Dinheiro ao Mar
REVISTA VEJA
O primeiro petroleiro nacional encalhou. É no que dá trocar as leis do mercado pela ideologia
A foto acima, de 7 de maio de 2010, retrata uma cena explorada à exaustão na campanha de Dilma Rousseff. Com pompa e circunstância. O então presidente Lula, com Dilma no palanque, exibia no Porto de Suape, em Pernambuco. O primeiro navio petroleiro construído no Brasil em catorze anos. Tudo teatro eleitoral. Tão logo a platéia se foi a embarcação voltou ao estaleiro e de lá nunca mais saiu. O que poucos sabiam até agora é que o vistoso casco do João Cândido - um portento planejado para transportar 1 milhão de barris de petróleo através dos continentes e que custou à Petrobras 336 milhões de reais (o dobro do valor de mercado) - escondia soldas defeituosas e tubulações que mal se encaixavam. Corria o risco de desfazer-se em alto-mar. Concebido para ser o primeiro de uma série de 41 navios. Símbolo do renascimento da indústria naval, o petroleiro precisou ser parcialmente refeito. O término da reforma está prometido para as próximas semanas, mas técnicos ouvidos por VEJA afirmam que, dado o histórico de trapalhadas, o calendário pode atrasar.
O João Cândido é o epítome da estratégia petista de privilegiar a todo custo mão de obra e fornecedores brasileiros como forma de fomentar os setores petrolífero e naval - a tal política do conteúdo nacional. De acordo com ela, no caso da construção de um navio, pelo menos 65% do valor final deve ser gasto no país. Trata-se de uma regra que despreza a inteligência e o bom uso do dinheiro público, como bem ilustra o episódio do João Cândido. Foi o governo que patrocinou, por meio do BNDES, a criação do Estaleiro Atlântico Sul, encarregado de erguer esse e mais 21 petroleiros. Seus principais sócios são as empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que já fizeram todo tipo de obra, mas nunca montaram nem sequer uma lancha. Dada a magnitude do projeto, seria preciso que contratassem mão de obra altamente especializada. Mas quase todos os 2000 operários recrutados - incluídos aí canavieiros, donas de casa e sacoleiros da região estavam montando um navio pela primeira vez. "Com um contingente tão inexperiente, seria impossível não haver erros", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Todos os países que têm uma indústria naval forte tiveram um dia de destinar subsídios ao setor. Foi assim com o Japão e a Coréia do Sul, hoje os maiores produtores de navios do planeta. Só que lá, ao contrário daqui, estabeleceram-se exigências técnicas e prazos que obrigaram a indústria a ganhar eficiência e a se tornar independente do governo. Na primeira tentativa feita no Brasil de alavancar o setor, nos anos 60 e 70, foram todos à bancarrota assim que a fonte estatal secou. Agora, mais uma vez, é o governo, via Petrobras, que anuncia um investimento de nada menos que 9,6 bilhões de reais na área. Enquanto isso, o João Cândido continua emperrado - um monumento à incompetência a lembrar com que facilidade se pode lançar ao mar o dinheiro dos contribuintes.
O João Cândido é o epítome da estratégia petista de privilegiar a todo custo mão de obra e fornecedores brasileiros como forma de fomentar os setores petrolífero e naval - a tal política do conteúdo nacional. De acordo com ela, no caso da construção de um navio, pelo menos 65% do valor final deve ser gasto no país. Trata-se de uma regra que despreza a inteligência e o bom uso do dinheiro público, como bem ilustra o episódio do João Cândido. Foi o governo que patrocinou, por meio do BNDES, a criação do Estaleiro Atlântico Sul, encarregado de erguer esse e mais 21 petroleiros. Seus principais sócios são as empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que já fizeram todo tipo de obra, mas nunca montaram nem sequer uma lancha. Dada a magnitude do projeto, seria preciso que contratassem mão de obra altamente especializada. Mas quase todos os 2000 operários recrutados - incluídos aí canavieiros, donas de casa e sacoleiros da região estavam montando um navio pela primeira vez. "Com um contingente tão inexperiente, seria impossível não haver erros", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Todos os países que têm uma indústria naval forte tiveram um dia de destinar subsídios ao setor. Foi assim com o Japão e a Coréia do Sul, hoje os maiores produtores de navios do planeta. Só que lá, ao contrário daqui, estabeleceram-se exigências técnicas e prazos que obrigaram a indústria a ganhar eficiência e a se tornar independente do governo. Na primeira tentativa feita no Brasil de alavancar o setor, nos anos 60 e 70, foram todos à bancarrota assim que a fonte estatal secou. Agora, mais uma vez, é o governo, via Petrobras, que anuncia um investimento de nada menos que 9,6 bilhões de reais na área. Enquanto isso, o João Cândido continua emperrado - um monumento à incompetência a lembrar com que facilidade se pode lançar ao mar o dinheiro dos contribuintes.
6 comentários:
Tudo Balela de reporteres e reportagens sensacionalista e de oposição. Conversa fiada, isso é crítica destrutiva, gente que acredina no país não pode se abalar com esses ignorantes comentários...Bom dia!!!
Isso tudo q a revista veja falou é verdade.
Eu trabalho no EAS, o navio esta uma desgraça, mas nao por culpa dos trabalhadores, e sim por culpa do proprio governo, e da chefia tão "experiente", que fizeram esse navio sair do Dique Seco, por pura pressao.
É simplesmente ridiculo, o que acontece no EAS.
Infelizmente, ela é uma empresa de tamanho grande, mas de mentalidade pequena. pst.
Eu como Pernambucana me sinto ofendida por uma revista com tanto prestígio social como a revista veja. Uma falta de respeito ao povo pernambucano que muito se qualificou e estudou para a construção do mesmo. Não são meras sacoleiras ou donas de casa não menosprezando as mesmas, que tem seu valor, mais apenas observamos uma matéria escrita por burgueses, que não sabe ao menos o trabalho diário e os esforços de todos soldadores e trabalhadores do estaleiro Atlântico Sul em Suape-Pe. Emanuella Ferreira
Mais uma farsa do Ali Baba, que deixou a herança maldita dos 40 ladrões no Ministério da Dilma.
E pensar que uma das rusgas do governo lulista com Roger Agnelli ex-Presidente da Vale foi o fato de ele ter encomendado navios de transporte de minério aos sul-coreanos.
Como comprar aqui com essa industria falida que faz navio para o faz de conta de Presidente Pilantra? Presidente que se orgulha de nunca ter terminado de ler um livro?
Me faça o favor....
Sou pernambucano e reconheço que a saida do casco,foi pura politicagem do ex-presidente em querer eleger a Dilma.Tudo no estaleiro é pura lavagem de dinheiro e tbm como disse a veja:Dinheiro jogado ao mar.O João Cândido parece mais um monte de sucata onde só um louco teria coragem de embarcar nele.
Manu: vc deve ser uma dessas donas de casa que não põe os olhos nem na rua onde mora e também não sabe interpretar um texto na sua própria lingua.
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