caso de Jader Barbalho (PA) que,como outros candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa, reivindicaram a posse no cargo depois de decidido que a regra não se aplica às eleições de 2010.
Alguns já foram empossados, como os senadores João Capiberibe (PSB-PA) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). O petista Paulo Rocha (PA), terceiro colocado nas eleições do Pará, já obteve aprovação do STF e aguarda apenas expedição de diploma pelo TRE para assumir em lugar da senadora Marinor Brito (PSOL). Se assumir, leva a última das três vagas do Estado excluindo Barbalho, segundo mais votado.
O PMDB, que já perdeu dois senadores (Wilson Santiago e Gilvam Borges) para eleitos barrados pela Ficha Limpa e, posteriormente empossados, está inconformado com a perspectiva de ver Rocha assumir na frente de Barbalho. E acusa publicamente o STF de negar ao seu filiado tratamento isonômico em relação à Ficha Limpa.
O julgamento de Jader terminou empatado porque cinco dos dez ministros que compõem hoje o Supremo recusaram o recurso por imperfeição técnica, sem entrar no mérito. O novo julgamento espera pela posse da ministra Rosa Weber, indicada pelo governo e à espera de sabatina no Senado para assumir. Ela é o voto de Minerva.
O PMDB avalia que a indicação de Rosa é sintoma de que a presidente Dilma trabalha pela vitória de Rocha, fiel à causa partidária do ex-presidente Lula de fortalecer o PT no Senado, reduzindo o poder de fogo do PMDB.
Manobra nos bastidores
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), protela a sabatina de Rosa Weber para ganhar tempo e trabalhar nos bastidores pela garantia de julgamento do mérito do caso Jader. Ele pediu ao líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), relator da indicação de Rosa Weber, que adiasse a leitura de seu parecer que estava agendada para dia 23 de novembro, o que contrariou o Planalto. Semana passada, num alerta ao governo, pôs subitamente na pauta de votação a Emenda 29, que amplia os gastos em Saúde, em detrimento da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que dá ao governo liberdade para administrar à vontade R$ 62 bilhões do Orçamento de 2012. A decisão foi interpretada inicialmente como um descuido, mas o próprio Sarney a repeliu, dizendo que na sua idade não existe tal possibilidade.
Belém/Brasília
A leitura corrente no Congresso é a de que Jader influi no TRE do Pará, que protela a expedição do diploma de Paulo Rocha, enquanto o PT impede o avanço de seu caso no STF.
Os dólares na cueca
A liderança do PT na Câmara inaugura, nesta terça-feira, uma galeria com os retratos dos ex-líderes do partido. A pajelança abre a fase de articulações para a sucessão do atual líder, Paulo Teixeira (SP). O mais cotado é o vice-líder José Guimarães (CE). Sua eventual eleição, ressuscitará o escândalo dos “dólares na cueca”: ele até hoje responde ação de improbidade por envolvimento no episódio, segundo o Ministério Público Federal. Em julho de 2005, seu assessor, José Adalberto Vieira, foi preso com R$ 209 mil numa mala e US$ 100 mil na cueca. Com recursos protelatórios, arrasta o processo há seis anos.
Fazendo água
A reforma administrativa do Senado, porta de salvação de Sarney para os escândalos da Casa tem 100% de chance de acabar em nada. Deve ser aprovada em comissão e engavetada no plenário. Ou virar um parágrafo.
Alguns já foram empossados, como os senadores João Capiberibe (PSB-PA) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). O petista Paulo Rocha (PA), terceiro colocado nas eleições do Pará, já obteve aprovação do STF e aguarda apenas expedição de diploma pelo TRE para assumir em lugar da senadora Marinor Brito (PSOL). Se assumir, leva a última das três vagas do Estado excluindo Barbalho, segundo mais votado.
O PMDB, que já perdeu dois senadores (Wilson Santiago e Gilvam Borges) para eleitos barrados pela Ficha Limpa e, posteriormente empossados, está inconformado com a perspectiva de ver Rocha assumir na frente de Barbalho. E acusa publicamente o STF de negar ao seu filiado tratamento isonômico em relação à Ficha Limpa.
O julgamento de Jader terminou empatado porque cinco dos dez ministros que compõem hoje o Supremo recusaram o recurso por imperfeição técnica, sem entrar no mérito. O novo julgamento espera pela posse da ministra Rosa Weber, indicada pelo governo e à espera de sabatina no Senado para assumir. Ela é o voto de Minerva.
O PMDB avalia que a indicação de Rosa é sintoma de que a presidente Dilma trabalha pela vitória de Rocha, fiel à causa partidária do ex-presidente Lula de fortalecer o PT no Senado, reduzindo o poder de fogo do PMDB.
Manobra nos bastidores
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), protela a sabatina de Rosa Weber para ganhar tempo e trabalhar nos bastidores pela garantia de julgamento do mérito do caso Jader. Ele pediu ao líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), relator da indicação de Rosa Weber, que adiasse a leitura de seu parecer que estava agendada para dia 23 de novembro, o que contrariou o Planalto. Semana passada, num alerta ao governo, pôs subitamente na pauta de votação a Emenda 29, que amplia os gastos em Saúde, em detrimento da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que dá ao governo liberdade para administrar à vontade R$ 62 bilhões do Orçamento de 2012. A decisão foi interpretada inicialmente como um descuido, mas o próprio Sarney a repeliu, dizendo que na sua idade não existe tal possibilidade.
Belém/Brasília
A leitura corrente no Congresso é a de que Jader influi no TRE do Pará, que protela a expedição do diploma de Paulo Rocha, enquanto o PT impede o avanço de seu caso no STF.
Os dólares na cueca
A liderança do PT na Câmara inaugura, nesta terça-feira, uma galeria com os retratos dos ex-líderes do partido. A pajelança abre a fase de articulações para a sucessão do atual líder, Paulo Teixeira (SP). O mais cotado é o vice-líder José Guimarães (CE). Sua eventual eleição, ressuscitará o escândalo dos “dólares na cueca”: ele até hoje responde ação de improbidade por envolvimento no episódio, segundo o Ministério Público Federal. Em julho de 2005, seu assessor, José Adalberto Vieira, foi preso com R$ 209 mil numa mala e US$ 100 mil na cueca. Com recursos protelatórios, arrasta o processo há seis anos.
Fazendo água
A reforma administrativa do Senado, porta de salvação de Sarney para os escândalos da Casa tem 100% de chance de acabar em nada. Deve ser aprovada em comissão e engavetada no plenário. Ou virar um parágrafo.
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