SÃO PAULO - "Estamos no sétimo dia útil de governo e às vezes parece que foram anos." Esse foi Henrique Meirelles, aquilo era maio, e isso bem poderia abrir um discurso do Estado da União se ele existisse por aqui.
O novo velho governo precisará provar que é melhor do que o que o antecedeu. Até agora, a aprovação popular a Michel Temer não difere muito da de Dilma Rousseff.
A história reúne métricas das mais díspares para avaliar um líder político. Há monarcas que demonstravam força pelos fusos horários de seus domínios, e presidentes que fizeram seu nome com sucessivas reeleições.
Abaixo da unidade "um mandato", como no caso de Temer, a escala da régua vem em dias —ele somará 963 deles até o fim de 2018.
Pouco tempo? Tudo é sempre relativo. Trata-se de período muito parecido ao de John Kennedy, que governou por 1.036 dias. Nesse intervalo, teve sangue frio (e sorte) para evitar que o mundo fosse daquela para pior na crise dos mísseis nucleares. Acabou por virar um dos mais populares presidentes da história dos EUA.
Aqui no Brasil, Getúlio Vargas precisou de período muito parecido (976 dias) após a eleição em 1950 para duas importantes criações: a Petrobras e o que veio a ser o BNDES.
Caso mais próximo ao atual, por motivos óbvios, é o de Itamar Franco. Foi um governo de 820 dias, sempre lembrado pelo Fusca, por Lilian Ramos e pelos alta rotação de ministros da Fazenda (seis). Mas foi nele que se formulou o Plano Real.
Criada e moída pelo "sistema", Dilma agora é história. O processo de impeachment está encerrado, e entramos no primeiro dia útil inteiro de Temer como presidente sem acréscimo de adjetivo. Ao mesmo tempo trata-se do 113º dia do governo Temer. E Temer nem presidente em exercício é, pois tomou um avião durante a noite rumo à China. Com 75 anos, o mais velho presidente da história do Brasil começou voando, mas deveria mesmo é correr.
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