A onda global de regulação em bancos também deve complicar a vida de auditores. Para reduzir o risco de um colapso no estilo da Arthur Andersen, que foi negligente com a contabilidade da Enron, em 2001, o Reino Unido criou um novo código de governança para firmas de auditorias. As "quatro grandes" (PricewaterhouseCoopers, Deloitte, KPMG e Ernst & Young) deverão, entre outras obrigações, indicar não executivos independentes para os trabalhos de auditoria. Os auditores temem que as novas regras ameacem sua independência e acarretem conflitos de interesse. "A exigência de indicar não executivos independentes para nosso modelo de governança levantou considerações relativas à independência, a conflitos de interesse e de responsabilidade", disse Stuart Diack, sócio da auditoria, no Reino Unido. Para Diack, o Código de Governança de Firmas de Auditorias vai permitir uma melhor comparação entre as empresas de auditorias, mas "não prevemos que acrescente algo de modo significativo às nossas responsabilidades regulatórias." Uma disseminação de regras mais rigorosas pelo mundo pode ser preocupante, segundo os auditores. "Uma boa governança é preferível a uma regulação desproporcional", disse Diack. "O regime de governança britânico é visto internacionalmente como equilibrado e lógico. Outros países vão julgar se requerimentos similares são apropriados as suas necessidades. No Reino Unido, o código foi introduzido para mitigar o risco de uma importante firma de auditoria se retirar do mercado, mas esse risco varia internacionalmente", acrescentou. "Estamos sempre lidando com mudanças de regulação", disse Robert E. Moritz, presidente e sócio da PricewaterhouseCoopers. Para Moritz, o que é prejudicial é ter incertezas. "À medida que você já sabe o que muda, você se prepara, faz ajustes", afirmou Moritz.
O pior é ter incertezas. À medida que você já sabe o que muda, você se prepara, faz ajustes ROBERT E. MORITZ presidente e sócio da Pricewaterhouse (EUA)
A exigência de indicar não executivos independentes levantou considerações relativas à independência STUART DIACK sócio da Deloitte (Reino Unido)
CARAVELA PARA A COPA
Antonio Trindade, presidente do Grupo Porto Bay, rede de hotelaria portuguesa, com sede na Ilha da Madeira, esteve no Brasil para avaliar oportunidades de aquisições no setor. Trindade afirma que o país, onde o grupo já possui três unidades -em São Paulo, Rio e Búzios-, passa por um bom momento para receber investimentos, impulsionado pela Copa e pelas Olimpíadas. "Já investimos R$ 70 milhões no Brasil e estamos muito motivados a fazer novos projetos em outras capitais." Os hotéis brasileiros do grupo já estão com ocupação completa para o Carnaval.
IMPACTO NOS SETORES
O setor de papel e celulose foi o que mais sofreu com a turbulência dos mercados financeiros. As ações dessas companhias tiveram desvalorização média de 15% na Bovespa no acumulado deste ano até a última sexta-feira, de acordo com levantamento realizado pela Economática, que leva em conta a liquidez. Em segundo lugar, ficaram os papéis do setor de construção, que acumularam queda de 13%. Ao todo, sete setores tiveram desvalorização acima dos 8,5% registrados pelo Ibovespa, índice que reúne as 63 ações brasileiras mais negociadas na Bolsa paulista.
CORREDOR 1 Surgiu um novo corredor de exportação de grãos com a reativação da logística ferroviária no noroeste de Minas. O número de tradings que buscam alternativa ao porto de Santos aumentou. A mais recente é a Louis Dreyfus Commodities Brasil, que fechou contrato com a Ferrovia Centro-Atlântica para o transporte de 1,5 milhão de toneladas de grãos.
CORREDOR 2 A carga será captada em Mato Grosso, em Goiás e no noroeste de Minas Gerais para exportação pelo porto de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo. De janeiro a setembro do ano passado, 40% do volume total de carga geral transportada pela FCA foi de produtos agrícolas. A Vale anunciou investimentos de R$ 300 milhões na região.
O RETORNO 1 Após ficar cerca de um ano sem um produto voltado para a baixa renda, a Brasilcap lançou neste mês um título de capitalização que oferece descontos de até 50% em farmácias, o Ourocap Reserva. "Voltaremos a vender para um segmento importante", diz Márcio Lobão, presidente da Brasilcap. A expectativa é comercializar 530 mil títulos até dezembro.
O RETORNO 2 Os pagamentos mensais do Ourocap Reserva vão de R$ 30 a R$ 50. Para lançar o produto, a Brasilcap fez parceria com 6.000 farmácias do país, que irão oferecer descontos em medicamentos. O mercado de capitalização possui potencial para crescer, pois atualmente é o menor dentro do mercado de seguros, de acordo com o presidente da empresa.
Chuvas irão influenciar voto de brasileiro em 2010, diz pesquisa
Em tempos de chuvas e enchentes, mais da metade dos brasileiros vai levar em consideração os fatores climáticos na hora de decidir os candidatos que irão escolher nas próximas eleições. Mais de 65% dos eleitores pretendem avaliar como os candidatos se posicionam sobre o tema, segundo levantamento feito pela empresa de pesquisas de mercado Market Analysis, com 835 pessoas em nove capitais. As classes mais baixas são as mais sensibilizadas pelo tema, com mais de 60%. Os jovens são os mais preocupados -73% dos que têm entre 18 e 24 anos consideram a questão prioritária. O menor percentual está entre os mais velhos, entre 55 e 69 anos (52%). As mulheres (68%) são também mais interessadas pelo tema do que os homens (64%).
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