CORREIO BRAZILIENSE - 07/11
As eleições presidenciais de 2014 avançam sobre o nosso cotidiano sem qualquer pudor, a partir da simples definição de três candidatos ainda não homologados e do duelo verbal entre eles, mesmo sem os respectivos programas de governo. É nessa hora que a minha nostalgia com os anos 1980 cresce sem freios. Para isso, basta ouvir Milton Nascimento cantando a bela canção Menestrel das Alagoas, composta por ele e Fernando Brant em homenagem ao político de oposição Teotônio Vilela.
Era um tempo em que os artistas iam aonde o povo estava para defender grandes bandeiras de liberdade e de consciência, para enaltecer a "saúde civil", como diz a letra. Bem diferente de hoje, em que tudo parece virar um reality show, no qual as posturas e os discursos firmes são contidos para não trombar com suscetibilidades ou aliados úteis e inconvenientes. O mensalão não levou o povo às ruas como nas Diretas Já, pois se esperava que a democracia já testada pelo impeachment de Collor e pela eleição do operário Lula pudesse dar conta de todos seus imbróglios. Os fatos revelaram que nem a Lei da Ficha Limpa garante cenário mais decente, e uma cultura da indignação cívica precisa ser restaurada.
O extremismo tarja preta dos bandos black blocs, que estão transformando as belas páginas das manifestações de junho em meros casos de polícia, e a movimentação dos doces bárbaros da MPB para defender basicamente os direitos comerciais do uso de sua imagem, sem se importar se estão negando o valor supremo da democracia, a liberdade de expressão, mostram que alguma coisa está fora da ordem. E conspira contra o progresso prometido ao gigante adormecido, em favor do retrocesso.
Concordo com Lula quando ele afirma que não há alternativa viável fora da política e das instituições democráticas. Mas o que falta ao incoerente líder da esquerda é dizer a coisa completa. Precisa se abrir para a discussão total, em favor de um colóquio político mais amplo, muito além da simples oferta de produtos para consumo eleitoral. Precisamos de ideais honestos como os embalados na bela voz de Milton e de ideias que produzam mais resultado e menos questionamentos éticos.
Era um tempo em que os artistas iam aonde o povo estava para defender grandes bandeiras de liberdade e de consciência, para enaltecer a "saúde civil", como diz a letra. Bem diferente de hoje, em que tudo parece virar um reality show, no qual as posturas e os discursos firmes são contidos para não trombar com suscetibilidades ou aliados úteis e inconvenientes. O mensalão não levou o povo às ruas como nas Diretas Já, pois se esperava que a democracia já testada pelo impeachment de Collor e pela eleição do operário Lula pudesse dar conta de todos seus imbróglios. Os fatos revelaram que nem a Lei da Ficha Limpa garante cenário mais decente, e uma cultura da indignação cívica precisa ser restaurada.
O extremismo tarja preta dos bandos black blocs, que estão transformando as belas páginas das manifestações de junho em meros casos de polícia, e a movimentação dos doces bárbaros da MPB para defender basicamente os direitos comerciais do uso de sua imagem, sem se importar se estão negando o valor supremo da democracia, a liberdade de expressão, mostram que alguma coisa está fora da ordem. E conspira contra o progresso prometido ao gigante adormecido, em favor do retrocesso.
Concordo com Lula quando ele afirma que não há alternativa viável fora da política e das instituições democráticas. Mas o que falta ao incoerente líder da esquerda é dizer a coisa completa. Precisa se abrir para a discussão total, em favor de um colóquio político mais amplo, muito além da simples oferta de produtos para consumo eleitoral. Precisamos de ideais honestos como os embalados na bela voz de Milton e de ideias que produzam mais resultado e menos questionamentos éticos.
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