CORREIO BRAZILIENSE - 08/07
A campanha eleitoral legal começou domingo. E os três principais candidatos já estão devendo. A primeira colocada nas pesquisas, Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, talvez temendo novas vaias, evitou o contato direto com o povo. Preferiu a estratégia segura e fácil da internet, resguardando-se no Palácio da Alvorada, enquanto descansava da intensa campanha - antecipada e de legalidade discutível - que vinha fazendo nos últimos meses, viajando pelo interior do país para entregar tratores e unidades habitacionais.
No domingo, a presidente fez apenas o lançamento do site oficial da campanha, no qual valorizou a iniciativa do Marco Civil da Internet e prometeu ampliar o acesso da população ao serviço de banda larga, além de acenar com maior participação popular nas decisões do governo.
Já os dois principais opositores, demonstrando que nada têm a temer, partiram logo para o corpo a corpo com o eleitorado. Aécio Neves, da coligação liderada pelo PSDB, começou por São Paulo, maior colégio eleitoral do país e que vem de um processo de cicatrização de feridas abertas entre lideranças do partido. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, e sua vice, Marina Silva, escolheram a pobreza da comunidade do Vale do Sol, em Ceilândia, em pleno Distrito Federal, para marcar a disposição de criticar o governo do PT e da presidente.
A presidente previu que esta será uma das campanhas mais politizadas da nossa história. Não se sabe ao certo o que ela entende por "politizada". Mas, a julgar pelo senso comum, os primeiros passos dela (ao apenas proclamar obras de seu governo) e dos concorrentes, os manifestantes que saíram às ruas em junho de 2013 começam a ganhar motivos para voltar, tão logo acabe a Copa.
Aécio alertou para o uso indevido, para fins eleitorais, do eufórico envolvimento dos brasileiros com a Copa e a Seleção. Campos chegou a afirmar que o partido da presidente nem deveria apresentar candidato, devendo, em vez disso, ter a humildade de confessar que fracassou na administração do país.
É certo que as estocadas estão apenas começando. Mas também é indiscutível que não foi isso que a voz das ruas exigiu. Aliás, nada do que constou das faixas e dos cartazes dos protestos foi atendido. Tudo não passou de promessas do governo e de acenos dos opositores.
O padrão Fifa de qualidade foi exigido para a educação e a saúde. Por enquanto, a primeira não para de envergonhar o Brasil nos rankings internacionais e a segunda humilha todos os dias milhões de brasileiros nas filas e na precariedade do SUS. Na Copa, todos, inclusive os estrangeiros, comemoram o eficiente reforço na segurança pública. Foi também isso que pediram as ruas e que, certamente, não vão aceitar que acabe.
E nem se tocou ainda na volta da inflação, que anda corroendo os salários do trabalhador. Politizado ou não, o que o eleitor deixou claro é que quer mudança de atitude. Menos discurso e mais ação. Menos promessas vagas, mais compromisso e clareza sobre o que será feito para atender aos reclamos justos da sociedade. Se não nas andanças pelas ruas, pelo menos nos debates e no programa gratuito pela tevê, que começa em 19 de agosto. Isso é o mínimo que se espera de quem agora pede votos.
No domingo, a presidente fez apenas o lançamento do site oficial da campanha, no qual valorizou a iniciativa do Marco Civil da Internet e prometeu ampliar o acesso da população ao serviço de banda larga, além de acenar com maior participação popular nas decisões do governo.
Já os dois principais opositores, demonstrando que nada têm a temer, partiram logo para o corpo a corpo com o eleitorado. Aécio Neves, da coligação liderada pelo PSDB, começou por São Paulo, maior colégio eleitoral do país e que vem de um processo de cicatrização de feridas abertas entre lideranças do partido. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, e sua vice, Marina Silva, escolheram a pobreza da comunidade do Vale do Sol, em Ceilândia, em pleno Distrito Federal, para marcar a disposição de criticar o governo do PT e da presidente.
A presidente previu que esta será uma das campanhas mais politizadas da nossa história. Não se sabe ao certo o que ela entende por "politizada". Mas, a julgar pelo senso comum, os primeiros passos dela (ao apenas proclamar obras de seu governo) e dos concorrentes, os manifestantes que saíram às ruas em junho de 2013 começam a ganhar motivos para voltar, tão logo acabe a Copa.
Aécio alertou para o uso indevido, para fins eleitorais, do eufórico envolvimento dos brasileiros com a Copa e a Seleção. Campos chegou a afirmar que o partido da presidente nem deveria apresentar candidato, devendo, em vez disso, ter a humildade de confessar que fracassou na administração do país.
É certo que as estocadas estão apenas começando. Mas também é indiscutível que não foi isso que a voz das ruas exigiu. Aliás, nada do que constou das faixas e dos cartazes dos protestos foi atendido. Tudo não passou de promessas do governo e de acenos dos opositores.
O padrão Fifa de qualidade foi exigido para a educação e a saúde. Por enquanto, a primeira não para de envergonhar o Brasil nos rankings internacionais e a segunda humilha todos os dias milhões de brasileiros nas filas e na precariedade do SUS. Na Copa, todos, inclusive os estrangeiros, comemoram o eficiente reforço na segurança pública. Foi também isso que pediram as ruas e que, certamente, não vão aceitar que acabe.
E nem se tocou ainda na volta da inflação, que anda corroendo os salários do trabalhador. Politizado ou não, o que o eleitor deixou claro é que quer mudança de atitude. Menos discurso e mais ação. Menos promessas vagas, mais compromisso e clareza sobre o que será feito para atender aos reclamos justos da sociedade. Se não nas andanças pelas ruas, pelo menos nos debates e no programa gratuito pela tevê, que começa em 19 de agosto. Isso é o mínimo que se espera de quem agora pede votos.
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