domingo, setembro 04, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Manchester pode inspirar onda de IPOs no futebol
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 04/09/11

O exemplo do Manchester United, que deve fazer seu IPO na Bolsa de Cingapura até o fim de 2011, pode gerar uma onda de profissionalização e abertura de capital no futebol? Apesar da resistência de boleiros ao mercado financeiro, especialistas defendem um placar diferente.
"Seria uma solução para os clubes profissionalizarem a gestão e implantarem uma boa governança", diz Marcelo Kayath, corresponsável pelo banco de investimento do Credit Suisse no Brasil. O banco é o coordenador global da operação do Manchester.
Um candidato a presidente de um dos 12 grandes times do país pretendia fazer o IPO do departamento de futebol, mas não se elegeu. Como a receita com a venda de jogadores varia muito, seriam usadas fontes mais estáveis, como a comercialização de ingressos e produtos do time.
Antes do IPO, clubes têm de fazer uma reformulação jurídica e societária, o que não é bem-visto por sócios, diz Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo.
"Seria uma nova via de investimento para o torcedor, mas a ideia nunca passa no Conselho Deliberativo."
Especialistas dizem que o IPO desagrada pessoas que estão no poder nos clubes, mas que essa dificuldade pode ser contornada.
"O dirigente pode manter o controle, com 51% do capital e 49% na Bolsa. E a operação deve ser 'à la Vale', em que sócios compram com desconto", diz Kayath.

O QUE EU ESTOU LENDO
Gilberto Kassab, prefeito de SP

Além do novo partido, o prefeito de SP, Gilberto Kassab, se ocupa com a China. O prefeito lê "On China", de Henry Kissinger. "Ele desperta diferentes reações, mas tem inegável capacidade intelectual. Kissinger foi personagem destacado nas relações internacionais durante quase duas décadas e propõe uma reflexão sobre a convivência entre as grandes potências", diz.
"É bem interessante o paralelo entre estilos de agir e pensar de norte-americanos e chineses e como isso influenciou a relação entre os países. Estou descobrindo uma leitura essencial para quem quer entender o mundo em que vivemos", acrescenta.

FANTÁSTICA FÁBRICA
A Cacau Show vai comprar mais duas fazendas, na Bahia e no Pará, além das três em Linhares (ES) onde planta cacau. Por que verticalizar em vez de terceirizar etapas da produção?
"Quero participar de todo o processo, para ter mais qualidade. O cliente não quer mais trocar dinheiro por chocolate. Quer uma experiência", diz Alexandre Costa, presidente da marca, que começou o negócio na Páscoa de 88, aos 17 anos. Conseguiu uma encomenda, mas não encontrou ovos de 50 gramas. Decidiu produzi-los por conta própria e contratou uma senhora que fazia chocolate. Depois de dias de 18 horas de trabalho, o pedido foi entregue. "Hoje são mais de 1000 lojas, quase todas franquias, em todo o país, e a Cacau Show é a maior rede de chocolates finos do mundo", diz.
Serão R$ 35 milhões os investimentos até abril: R$ 20 milhões na fábrica, R$ 8 milhões em equipamentos e R$ 7 milhões nas fazendas. Conforme a região, o cacau tem sabor diferente. "O consumidor está se sofisticando. Ocorrerá com o chocolate o que aconteceu com o vinho no país. E queremos sair na frente."

NÚMEROS
54 mil m²
será o tamanho da fábrica, que hoje tem 18 mil m² e produz cerca de 12 mil toneladas de chocolate por ano

48%
foi o crescimento médio nos últimos cinco anos

1052 lojas
até dezembro

COM QUE ROUPA
ENCOLHI
Os ternos diminuíram: calça e paletó estão mais curtos e justos. As bocas das calças estão mais estreitas. A largura delas abaixo do joelho foram reduzidas em um centímetro, de acordo com a direção da grife Ermenegildo Zegna no Brasil.
O comprimento do paletó, que costumava ser na primeira "junção de dedos", está um palmo acima, segundo a Armani no Brasil. Com a peça mais curta, o terceiro botão desapareceu. Os anos 60 são a referência das novas coleções.
A modelagem "mais seca" é na medida exata da pessoa, de acordo com a direção da marca Ricardo Almeida. O alfaiate João Camargo diz que o paletó deve dividir o corpo de quem o veste na metade, sem considerar a cabeça.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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