Os Jogos Olímpicos de 2016 são a cereja do bolo e certamente trarão muitos benefícios para a cidade. Mas, em termos de atração de investimentos e geração de empregos, o setor que mais impulsionará a economia do Rio, segundo estimativa da prefeitura, é o de petróleo e gás.
Enquanto os Jogos devem criar 15 mil empregos até 2016, o petróleo responderá por 80 mil.
A diferença se deve ao impacto dos investimentos programados para o período. Todas as atividades relacionadas com o petróleo e o gás (o que inclui não só a elaboração de projetos mas a prestação de serviços) absorverão investimentos da ordem de US$ 75 bilhões nos próximos sete anos. No caso dos Jogos Olímpicos, o valor estimado é de US$ 16 bilhões, o que também é muito relevante.
Somente a Petrobras espera investir, conforme seu plano estratégico, o equivalente a US$ 174 bilhões no período 20092013, dos quais o Rio receberá expressiva parcela.
O número de empregos esperados para a cidade também se baseia na demanda de profissionais qualificados estimada pela empresa para esse mesmo período (207 mil pessoas no Brasil todo).
Evidentemente que tanto o petróleo como os Jogos beneficiarão outro segmento importante no município do Rio, que envolve recreação cultural e esportiva, ressalva o professor Mauro Osório, especialista em economia fluminense. Segundo levantamento do Ministério do Trabalho, de um total de 2.161.698 empregos formais no Rio em 2008, 38.632 (ou seja, 1,8%) eram vinculados a atividades de cinema, teatro, televisão, música, discotecas, dança, espetáculos, jogos, bibliotecas, museus, parques e esportes em geral.
Para efeito de comparação, esse mesmo segmento em São Paulo envolvia 44.508 empregos (1% de um total de 4.489.076 postos de trabalho formais), em Belo Horizonte, 11.409 (0,9%), em Porto Alegre, 8.172 (1,2 %),em Salvador, 5.413 (0,8%), e em Recife, 3.711 (0,6%).
No caso do turismo, o setor empregava formalmente 149.679 pessoas no Rio em 2008 (6,9% do total de ocupados, com registro). Essa participação relativa só era superada em Florianópolis, onde o turismo respondia por 7,3% dos empregos formais Em São Paulo, a proporção era de 5,5% (248.793).
Curiosamente, a participação relativa dos empregos formais gerados pelo turismo nas maiores capitais brasileiras pouco se alterou nos últimos dez anos. Passou de uma média de 5,5% para 5,7%.
No Rio, até caiu (era de 7,1% em 1998).
Alguns jovens executivos financeiros se tornaram grandes banqueiros de investimento no Brasil em menos de duas décadas, pois souberam aproveitar oportunidades que surgiram com as transformações da economia nesses 20 anos, e conseguiram também escapar de algumas armadilhas decorrentes de tais mudanças.
Gestão de recursos de terceiros, fusões, incorporações, leilões de privatização, lançamento de ações, tudo isso junto fez com que instituições financeiras que nasceram pequenas multiplicassem seus patrimônios líquidos rapidamente, pois uma intermediação bem-sucedida acabava viabilizando outra a seguir. A sorte deu uma mão, já que pelo meio do caminho houve muitas baixas.
Se fossem apenas assalariados ou diretores com gratificações convencionais, esses jovens executivos financeiros possivelmente teriam acumulado bens pessoais suficientes para viver com tranquilidade o resto de suas vidas.
Se tornaram banqueiros (alguns até mesmo bilionários) graças a políticas de participação nos resultados das instituições onde começaram ou passaram a trabalhar.
Esse tipo de remuneração, apontado como um dos fatores que levaram o sistema financeiro internacional a assumir riscos exagerados por decisão de seus executivos, é que está hoje na mira dos governos. Na discussão de medidas para tirar a economia mundial da crise, os governantes decidiram promover uma ação conjunta para controlar ou limitar essas gratificações.
No Brasil, devido a regras já impostas ao sistema financeiro antes mesmo da crise (já havíamos passado por más experiências no próprio país, e assim, os órgãos regulares tinham estabelecido regras mais conservadoras do que as adotadas lá fora, o que, de certa forma, nos salvou da tempestade), a questão de pagamento de bônus não deverá ser tratada com a gravidade com que é encarada nos Estados Unidos ou na Europa, por exemplo. No entanto, ao que tudo indica o Banco Central baterá pé firme em duas questões: transparência na política de participação dos executivos nos resultados das instituições financeiras (a divulgação da maior e da menor bonificação será uma das exigências); condicionar o pagamento de bônus a resultados mais de longo prazo, para evitar que executivos se aventurem em operações bombasrelógio.
O projeto do Banco Central ficará em audiência pública por 90 dias.
Ninguém tem dúvida que os índices de preços agora em fevereiro serão uma espécie de rescaldo da inflação de janeiro. Mas se esses índices mostrarem alguma tendência de queda — o que é bem provável — prevalecerá a tese que a inflação no início do ano foi mais um soluço que um repique. Só assim escaparemos de uma alta nas taxas de juros já na reunião do Copom em março. |
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