CORREIO BRAZILIENSE - 24/12
No momento em que o governo dos Estados Unidos reduziu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a ajuda mensal à economia norte-americana, com possíveis reflexos no Brasil - em especial no câmbio e na inflação -, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga que a taxa de desemprego do país caiu ao índice mais baixo, passando de 5,2% em outubro para 4,6% em novembro, o menor da série histórica iniciada em março de 2002, comparável apenas ao apurado em dezembro de 2012. O resultado serve para minimizar o cenário de preocupações para 2014 e também para calçar ações e providências na condução da política econômica.
Sem dúvida, o fato de o país ter preservado o nível de emprego, mesmo com um desempenho tímido do Produto Interno Bruto (PIB), e apesar da persistência de forte instabilidade externa nos últimos meses, é positivo. Por sua vez, aumenta a responsabilidade do governo brasileiro diante da decisão do Federal Reserve (FED) de retirar progressivamente os incentivos à retomada da economia dos Estados Unidos. As Nações Unidas (ONU) estimam uma forte retomada da atividade global a partir de 2014, em consequência justamente da expansão norte-americana. E há risco de o Brasil se mostrar mais vulnerável à iniciativa e enfrentar maior dificuldade para cobrir o deficit, pois cresce possibilidade de investidores transferirem recursos para os EUA.
A marca histórica de 4,6% na taxa de desemprego deve ser vista como estímulo para o Brasil continuar mantendo as condições que garantem a estabilidade. Além de ter caído na média, a taxa ficou menor também em grupos nos quais costuma ser mais elevada: entre negros, pardos e jovens, quase sempre os mais prejudicados. Quando a pior fase da instabilidade econômica em âmbito global dá mostra de que está passando, Brasília deve aproveitar para pôr em prática medidas que sustentam um crescimento eficaz, como a manutenção da confiança dos investidores com base em compromisso claro de austeridade, um dos pilares para assegurar a continuidade da oferta de emprego e de recuperação da renda dos trabalhadores.
Por trás da taxa de desemprego baixa, há fatores que precisam ser evidenciados, como a expansão do microcrédito em ritmo intenso, embora ainda longe de alcançar todos os pequenos empreendedores que precisam de acesso a empréstimos. Em novembro, houve o saldo recorde de R$ 4,8 bilhões, com crescimento de 26,7% sobre igual período de 2012 (R$ 3,5 bilhões), na série histórica do Banco Central, iniciada em 2007. No mês passado, os bancos emprestaram R$ 1,1 bilhão a microempreendedores. Segundo dados do Centro de Estudos em Microfinanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), apenas 25% dos 10 milhões de clientes potenciais já conseguiram microcrédito, que tem juros menores. Afinal, se a taxa de desemprego é baixa, muito se deve aos microempreendedores.
Sem dúvida, o fato de o país ter preservado o nível de emprego, mesmo com um desempenho tímido do Produto Interno Bruto (PIB), e apesar da persistência de forte instabilidade externa nos últimos meses, é positivo. Por sua vez, aumenta a responsabilidade do governo brasileiro diante da decisão do Federal Reserve (FED) de retirar progressivamente os incentivos à retomada da economia dos Estados Unidos. As Nações Unidas (ONU) estimam uma forte retomada da atividade global a partir de 2014, em consequência justamente da expansão norte-americana. E há risco de o Brasil se mostrar mais vulnerável à iniciativa e enfrentar maior dificuldade para cobrir o deficit, pois cresce possibilidade de investidores transferirem recursos para os EUA.
A marca histórica de 4,6% na taxa de desemprego deve ser vista como estímulo para o Brasil continuar mantendo as condições que garantem a estabilidade. Além de ter caído na média, a taxa ficou menor também em grupos nos quais costuma ser mais elevada: entre negros, pardos e jovens, quase sempre os mais prejudicados. Quando a pior fase da instabilidade econômica em âmbito global dá mostra de que está passando, Brasília deve aproveitar para pôr em prática medidas que sustentam um crescimento eficaz, como a manutenção da confiança dos investidores com base em compromisso claro de austeridade, um dos pilares para assegurar a continuidade da oferta de emprego e de recuperação da renda dos trabalhadores.
Por trás da taxa de desemprego baixa, há fatores que precisam ser evidenciados, como a expansão do microcrédito em ritmo intenso, embora ainda longe de alcançar todos os pequenos empreendedores que precisam de acesso a empréstimos. Em novembro, houve o saldo recorde de R$ 4,8 bilhões, com crescimento de 26,7% sobre igual período de 2012 (R$ 3,5 bilhões), na série histórica do Banco Central, iniciada em 2007. No mês passado, os bancos emprestaram R$ 1,1 bilhão a microempreendedores. Segundo dados do Centro de Estudos em Microfinanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), apenas 25% dos 10 milhões de clientes potenciais já conseguiram microcrédito, que tem juros menores. Afinal, se a taxa de desemprego é baixa, muito se deve aos microempreendedores.
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