terça-feira, dezembro 17, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 17/12

Setor de bens importados projeta queda recorde
O mercado de bens de consumo importados terminará 2013 com a maior crise de sua história, segundo a Abcon (associação do setor).

A entidade, que reúne empresas de utilidades domésticas, artigos de plástico e produtos escolares, prevê uma queda de pelo menos 40% no faturamento na comparação com 2012.

A expectativa de receita para 2013 é de R$ 3,3 bilhões. No ano passado, o setor havia faturado R$ 5,5 bilhões.

"Neste ano, as medidas protecionistas bateram um recorde no número de pedidos de investigação de dumping por parte das fabricantes", diz o presidente da associação, Gustavo Dedivitis.

"Não tem uma ação ingressada por uma empresa nacional que não ganhe."

Apesar de as importadoras de plásticos, lápis de resina, talheres, cerâmicas e porcelanas terem sido as principais afetadas, todo o mercado sofreu impactos, de acordo com o executivo.

Somente o segmento de cerâmicas e porcelanas representa 70% de todo o volume.

"Em janeiro, os associados previam um crescimento de pelo menos 15%. Agora alguns pensam em sair do ramo", afirma Dedivitis.

Devido às medidas antidumping, os preços dos produtos desembarcados ficaram entre 300% e 1.200% mais caros na comparação com o ano anterior, segundo a entidade.

"O consumidor sai perdendo, pois os preços das mercadorias nacionais chegam a ser 40% mais elevados."

Brasil terá 92 milhões de desembarques nacionais
O Brasil deverá fechar este ano com 92 milhões de desembarques domésticos, diz o Ministério do Turismo.

Até 2017, o país poderá se tornar o terceiro maior mercado aéreo doméstico do mundo, com 122,4 milhões de passageiros, atrás de EUA e China, de acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).

Em 2012, os aeroportos brasileiros registraram 85.471.710 desembarques de passageiros em voos domésticos, uma alta de 70,94% desde 2007.

"Precisamos diminuir a carga tributária sobre o custo da aviação", diz o ministro do Turismo, Gastão Vieira. O melhor caminho é o entendimento das próprias companhias com os governos estaduais, afirma.

"Eles estão ansiando por linhas do exterior para seus Estados e ficam mais sensíveis a oferecer uma redução do ICMS em contrapartida à oferta de linhas com pontos na Europa e na América."

"É mais rápido do que negociar com o federal, que já deixou claro que não mexerá na área tributária."

Intenção de consumo registra 12º recuo seguido
A intenção de consumo das famílias brasileiras diminuiu em todos os meses deste ano, de acordo com dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

Em dezembro, quando foi registrada a 12ª queda consecutiva, o indicador recuou 6,1% em relação ao mesmo mês de 2012. A retração é decorrente da retirada dos estímulos ao consumo.

"Em 2012, havia isenção de IPI e o crédito estava mais barato", diz Bruno Fernandes, economista da entidade.

A inflação e o menor crescimento da renda nominal também fizeram com que a massa salarial avançasse de modo discreto --o que implica em menos gastos.

A variação negativa na intenção a consumir foi mais acentuada entre as famílias ricas: -9,4% em dezembro ante o mesmo mês de 2012.

"A população cuja renda excede dez salários mínimos responde com maior intensidade à falta de crédito."

Na comparação entre novembro e dezembro de 2013, porém, houve um incremento de 0,9% no índice geral.

"É uma alta sazonal por causa das festas de fim de ano", afirma o economista.

Diante da queda na propensão ao gasto, a CNC projeta um crescimento de 5% nas vendas de Natal. O número é o mais baixo desde 2009.

NO DÉBITO OU NO CRÉDITO
O uso do dinheiro no pagamento das compras de Natal irá diminuir neste ano.

Pesquisa da consultoria Deloitte mostra que 69% dos entrevistados afirmaram que utilizarão o meio de pagamento. Em 2012, eram 87%.

A queda no volume de transações feitas com papel moeda é uma tendência, afirma Reynaldo Saad, sócio da empresa e responsável pelo levantamento.

"O cartão é mais fácil de ser obtido hoje. Os consumidores conseguem comprovar renda com maior facilidade devido à ascensão nas classes sociais", diz.

Quase metade dos entrevistados (49%) afirmaram que usarão os plásticos nas compras de fim de ano. Em 2012, 44% haviam dito que pagariam com cartão de crédito.

"O consumidor tem uma consciência maior dos gastos com o cartão. Parcelar também ajuda no planejamento mês a mês." Ao todo, 750 pessoas foram ouvidas.

ILUMINAÇÃO DE NORTE A SUL
Com foco no mercado de lâmpadas eletrônicas e com tecnologia em LED, a Havells-Sylvania vai investir em logística e desenvolvimento de novos produtos.

A empresa pretende abrir em 2014 pelo menos mais três centros de distribuição para atender as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

"Em um primeiro momento, iremos priorizar logística e fornecimento, itens que afetam muito o mercado", afirma o presidente da companhia, Celso Santos.

Com a ampliação, o executivo prevê um crescimento de 30% no próximo ano.

Além de investir no sistema de armazenamento e entrega, a empresa aportará no desenvolvimento de 60 novos produtos: "A partir de 2015, as lâmpadas tradicionais devem migrar para as novas tecnologias".

Pós... A biofarmacêutica AstraZeneca assinou com o governo federal parceria no programa Ciência sem Fronteiras para levar 30 pesquisadores ao exterior para pós-doutorado.

...no exterior As áreas contempladas incluem pesquisas em doenças respiratórias, cardiovasculares e metabólicas, além de oncologia e desenvolvimento de vacinas.

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