CORREIO BRAZILIENSE - 21/12
Imaginava-se ultrapassada a fase de trapalhadas do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), que marcou os primeiros anos da elevação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) à condição de porta única de entrada para as universidades públicas brasileiras. Foram tantas as falhas, fraudes e confusões, que muitas universidades invocaram sua independência para adiar a adesão ao teste.A todo momento surgia uma novidade para desmoralizar o Inep e o MEC. O então ministro Fernando Haddad gastou amplo estoque de explicações e justificativas para manter nos cargos a equipe responsável pelo exame, como se nada lhes dissesse respeito. Nos últimos dois anos, com a troca de comando, a organização do Enem conseguiu aos poucos se firmar e reconquistar a confiança das universidades e, principalmente, dos estudantes. Este ano, mais de 7 milhões de candidatos a uma vaga no ensino público universitário ou a bolsas em faculdades particulares deram uma sinalização inequívoca de que o teste se consolidou.
Mas essa boa ideia desenvolvida para substituir o velho e muitas vezes injusto vestibular volta a correr o risco de desmoralização. A Polícia Civil de Minas Gerais, que havia descoberto uma quadrilha especializada em fraudar exames de seleção para cursos de medicina privados, com atuação em Caratinga, na Zona da Mata mineira, e "clientela" em outras partes do estado e no interior do Rio de Janeiro, conseguiu apurar que os mesmos quadrilheiros atuaram para fraudar o Enem deste ano.
Não se sabe ao certo quantos estudantes pagaram entre R$ 70 mil e R$ 100 mil para receber no celular, durante a prova, as respostas que lhes garantiram desempenho de alunos exemplares. A polícia prendeu dois suspeitos que teriam comprado os testes de um fiscal do Enem a tempo de submetê-lo a uma equipe de professores.
É preocupante o teor da conversa telefônica em que um dos bandidos convenceu um estudante da facilidade que ambos teriam na operação: "O Enem é bagunçado. Não tem fiscalização, é escolinha pública que aplica. São essas velhinhas de colégio que tomam conta". Ou seja, concorrentes daquela região a uma vaga numa universidade pública brasileira entraram com celular no bolso, sem ser incomodados, para fazer a prova. É uma clara e injusta vantagem sobre milhões de outros candidatos.
Ontem, numa tentativa de mostrar que está vigilante, o Inep anunciou a eliminação de 1.522 candidatos no país (396 em Minas, sendo quatro em Barbacena, na Zona da Mata) por suspeita de fraude. Mas o próprio instituto não tinha como estabelecer ligação entre os apanhados pela fiscalização do Enem e os envolvidos na fraude da quadrilha descoberta pela polícia mineira. O que restou evidente, por mais que o MEC tente minimizar o episódio, é que o esquema montado para dar segurança ao Enem precisar ser urgentemente revisto, sob pena de ingressar em mais uma longa novela de tropeços e, o que é pior, de injustiças.
Mas essa boa ideia desenvolvida para substituir o velho e muitas vezes injusto vestibular volta a correr o risco de desmoralização. A Polícia Civil de Minas Gerais, que havia descoberto uma quadrilha especializada em fraudar exames de seleção para cursos de medicina privados, com atuação em Caratinga, na Zona da Mata mineira, e "clientela" em outras partes do estado e no interior do Rio de Janeiro, conseguiu apurar que os mesmos quadrilheiros atuaram para fraudar o Enem deste ano.
Não se sabe ao certo quantos estudantes pagaram entre R$ 70 mil e R$ 100 mil para receber no celular, durante a prova, as respostas que lhes garantiram desempenho de alunos exemplares. A polícia prendeu dois suspeitos que teriam comprado os testes de um fiscal do Enem a tempo de submetê-lo a uma equipe de professores.
É preocupante o teor da conversa telefônica em que um dos bandidos convenceu um estudante da facilidade que ambos teriam na operação: "O Enem é bagunçado. Não tem fiscalização, é escolinha pública que aplica. São essas velhinhas de colégio que tomam conta". Ou seja, concorrentes daquela região a uma vaga numa universidade pública brasileira entraram com celular no bolso, sem ser incomodados, para fazer a prova. É uma clara e injusta vantagem sobre milhões de outros candidatos.
Ontem, numa tentativa de mostrar que está vigilante, o Inep anunciou a eliminação de 1.522 candidatos no país (396 em Minas, sendo quatro em Barbacena, na Zona da Mata) por suspeita de fraude. Mas o próprio instituto não tinha como estabelecer ligação entre os apanhados pela fiscalização do Enem e os envolvidos na fraude da quadrilha descoberta pela polícia mineira. O que restou evidente, por mais que o MEC tente minimizar o episódio, é que o esquema montado para dar segurança ao Enem precisar ser urgentemente revisto, sob pena de ingressar em mais uma longa novela de tropeços e, o que é pior, de injustiças.
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