O GLOBO - 07/12
Liga-me uma certa senhora poderosa de Brasília, cujo nome não vou declinar para não matar de inveja os outros colunistas: "Na segunda me encontro com o Clinton. Acho ele muito mais simpático que o Obama".
Essa coisa de popularidade é mesmo como nuvem. A prova é essa: a impopularidade de Obama já faz o PT achar Clinton um estadista.
Clinton nunca desgostou dos governos petistas, nem quando Lula, como candidato, chamou-o de "tarado sexual". É claro que, sobre a política e os políticos brasileiros, segue sempre a orientação de FH.
Na verdade, talvez pela sua formação de homem de Estado, aos seus interlocutores estrangeiros FH sempre destacou a diferença entre Dilma e os petistas aloprados, e nunca tentou desconstruir lá fora os governos que o sucederam. Aqui dentro é outra coisa. Faz parte do jogo e da obrigação: se FH não faz oposição, a sobrecarga dos líderes Vaccarezza e Chinaglia fica pesada demais.
Má intenção
Definitivamente, no Brasil, todo político, a priori, tem vergonha de dizer que é candidato até a síndico do prédio.
Já é um mau começo.
Loucura
Eduardo Campos, um deles, vai passar agora 90 dias mergulhado na inauguração de 200 obras.
Rompeu com seus parceiros, aliou-se a adversários e diz não saber o que fará da sua vida pública.
Gangorra
Cabral também não sabe se sai ou fica.
Se sobe ou desce.
Segredos
A equipe de Cabral só fala em códigos. O próprio, que já foi "Gove" agora é "Hugo" de "o governador!
E o Pezão? É "Pé Grande" Essa é a turma que quer ganhar eleições para o governo do Rio.
Armadilha
Ainda sobre Cabral, se eu fosse ele, desconfiaria se o mais ferrenho defensor do Lindbergh, o ex-presidente Lula, aparecer de repente pedindo para ele não deixar o governo agora.
Sugestão
O aniversário de Dilma é no sábado, dia 14. Ela está numa fase de livros de biografia, História recente e minisséries políticas.
No sal
Atenção, pessoal do mercado: não é assim que se tira um secretário do Tesouro.
A poderosa senhora concorda com a maioria das críticas ao Amo Augustin, mas sabe o tempo certo da degola.
Viagem
Dilma vai aos funerais de Nelson Mandela.
El pacificador
Em uma semana, numa só rota, o vice Michel Temer reuniu-se com as bancadas de RS, SC e PR, nos respectivos estados. Antes do fim do ano, fecha mais uma região. Tudo pelo apoio do PMDB ao governo.
Desejo
Aliás, Dilma já sabe o que o PMDB quer: senador Vital do Rêgo no Ministério da Integração Nacional.
Candidatíssimo
Eu tive uma longa conversa com José Serra, em São Paulo, esta semana.
Só o senador Aécio Neves é que acha que Serra vai dar de barato a indicação do candidato do PSDB à Presidência da República.
Vejam só!
Contou-me o amigo José Serra um fato significativo do que ele acha que o destino lhe reserva.
Destino cruel
Na composição do governo provisório de Itamar, Ulysses, que viria a desaparecer no mar dias depois, numa reunião do PMDB vetou o nome de Serra para o Ministério do Itamar:
— Serra é tão competente quanto concentrador. Se ele for ministro, daqui a dois anos estará na Presidência.
Na realidade, Itamar cogitara o nome de Serra, mas para sucedê-lo:
— Serra não está à altura de ministro, mas de presidente da República.
Itamar queria Antônio Britto, que ficou com medo de Quércia. FH foi para o governo e ocupou o lugar que seria de Serra, caso tivesse ele sido convidado por Itamar.
Moral da história: nem o destino entende o pobre do José Serra.
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